Capítulo 3 - Mari

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Galera, capítulo pequeno só para matar a saudade. Vou tentar postar outro amanhã. Mil beijos.

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- O que foi que eu fiz de errado? Olha, eu sinto muito pela Laura ter saído comendo as batatas de outras mesas, desculpa se te envergonhei. Eu sinto muito. - meu cara já estava no chão de tão envergonhada. Não esperava que a minha pequena pudesse fazer tanta bagunça, mas também não achei que ele estaria tão irritado. Ela é pequena, poxa.

- Isso não tem nada a ver com a Laura, Mariane. - sua expressão suavizou um pouco ao falar de minha filha.

- Desculpa, Roberto, mas agora quem não entendeu nada fui eu. - ele estava bravo por que então? !

-Olha o jeito que você abaixou dentro daquele restaurante! Quase apareceu sua calcinha! Parecia que você estava oferecendo um programa e não indo pegar sua filha. - eu só fui capaz de escutar o estalo de minha mão em seu rosto. Ele poderia ser meu chefe, mas não podia me tratar assim. Minha mão doía e eu já chorava silenciosamente. Tudo o que me escutei dizer foi um pedido de desculpas bem baixinho. Depois, entrei no carro.

Ele entrou do lado do motorista e deu partida. Eu me encostei no vidro e continuei chorando até chegarmos. Assim que o carro parou. já desci, abri a porta para desprender Laura e leva-la para o quarto.

- Mari, me desculpa. Eu... Não foi o que eu quis dizer. É só que... Me desculpa. Eu fui um babaca. - ele realmente parecia arrependido, mas ainda estava doendo demais. Então, eu só o ignorei e segui a caminho do elevador.

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Coloquei Laura para dormir e fui tomar um banho. Sentia como se estivesse suja e nem toda a água que caia fazia eu me sentir melhor.

Me lembrei de quando descobriram o que tinha acontecido comigo. Meninas que se diziam minhas amigas, espalharam que eu fazia programas e que não tinha havido estupro nenhum, que na verdade eu estava me prostituindo. Foi a pior época. As pessoas me olhavam como se quisessem cuspir em mim a cada minuto.

Tive vontade de fazer o que não fazia a muito tempo. O alívio das dores. Minha lâmina. Só tinha mais uma. Depois que me mudei, encontrei uma amiga e ela descobriu sobre minha válvula de escape. Um dia saí e quando voltei ela tinha jogado todas no lixo. Disse que ela nunca deixaria nada de ruim acontecer comigo. Ela só não jogou uma, que era a que estava na minha mão agora.

Olhei no espelho. Eu não parecia mais aquela mulher arrumada que saiu a poucas horas atrás. Meu olhos estavam vermelhos, meu cabelo bagunçado pela touca de banho, a lâmina na mão. Não! Eu tinha que ser forte. Pela minha filha. Mas a dor me esmagou mais uma vez e quando percebi pequenas gotas de sangue já se formavam no meu pulso. Um. Dois. Três. Perdi a conta. As lágrimas vieram como uma avalanche. Ia fazer o próximo, quando de repente, escuto alguém bater na porta.

Coincidências do DestinoWhere stories live. Discover now