Capítulo 8 - A vida que sempre sonhei?

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Amélia

3 meses depois...

Três longos e maravilhosos meses se passaram. A minha barriga já deu sinais claros que eu não estou mais sozinha. Nunca pensei que poderia amar tanto uma pessoa, sem nem mesmo conhecê-la. Estou me sentindo radiante e feliz. Depois do episódio de três meses atrás, Gael não me tocou mais de nenhuma forma. Vive sempre preocupado se estou me cuidando bem, se já comi e se preciso de algo. Depois da promessa que ele fez, ele realmente não me bateu mais. Me sinto ansiosa e apreensiva pelo nascimento do bebê, eu não sei se é menino ou menina, mas o amarei independentemente do sexo.

Nesse momento, observo meu marido cortar lenha no quintal. O bebê deve nascer em pleno e rigoroso inverno, algo que será em torno de cinco meses a frente e Gael está preocupado em deixar tudo o mais confortável possível para a chegada do nosso primeiro filho. Eu nunca pensei que me sentiria tão feliz depois de tudo o que passei, o bebê despertou algo novo e diferente em Gael. Algo que eu nunca havia visto.

Perdida em meus pensamentos, mal percebo quando o mesmo sai do quintal e entra. Somente sinto sua presença na casa ao ouvir sua voz.

- Amélia, como vocês estão? - Diz com a costumeira voz firme, mas agora com um toque de carinho presente.

- Estamos bem. - Somente respondo.

Mesmo depois de me pedir perdão e eu perdoá-lo, a nossa relação se resume apenas ao bebê.

- Eu estava pensando, em começar a arrumar o quarto do bebê. Sei que pareço apressado, afinal você só está de quatro meses, mas eu queria deixar tudo pronto e perfeito pra chegada dele.

- Dele?? - Indago confusa.

- Eu acho que é um menino! Não que se for uma menina eu ficarei decepcionado, mas eu sinto que é um menino. - Indaga de maneira rápida.

- Acho que podemos começar a montar o quarto do bebê. Sinto que daqui a um tempo, não conseguirei mais te ajudar. - Suspiro cansada.

- Por que sente que não? - Diz confuso.

- Oras, eu estou de apenas quatro meses, mas a minha barriga está crescendo de forma assustadoramente rápida! - Digo divertida - Daqui a uns dias, não vou enxergar mais meus pés! - Completo.

- Realmente o nosso filho cresceu muito desde a descoberta. Mas Amélia, sinto que posso ter algo a ver com isso. Não é querendo insinuar nada ou dizer nada, mas você é muito pequena comparada a mim. - Diz meio envergonhado.

Rio divertida. estou adorando esse novo Gael.

- O bebê deve nascer a sua cara. Estou vendo isso desde agora. - Faço uma careta indignada.

- Não quer que ele se pareça comigo? - Murmura triste.

- Não é isso! É só que eu acho um absurdo carregar o bebê por nove meses e ele nascer a sua cara! - Novamente faço uma careta.

Ele dá uma risada gostosa de se ouvir.

De repente ,sinto um chute forte na barriga. Não é a primeira vez, essa semana, comecei sentir pequenos movimentos, mas nunca um chute e tão forte! Levo a mão em direção a barriga e começo a chorar, eu sempre fui chorona, mas na gravidez tudo piorou.

- O que foi? Algo de errado com o bebê? - Gael diz nervoso e apreensivo, me lembrando da sua presença.

Sem dizer nada, me aproximo dele, pego sua enorme mão e a levo em direção a minha barriga. O bebê parece sentir que é o pai e dá outro chute exatamente no local onde coloquei a mão de Gael.

- O que é isso? - Diz com lágrimas nos olhos. - É o bebê? - Completa.

Apenas assinto, também com lágrimas nos olhos.

MarcadoWhere stories live. Discover now