𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎┊𝟎𝟑𝟖

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— Eu estou bem. — Murmurou ao acariciar o topo da cabeça do cão.

— Amie... — Thomas a chamou.

Amara encontrou os olhos de Thomas em meio a pouca luz. Se uniu a ele por baixo dos lençóis segundos depois. Ao repousar a cabeça sobre o peito do marido, ouviu o coração acelerado, mas o dele não era o único que se encontrava naquele estado.

— Me diga que vamos ficar bem. — Ela pediu. Thomas passou o braço em volta da mulher, abraçando-a de modo apertado, trazendo-a ainda mais para perto.

— Nós vamos ficar. — Thomas encarou o teto de madeira. — Enquanto tivermos um ao outro, ficaremos bem.

Amara se prendeu naquelas palavras, acreditando que se as repetisse constantemente como um mantra, isso realmente aconteceria. Minutos depois, ambos adormeceram em um sono pesado livre de sonhos ou pesadelos.

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Era quase deprimente erguer os olhos para o céu e encontrar o cinza fúnebre. Infelizmente, aqueles que viviam em Birmingham estavam fadados a isso. A umidade fazia com que odores duvidosos exalassem pelos becos e ruas, e a fuligem das fábricas se misturasse com a leve garoa. Carros de luxo abriam caminho na rua movimentada, chamando atenção daqueles mais curiosos. Eram os Shelby, chegando em comboio em seu próprio reino. Amara sentiu uma sensação estranha, próxima do acolhimento e poder. Contudo, algo estava errado, faltava um carro naquele comboio.

— Eles chegaram! — Amara avisou a Thomas. — Mas não vejo o carro do Arthur.

— Ele mora longe, talvez chegue mais tarde. — Thomas abaixou o jornal que lia.

Amara se afastou da janela quando Polly colocou os pés para fora do próprio carro, seguido por Michael e Krishna. Em alguns meses o relacionamento do Gray com a Kapoor havia se tornado sólido e Amara esperava que Michael não decepcionasse a amiga em nada. Algumas batidas fizeram com que Thomas desce passos para a porta, se deparando com um semblante duro ao qual já estava acostumado. Polly uniu as mãos e frente ao corpo, ainda parada entre a porta e a rua.

— Não trago boas notícias. — Ela disse. Amara surgiu logo atrás de Thomas, com um semblante cansado. — Arthur e Linda foram atacados antes de virem para cá. Arthur está no hospital.

— Por Deus. — Amara levou a mão para a boca. Thomas fechou os lábios em uma linha dura brevemente.

— Viram quem fez isso? Como ele está? — Thomas segurou o ombro da tia.

— Ele está bem, apesar de tudo, os tiros pegaram apenas de raspão. Arthur matou o atirador antes que o pior acontecesse, talvez receba alta. — Ela falou, mas não menos aliviada. — Acredito que devam estar se sentindo péssimos, aliás, é uma briga pessoal de vocês que caiu sobre a família.

— E é por isso que chamei todos. — Thomas passou por Amara.

Polly entrou em casa, seguida por Michael e Krishna, um riso leve foi trocado entre as amigas. Amara não se sentia menos ansiosa ao lado dela, aliás, a indiana estava sendo envolvida nos negócios sujos da família, um risco que qualquer novo membro passaria um dia. Ariana fizera bem ao escolher não se envolver com aquilo. Amara até invejava o psicológico intacto da médica, mas sentia falta dela naquela ocasião.

— Precisamos ficar juntos, Tia Polly. — Foi Ada que disse ao passar pela porta. Tirou o chapéu que usava, indo diretamente até Amara. — Vamos ficar bem, sempre ficamos. — Falou ao abraçar a cunhada.

— Um dos nossos foi atacado... — Michael pronunciou. Krishna se mantinha em silêncio, esperando a hora certa para falar o que queria.

— E não vai ser o último se não nos unirmos. — Amara se afastou de Ada. Vasculhou entre os rostos conhecidos, faltava alguém. — Onde está John?

𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 ━━ Thomas Shelby [Concluído]Where stories live. Discover now