O Garoto do Guarda-Chuva Amarelo [MARKREN]

visita, outono e solstício de verão

Renjun servia o café da manhã para Chenle quando a campainha da sua casa soou. Franziu o cenho e encarou a porta de madeira com a pequena janela de vidro azul borrado. Era domingo e muito cedo para receber visitas.

Caminhou em passos preguiçosos até a entrada e abriu a porta dando de cara com Mark Lee, que sorria de forma tímida. Não evitou em franzir o cenho mais uma vez naquela manhã.

"Bom dia." - Mark ditou, a voz um pouco rouca.

"Bom dia, Mark." - Renjun sorriu.

"Vim te trazer o celular." - ergueu o aparelho no campo de visão do ômega. - "Você esqueceu lá em casa."

"Ah!" - lembrou-se mais uma vez que não estava com o aparelho. Renjun não era o tipo de pessoa que vivia com o celular em mãos, por isso não fazia tanta falta. - "Não precisava ter trazido, eu poderia ter pego na universidade. É muita gentileza sua." - curvou-se rapidamente.

"Não se preocupe." - Mark juntou as mãos frente ao corpo e mordeu o lábio inferior.

"Você quer entrar?" - Renjun sugeriu, observando os olhos bonitos do maior. - "Chenle está acordado. Ele ficaria muito feliz em ver você."

"Não é incômodo?" - Mark indagou com receio.

"Claro que não."

O ômega deu passagem para que o maior entrasse. Mark esperou que o menor seguisse na frente, guiando o alfa até a sala de jantar. Como o esperado, o interior da casa também não havia mudado nada. Continuava confortável e bonito.

"Mark!" - Chenle sorriu largamente quando enfim reconheceu o rosto familiar, e agora mais maduro, do rapaz que seguia seu irmão.

Levantou-se depressa da cadeira e abraçou o alfa que sorriu largamente ao notar que Chenle continuava uma fofura de criança.

"Como você cresceu." - encarou o rostinho fofo do menor. - "Está uma graça."

Chenle corou e sorriu de forma tímida. Mark encarou Renjun que assistiu o irmão voltar a se sentar. O ômega mais velho sorria de forma adorável, sentindo uma leve nostalgia naquele momento. Admirando-o, Mark suspirou enquanto um sorriso bobo tornava seus lábios.

"E o seu pai?" - indagou chamando a atenção de Renjun.

"No escritório, como sempre." - sorriu sem graça. - "Sente-se, vamos tomar café."

Aquele momento estava sendo divertido. Ouvir Chenle tagarelar para Mark, prendendo-o em uma conversa engraçada e inocente era impagável. Mas Renjun logo fechava a cara quando a voz assombrosa de Na Jaemin insistia em tomar seus pensamentos. Aquele beta de uma figa havia colocado ideias ridículas em sua cabeça, e aquilo fazia com que Renjun não parasse de encarar Mark.

O alfa notou o olhar sobre si e o devolveu quando o mais jovem do trio se retirou da mesa para ir escovar os dentes. Renjun o encarava com o olhar curioso e o cenho levemente franzido. Tinha certeza de que o ômega nem estava ali naquele momento, pois o fitava com tanta intensidade que nem ao menos piscava.

"Tem algo de errado comigo?" - indagou em um tom divertido.

"Ah?" - Renjun inclinou a cabeça para o lado.

Quando se deu conta do que estava fazendo, corou fortemente e desviou o olhar. Mark soltou um riso leve não evitando em corar um pouco também.

"Me desculpe." - Renjun disse baixinho. - "É bom ter você de volta, Mark." - confessou, assistindo os pontinhos luminosos nos olhos do amigo brilharem mais intensamente.

Não conteve o sorriso que se formou em seu rosto. Mark era adorável. A voz de Jaemin lhe atormentou mais uma vez quando percebeu que estavam observando um ao outro por tempo demais. Mas não podia evitar, não podia sequer desviar.