Piquenique

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Estou na Corte das Sombras treinando os novos espiões quando vejo Cardan encostado na parede perto da porta nos observando, não sei a quanto tempo ele está ali.

Caminho em sua direção, os olhos fixos um no outro, sinto uma faísca de desejo por todo o meu corpo, é incrível como sempre me sinto assim com os olhos dele fixos nos meus, nunca pensei que pudesse me sentir assim por alguém antes, essa necessidade constante de estar perto dele.

Desde nossa reunião semana passada temos tentado passar mais tempo juntos e tenho me sentido bem com nossa proximidade, mas é incomum vê-lo aqui, ainda mais em dia de treinamento, quando Cardan aparece é para beber vinho e jogar baralho com Barata e Bomba.

— O que está fazendo aqui? — digo assim que chego perto o suficiente para ele me ouvir.

— Esperava mais gentileza da sua parte visto como estamos nos dando bem nos últimos dias.

Reviro os olhos para ele embora tenha um sorriso se formando em meu rosto.

— O que você quer Cardan?

— Não podemos nos falar em particular? — ele diz passando as pontas dos dedos em meu braço.

Pego sua mão e o levo para minha sala, fecho a porta atrás de nós e me viro, Cardan me puxa para perto dele, está encostado em minha mesa e me encaixo entre suas pernas, minhas mãos em seu peito e as suas em minha cintura.

Cardan ajeita meu cabelo atrás da orelha e me encara e por algum tempo permanecemos assim, apenas nos olhando, sem precisarmos dizer nada para saber o que sentimos um pelo outro.

Ele solta um suspiro como se estivesse se preparando para contar que fez besteira, nervoso.

— Eu estava pensando em fazermos um passeio pelo jardim hoje à noite e...como se diz o que vocês humanos fazem ao ar livre?

— Ahn...piquenique?

— Isso, um piquenique — Cardan me olha com uma expressão quase que envergonhada.

— Certo, podemos fazer um piquenique — digo, pois quase nunca vejo Cardan assim, com vergonha, na maior parte do tempo ele esconde bem seus sentimentos, mas tenho aprendido a reparar suas sutis mudanças de humor.

Ele dá uma olhada por toda minha sala e volta o olhar para mim.

— Foi em uma sala como essa que tivemos nosso primeiro momento romântico, talvez possamos repetir.

Lanço para ele um sorriso malicioso.

— Eu tenho minha adaga aqui comigo — passo a mão pela minha perna para pegá-la, mas não está lá, quando me viro para Cardan sinto algo gelado em meu pescoço e vejo que ele está segurando minha adaga e a pressionando de leve em minha garganta — vejo que está cada vez melhor em roubar.

Ele me lança um sorriso maligno, tenho certeza de que está se divertindo muito com tudo isso.

— Tenho um bom professor e Barata me pediu para praticar, então estou praticando — Cardan me vira com a outra mão na minha cintura e me põe em cima da mesa, joga a adaga para o lado e me puxa para um beijo, afundo meus dedos em seus cabelos e ele passa as mãos pela minha cintura e simples assim eu poderia passar o resto dos meus dias aqui com ele, com sua boca colada à minha e suas mãos em meu corpo, mas não é assim que as coisas funcionam e percebo isso quando somos interrompidos por Bomba.

— Jude precisamos... — ela para de falar e eu interrompo o beijo, mas Cardan não se move, apenas olha para trás, para Bomba — Ah, não querendo interromper nada, mas precisamos de você, Jude.

Fics JurdanWhere stories live. Discover now