Fics Jurdan

Às vezes

Estou estressada quando Cardan vem ao meu encontro, o conselho ainda não me respeita como eu gostaria e estão recusando todas as minhas propostas em relação à Eufhame.

Vim para o quarto na intenção de me acalmar e pensar melhor no que posso fazer para mudar isso, mas só o que consigo é soltar xingamentos baixos enquanto ando de um lado para o outro, essa situação está me esgotando e não consigo pensar direito.

— Está tudo bem? — pergunta Cardan entrando no quarto — Bomba disse que você estava estressada com o conselho, quer que eu fale com eles?

— Não quero sua ajuda, preciso resolver isso sozinha — digo ríspida, sem olhar para dele, meus olhos estão em meus pés que andam em círculos.

— Estou vendo que está mesmo brava. — ele tem coragem de rir de mim.

— Olha aqui Cardan, eu quero ficar sozinha e pensar sobre isso, não tenho tempo para as suas piadinhas.

— Não estou fazendo piadinhas.

— Ah não? — o sangue ferve em meu corpo de pensar no conselho me rejeitando e ainda por cima de Cardan rindo de mim.

— Você fica linda quando está brava. — ele chega mais perto, sinto suas mãos me envolvendo, mas me afasto.

— Não estou brincando Cardan, eu  realmente preciso resolver isso.

— Mas brigar comigo não resolverá nada — Cardan se aproxima de mim novamente e me viro em sua direção, encontro seus olhos pela primeira vez desde que ele entrou no quarto, aquele sorrisinho de canto insuportavelmente lindo.

Relaxo os ombros tensos, nunca pensei que apenas olhar para Cardan me deixaria mais tranquila, mas aqui estou eu.

— As vezes eu odeio te amar, sabia? — solto as palavras que claramente não passam de mentiras, mas me irrita um pouco que Cardan consiga me acalmar só de estar próximo de mim, como sou totalmente entregue a ele ao ponto de me deixar ser vulnerável.

— Bom, eu não, — ele faz uma pausa enquanto olha para mim — não mais.

Eu solto um suspiro, cansada.

— Eu sei que você quer me ajudar, mas quero resolver isso sozinha. — digo baixinho.

— Eu entendo, mas pode não descontar em mim?

— Claro — digo, suspirando mais uma vez e me jogando no sofá.

Ele se senta ao meu lado, passa os dedos na curva da minha orelha, tenho notado uma certa obsessão por essa curva que ele não tem, mas eu gosto de seu carinho.

— Mas você realmente fica linda quando está brava. — ele se aproxima mais e me aconchego em seus braços, ele me envolve por completo e deito minha cabeça em seu peito.

— E eu realmente odeio amar você — faço uma pausa e sinto um sorriso se formar em meus rosto involuntariamente — às vezes.