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— Vai ficar tudo bem. — Tento acalmar James, sentando-me no chão.
Eu acabei de chegar e em menos de dois minutos Pietro também chega com seu semblante de preocupação. Tudo que consigo fazer é abraçar meu amigo de uma forma não tão grudenta, esse não seria meu tipo, mas o que não fazemos por nossos melhores amigos? Eu não poderia o deixar de mão sei quão complicado é, e o quanto é doloroso passar por tudo isso. Pietro apenas nos observa sem saber o que fazer, até ele vir até nós.
— Que tal uma oração, hum? — Sinto vontade de revirar os olhos, mas não seria o momento certo.
— Oração? — Questiono incrédulo.
— Tudo bem. — James respondeu simples, só então percebo que sua respiração está mais tranquila.
— Então tudo bem, deem as mãos e fechem os olhos. — Me recuso, isso é totalmente ridículo. Pietro me olha ainda com sua mão estirada com um pouco de dúvida faço o que pediu. — Senhor Jesus, poderoso pai, estou aqui perante tua presença para antes de tudo te agradecer por essas duas vidas. Pai, peço-te que visite o coração do James, só o senhor sabe o que se passa dentro de sua mente e alma, mas sei Jesus que só o senhor pode trazer a cura e o renovo. Quebra senhor todas as setas do mal, toda a arma lançada para abater a triste alma abatida, sonda meu pai nossos corações para podermos enxergar que teu amor é maior que todos nossos medos e nossas dores. Retira ó pai o que não te agrada e faça algo novo, em nome de Jesus te entregamos tudo em tuas poderosas mãos. Amém! — Suspiro aliviado ao ver que a pronúncia chata acabou.
— Amém! — James exclama abrindo seus olhos.
— Agora você precisa descansar, James, vamos ficar aqui até você dormir. — Pietro afirma ajudando o amigo a se levantar.
— Obrigado, por tudo. — Ele boceja se deitando sobre a cama.
— Não precisa agradecer agora vá descansar. — Observo Pietro cuidar do amigo como se fosse um pai ou até mesmo um irmão mais velho.
Esperamos James dormir e verificamos para ver se está tudo certo. Senti-me tranquilo ao perceber que seu sono está bem tranquilo e pesado, olho para Pietro e o mesmo assente apontando para a janela.
— Cuidado! — Ele desce primeiro me esperando pular.
— Eu não vou morrer. — Pulo sem medo e quase me desequilibro sobre a grama verde do quintal.
— Já está quase amanhecendo. — Retruca. — Melhor nos apressarmos. — O céu está em um tom laranja-escuro anunciando que o sol vem se aproximando.
— Concordo. — Sinto meus olhos arderem de sono.
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— Eu tinha me esquecido do livro de geometria em casa então tive que pegar um emprestado na biblioteca da escola. — Explico enquanto Aaron revira os olhos sem acreditar.
— Mas é burro mesmo, né? — Ironiza sem paciência.
Aaron hoje está sem a mínima paciência, mas quando é que não está? Seguro-me para não rir de suas caretas estranhas.
— Por que estão rindo? — Ele olha ao redor onde tem três figuras diferentes com uma feição de riso, quatro comigo.
— Quem disse que estamos rindo? — Brian valvocia cruzando os braços.
— Eu estou vendo ainda não sou cego! — Quase grita com seu rosto vermelho parece até que vai sair fumaça.
— Ninguém está dizendo que você é cego, só relaxe um pouco não temos motivos para tanto estresse. — Pietro bate em seu ombro tranquilizando-o ou pelo menos tentando.
— Vou entregar o livro, já volto. — Agarro a alça da mochila e caminho pelo extenso corredor, sorrio de lado ao me aproximar da biblioteca, mas meu sorriso é retirado quando sinto o impacto de um ombro bater contra o meu. — Olha por onde você anda! — Sinto vontade de chama-lo de idiota, mas relevo isso.
— Desculpe, era isso que queria ouvir? — Olho para o rosto do garoto, ele me parece familiar.
— Você está bem cara? — Arqueio a testa.
— Acha que estou bem? — Resmunga. — E você é o Ethan, não é? Faz parte do grupinho que se acha esnobe não é mesmo?! — Sorri com sarcasmo.
— Olha eu não entendo onde quer chegar, mas você poderia parar de agir como um pirralho mimado. — Nem sei de onde acabo de tirar isso.
— Até gastaria meu tempo discutindo com você, porém não tenho tempo para esses tipos de gracinhas. — Cruzo os braços sem acreditar.
— Vem cá, algum bicho te mordeu? — Pergunto confuso.
— Não nenhum bicho me mordeu, só meus amigos que me abandonaram ou pelo menos eu pensei que fossem. Isso é tudo por título um bando de amador que só se importa com popularidade. — Observo sua raiva e seu semblante de decepção.
— Provavelmente nunca foram seus amigos, quer um concelho? Saiba que é melhor sozinho do que mal acompanhado ou pode ser melhor ter poucos amigos bobos e até mesmo sem noção. — Lembro-me dos poucos amigos que tenho.
— É... tem razão. — Suspira olhando ao redor, eu observo-o... espera. Ele é o Alec um dos amigos do Jacob ou ex-amigo. — Por que esta fazendo essa cara? — Afasto meus pensamentos com seu comentário.
— Que cara? — Faço-me de desentendido.
— Essa estranha aí. — Arrebita a sobrancelha.
— Impressão sua. — Talvez tenhamos uma longa conversa.
[...]
— Ethan, vou ao mercado, caso seu tio pergunte diga que a encomenda dele já chegou. — Minha mãe anuncia enquanto arruma sua bolsa bege. — Talvez ele não vá chegar tão cedo ainda mais agora. — Ri balançando a cabeça em negação.
— Como assim? — Pergunto curioso. — Realmente, tio Aiden anda muito estranho e mal para em casa. — Argumento deixando meu livro de lado.
— Quem sabe ele não está apaixonado? — Ela abre um largo sorriso.
— Acredita mesmo nisso? — Falo sem pensar duas vezes.
— E por que não? — Fico em silêncio e a vejo sair.
Estou sentando no sofá da sala lendo um livro qualquer e pensando como posso retirar todos os problemas da minha mente, na verdade, talvez eu nunca ache uma solução. Cerca de dez minutos a campainha toca, será que minha mãe esqueceu algo?
— O que esqueceu agora, mãe? — E para a minha surpresa não é ela.
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Algo está mais claro? Quem será que bateu na porta?