Era difícil imaginar-se deixando suas obrigações para trás, mas estava tentado. Ele já havia visitado o Arquipélago uma vez, quando adolescente, e não existia melhor descrição para o lugar do que paradisíaco. Diferentes de Kauput's, onde os portos haviam tomado boa parte da beleza da costa, as ilhas eram em sua maioria preservadas - salvo pelas poucas propriedades como a do seu tio, as praias permaneciam intocadas.

A pergunta óbvia era: quem ficaria cuidando da casa, dos portos?

Em realidade, ele tinha alguns homens de confiança no trabalho, e com esforço poderia deixar tarefas designadas a eles, se fosse por poucas semanas. Era a fortaleza que o preocupava mais.

Veridiana era quem tinha mais experiência com a rotina da casa. Movida por culpa, ela provavelmente iria se prontificar a cuidar de tudo. O problema, porém, era que Jeongguk não sabia se podia confiar este papel a ela mais. Ainda não tinha engolido o seu desleixo com a guarda ou a forma despreocupada com que dividira as informações da segurança com Elijah.

Pensar no evento o fez girar o rosto de volta para Taehyung.

- Como está o ferimento?

A pergunta soou abrupta para o beta. Por costume, ele ajeitou-se na cadeira, testando o seu incômodo. Ainda sentia algum desconforto, mas este era um mero reflexo se comparado com e dor de antes.

- Está cicatrizando.

Jeongguk assentiu, voltando-se novamente para a carta do tio. A resposta, mesmo que esperançosa, significava que Taehyung ainda sentia algo de dor. Os olhos do alfa arderam com a intensidade que encarou a tinta no papel.

- Isso é bom. Provavelmente não tem mais risco de infecção.

- O remédio que sua tia passou ajudou muito.

A menção de Aera fez uma luz acender para Jeongguk. Se pedisse... Ela poderia ficar de olho na sua torre por alguns dias. A médica já ajudava com a casa do seu pai desde que ele ficara doente, e por mais que o mais novo dos Jeons se sentisse culpado em sobrecarregar a tia, entendia que precisava de um escape logo.

A ideia começou a adquirir uma forma mais concreta.

No fim das contas, o que fez Jeongguk tomar a decisão de ir até Gaelar foi a indisposição que sentia para lidar com o drama que sucederia a saída de Elijah, principalmente entre os ômegas do harém. Ele percebeu, então, que sequer estava considerando levá-los junto. Em contrapartida, nem pensava em pedir que Taehyung ficasse.

Taehyung viu a deliberação passar pelo rosto de Jeongguk. Não conseguia deixar de olhá-lo com expectativa. Dizia a si que o desejo para que a viagem se concretizasse era porque aconteceria em benefício de Jeongguk, que não havia ganhos próprios. Mas era impossível atribuir toda aquela vontade a sentimentos altruístas.

Em sua intensa observação, Taehyung reparou que Jeongguk vestia um conjunto diferente do que usara mais cedo, durante a discussão com Elijah. O casaco camurça escuro era o mesmo, mas suas calças estavam notadamente diferentes: antes ele vestia um par bege, e as de agora tinham uma tonalidade idêntica a do casaco.

Por que Jeongguk havia trocado? Onde ele havia estado?

Jeongguk desapoiou da mesa, levantando casualmente os braços acima da cabeça em um alongamento.

- Irei responder a carta ainda hoje avisando da nossa visita, assim ela chegará ao meu tio antes de nós dois.

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Servante (jjk + kth) (ABO) - ConcluídaWhere stories live. Discover now