lemonade · jaeyong

vinte

E chegou a notícia, que o mundo não acreditou!! "Meu pai chegou de viagem semana passada, eu realmente quero te apresentar pra ele.", isso foi o que Jaehyun me disse quando se despediu de mim a dois dias atrás.

Não vou mentir, já estava surtando antes de bater na porta da casa dele. Qual é? Eu sei o que provavelmente vai acontecer, não estou com a mínima vontade de quebrar a cara de novo por causa desse tipo de coisa.

Yoonoh abriu a porta e me deu um abraço rápido e um selinho. Sua expressão não era a das melhores, isso me pertubou.

-Amor... - Segurei na manga do suéter bege que ele estava usando. - Você tem certeza disso?

Ele sorriu de lado e passou o polegar na minha bochecha. - Tá tudo bem, bebê. Qualquer a gente foge pra Miami, sei lá. Vem. - Entrelaçou seus dedos nos meus.

Quando chegamos na cozinha, onde sua mãe arrumava a mesa, seu pai lia um jornal na cabeça da mesa e sua irmã mais nova fazia alguma lição de casa. Jaehyun tossiu chamando a atenção de todos ali.

-Oi, gente. Esse é Taeyong, meu namorado.

Nessa mesma hora, no momento em que seu pai parou os olhos no meu rosto, eu senti como se toda a minha vida estivesse indo pelo ralo.

-Namorado? - Senhor Jung, cujo nome não tenho coragem de pronunciar, perguntou neutro. Senti Jaehyun estufar o peito recarregando a pouca coragem que ainda lhe resta.

-Sim, namorado. - Falou firme, franzindo o cenho, enquanto eu olhava em pânico para o seu rosto bonito.

O homem suspirou e se levantou da cadeira, saindo do cômodo logo em seguida. Depois de alguns instantes, Jaehyun soltou a respiração, sua irmã juntou os cadernos e sua mãe começou a iniciar uma conversa calma conosco, na tentativa de acalmá-lo.

Demorou um pouco para o senhor Jung voltar, o fazendo apenas quando a matriarca o chamou para jantar, do qual foi silencioso o bastante para incomodar. Logo depois, o homem começou a desenvolver um diálogo com Jaehyun, que respondia tudo olhando para baixo.

-A quanto tempo?

-Algumas semanas.

-Os pais dele concordam com isso?

-Eles não sabem.

-Motivo?

-Nem sequer falam com ele.

-Se falassem, saberiam?

-Acho que sim.

-Me responda com certeza.

-Saberiam, mas, então, não estaríamos juntos.

-Entendo... Yoonoh?

-Sim?

-Levante a cabeça para falar comigo. Por que não me contou?

-Você sempre foi contra isso, não queria que fosse contra mim também.

-Yoonoh, independente de qualquer coisa, você é meu filho. É claro, não concordo, sou um homem da Igreja, é minha natureza não concordar. Porém, você continua sendo meu filho. Meu doce e inteligente Jaehyun. Se não me conta as coisas, como vou saber se posso confiar em você?

-Você... Você não está bravo?

-Não. Não vou mentir, me sinto incomodado. Meu primogênito não me dará um neto legítimo, mas tudo bem. Entretanto...

-O que foi?

-Não vou com sua cara, garoto. - Ué, agora a culpa é minha?

-Posso saber o porquê? - Perguntei me intrometendo.

-Você não é o menino com quem meu Jae tinha uma rixa  algum tempo atrás?

-Sim.

-E onde ela está?

-Descobrimos que era uma coisa desnecessária e, tecnicamente, irreal.

-O que quer dizer com isso?

-Senhor, eu sei que o mundo é ruim, sei que não vamos ser aceitados facilmente e que tivemos problemas anteriormente, mas quero fazê-lo feliz, quero que isso dê certo. Se posso dizer, não estou aqui para pedir permissão.

-Você é corajoso. Ainda não estou de acordo com isso, mas posso fazer um esforço por ele.

Depois disso, conversamos sobre outros assuntos banais até dar a minha hora de ir embora. A irmãzinha fofa dele me chamou para brincar com ela qualquer dia desses. Então, ele me levou até o lado de fora, fechando a porta.

-Deu tudo certo. - Sabe aquele sorrisão lindo que ele dá, aquele que faz aparecer as covinhas enormes, então, ele o mostrou para mim novamente. Não sabia se eu ria e chorava.

-Sim, quase morri, mas foi bom.

-Besta. - Passamos algum tempo abraçados, minha cabeça escondida em seu pescoço sentindo o cheirinho esquisito de pêssego. - Te amo.

-Também te amo.