𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎┊𝟎𝟑𝟓

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Estava escuro. O nevoeiro era tão espesso que Thomas podia senti-lo tocar em suas bochechas como fantasmas. O som e a visibilidade estavam abafados devido à névoa. Thomas estreitou o olhar, vendo uma rua elevar-se diante seus olhos. Ele deu passos para frente, mas escorregou nos paralelepípedos molhados pela garoa. Foi então que ouviu uma voz. Era familiar, embora ele nunca a tivesse ouvido. O que ela dizia era quase incompreensível. Ele gritou de volta, mas sua voz estendeu-se em um eco que diminuiu gradualmente com os segundos.

Thomas acordou em um salto. O suor escorria pelo rosto e banhava o corpo. A dor de cabeça o atingiu logo quando a luz do dia quase o cegou, atravessando as cortinas sem piedade. Sentando-se na cama, percebeu estar sozinho no quarto, mas no andar de baixo havia movimentação. O homem sentiu o gosto amargo na boca, costumava sentir isso quando o perigo estava por perto. Um sinal de mau agouro. Agora que havia sofrido uma tentativa de homicídio, não poderia confiar em mais ninguém.

Após um banho demorado, ele desceu para o andar de baixo. A mesa estava posta com um reforçado café da manhã, mas o Shelby não sentia fome. Ainda estava anestesiado da noite passada, onde viu o pai morrer em seus braços e provavelmente, ser enterrado sem qualquer cerimônia ou identificação. Thomas daria a notícia aos irmãos quando voltasse para casa, mas sabia que a morte não faria tanta diferença a eles. Arthur Shelby Sr. estava morto há muito tempo. Helena surgiu na outra entrada da sala de jantar; uma que dava acesso somente para os funcionários. Thomas franziu o cenho, era como se ela o esperasse para aparecer. O riso da garota cresceu nos lábios rosados, ela estava corada e isso o incomodou. Amara estava certa quando notara as segundas intenções na jovem criada, algo que nele começava a causar repulsa.

— Sr. Shelby, tomei a liberdade de preparar seu café. — Ela passeou o olhar pela comida. Thomas piscou, vendo ser comida típica do seu país — O café inglês é bem mais gostoso que o americano. Acreditei que fosse fazer bem ao senhor depois de uma noite difícil.

— Eu não tenho fome. — Ele dispensou o comentário.

— Nem vai tocar nas torradas? — Ouviu a garota dizer. Thomas encarou diretamente ela.

— Onde está minha esposa? — Perguntou. Helena mexeu os dedos de modo inquieto. Os olhos castanhos ficaram ainda mais escuros.

— No escritório. Ela pediu para não ser incomodada. — Falou de modo seco. Thomas ergueu as sobrancelhas com a maneira fria que a garota agiu.

— Helena... — Ele deu um passo para frente. Estudou a jovem meticulosamente. — Há quanto tempo trabalha aqui?

— Desde os dezessete, senhor. — Ela limpou a garganta. — Meus pais já trabalhavam para o Sr. Abbott antes dele morrer. Eu vim para o palacete algum tempo depois.

Thomas esfregou a orelha. Estava inquieto. Ergueu o olhar novamente. Ela era só uma garota, tentou se convencer disso.

— Senhor Shelby, eu cuidei das suas roupas que estavam completamente sujas de sangue. Elas já estão lavadas e passadas. Seus sapatos também estão bem escovados e engraxados. — Helena deu um passo para frente. Thomas limpou a garganta. — Posso servi-lo em mais alguma coisa? — Ergueu uma sobrancelha, prestativa. Ele conhecia bem aquele olhar, mas seu interesse era o oposto do que a jovem desejava.

𝐃𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐍𝐎 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 ━━ Thomas Shelby [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora