sonhos, celular e Na Jaemin

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Mark abriu a porta do apartamento e deu passagem para que o mais novo entrasse. Renjun caminhou até que chegasse na sala e se jogou no sofá cinza, afundando as costas e relaxando os músculos. Era o sofá mais macio que já teve o prazer de se deitar.

"Está com fome?" - o maior indagou, se aproximando do ômega.

"Não." - sussurrou fechando os olhos. - "Esse sofá é uma delícia, eu poderia morrer aqui."

"Se você morrer no meu sofá eu jogo o teu corpo pela sacada" - caminhou até ficar de frente para o garoto e se sentou no chão, encarando a TV desligada.

"Credo, tadinho de mim." - estendeu a mão para tocar os fios da nuca de Mark, deixando um carinho no local. - "Você está morando sozinho?"

"Sim." - sussurrou, sentindo a mão delicada do ômega deslizar por seu cabelo e pela pele da sua nuca.

Renjun fechou os olhos e afastou a mão. O local todo tinha o cheiro de Mark, era uma delícia, se sentia confortável.

"Renjun, eu preciso te contar uma coisa." - Mark ditou, ainda encarando a TV desligada. - "Uma coisa que está guardada em mim a muitos anos."

O som da respiração calma de Renjun deixava Mark mais tranquilo. O ômega não precisava dizer nada, apenas o escutar, era só isso que Mark queria. Limpou a garganta e abraçou os joelhos, pressionando-os contra o peito.

"Eu sempre gostei de você." - começou. - "Desde que éramos crianças, sempre achei que tínhamos uma ligação muito forte. Durante os anos, tive até mesmo dificuldade em me relacionar com outros ômegas já que o meu coração ansiava apenas por você. Tenho o guarda-chuva até hoje porque ele me faz lembrar de você, é como se você ainda estivesse comigo. Em cada canto que eu ia, carregava você comigo." - mordeu o lábio inferior. - "Haechan não pode dar o que você tanto anseia, mas se talvez você me desse uma chance..."

Mark se virou para fitar o mais novo quando ouviu um leve ronco soar pelo cômodo. Renjun dormia profundamente, e Mark tinha a leve impressão de que o Huang não ouvira nada do que ele havia dito.

Deixou um suspiro escapar, talvez fosse melhor assim. Renjun ainda estava chateado com tudo o que havia acontecido, talvez ainda precisasse de um tempo. Levantando-se, caminhou até o quarto e buscou por um cobertor. Voltou até a sala e cobriu o corpinho do ômega, deixando o protegido da noite fria.

...🌂

Renjun estava na sala de espelhos, dançando com amor e dedicação. Seus olhos estavam fechados e sua respiração fazia seu peito subir e descer. Deslizou pelo piso de madeira de forma delicada e rodopiou de forma graciosa.

Sentiu, de repente, mãos fortes em sua cintura. Abriu os olhos com curiosidade e encontrou a feição séria de Haechan. Voltou a fecha-los e sorriu de forma mínima. Haechan o conduzia pela sala, fazendo as mariposas de seu estômago despertar. Sentia a leve respiração bater contra a curvatura de seu pescoço, que por sinal estava desprotegido, sem o lenço.

Fora conduzido a se virar, ficando frente a frente. As mãos continuavam em sua cintura, vez ou outra, apertava de leve sua carne. As batidas errôneas de seu coração, as mãozinhas que suavam e a respiração trêmula fazia Renjun ficar ansioso, necessitado em abrir os olhos para espiar mais uma vez o homem belíssimo que o segurava com tanto afinco.

E o fez. Encontrou outra feição, completamente diferente do que esperava. Os olhos estranhamente felinos e de cor clara lhe encaravam com devoção. Os lábios estavam levemente repuxados em um sorriso doce.

Mark.

Renjun abriu os olhos no mesmo instante em que Mark derrubou, sem querer, uma panela no chão. O barulho ecoou pelo apartamento todo e fez a cabeça de Renjun doer. O mais jovem remexeu-se no sofá fofinho e encontrou o alfa de costas para si resmungando algo baixinho.

O Garoto do Guarda-Chuva Amarelo [MARKREN] Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt