O Garoto do Guarda-Chuva Amarelo [MARKREN]

Elas eram todas amarelas

Renjun mordiscava o ponta do próprio polegar, os olhos fixados na árvore nomeada como dama da noite. O cheiro era incrivelmente bom, além das pequenas flores que eram lindas. Algumas borboletas sobrevoavam a copa da árvore, desfrutando do doce que vinha dela.

Já fazia algumas semanas desde que falou com seu pai. As coisas voltaram a andar na casa, a alegria ficou ainda mais presente no lar dos Huang. Porém, tudo o que seu pai havia dito para si sobre as sensações e sentimentos que teve no feriado tinha mexido com o pobre ômega.

Você está apaixonado, Renjun negou com a cabeça e relaxou o corpo quando notou que estava extremamente tenso. Como posso estar apaixonado por Mark, se a alguns dias atrás eu estava correndo atrás de Lee Haechan?, suspirou emburrado. Carência. Não. Confusão. Muita. Paixão. Não se sabe mais.

"Vocês sempre tiveram uma conexão muito bonita."

A voz de seu pai lhe assombrava, causando ainda mais confusão. Talvez Renjun fosse obcecado por alfas legais. Talvez tudo aquilo fosse culpa do Mark, por ter o confundido. Mas, talvez Renjun se lembrasse das vezes em que se pegou observando demais o amigo mais velho. Talvez, Renjun se lembrasse das vezes em que não conseguia parar de pensar em Mark. Talvez, Renjun se lembrasse de sentir uma dor agonizante quando levaram seu alfa embora, para longe de si, para longe de seus abraços e beijos. Talvez, o pequeno Renjun que tinha o dentinho torto fosse apaixonado pelo melhor amigo.

Mas e você?, Renjun se perguntou. Um trovão ecoou pelo local, assustando o ômega. De forma inconsciente, levou uma mão até o lenço que envolvia o seu pescoço e suspirou de forma cansada.

"Tá fazendo o que aqui sozinho?" - Renjun se virou, encontrando o dono de seus pensamentos mais frequentes.

"Pensando." - suspirou quando o alfa se sentou ao seu lado.

"O mundo está caindo lá fora." - Mark comentou, depois de um tempo em silêncio.

Renjun apenas soltou um muxoxo. Seu cenho ainda estava levemente franzido, seus pensamentos ainda davam voltas no mesmo assunto.

"Você está bem?" - Mark o olhou preocupado, vendo que o ômega fitava o chão com uma feição nada boa.

Renjun estremeceu ao ouvir a voz grossa do maior. Até mesmo os pequenos feitos faziam o ômega querer surtar. Ele encarou Mark, com a respiração um pouco rápida demais.

"O lobo não mente, Renjun. O lobo não se engana."

"Meu pai me deu um conselho." - ditou sem folego. - "Se eu quisesse ter certeza de algo, eu deveria fazer uma coisa..."

"E o que é?"

"Eu não tenho coragem." - Renjun resmungou.

"Por que? É tão ruim?" - Mark estava confuso.

"Eu não quero te perder." - o ômega sussurrou.

"Eu estou aqui, Jun. Não vou a lugar algum." - assegurou.

"Mas e se eu estiver enganado?" - juntou as sobrancelhas, aquilo o preocupava.

"Ouça a sua intuição." - Mark sorriu de forma doce.

Renjun suspirou e desceu o olhar para os lábios do alfa. Mais uma vez, aquele calor o tomou e o cheiro de Mark o sufocou deliciosamente. De repente, vozes tomaram sua mente. De Jaemin, Jeno e seu pai falando sobre Mark.

"Acho que seu amigo está afim de você."

"Acho que ele gosta de você."

"Vocês sempre tiveram uma conexão muito bonita."