lemonade · jaeyong

dez

Todos saíram, sobrando apenas eu e ele. Frase contraditória, não ligo. Eu estava em paz a um mês, essa praga do Egito tinha mesmo que voltar a me atazanar?

Levantei e fui até ele, do outro lado da sala. Embolei novamente o papel no caminho, notei um sorriso pequeno em seu rosto, isso foi o suficiente para que eu mirasse com todo o meu ser e força de vontade bem no meio do rosto dele. Resultando em um grito e auto-massagem.

-O que tu quer, peste?

-Seu corpo nu implorando por mim. - Disse embolado esfregando o nariz.

-Negativo. Fala logo, tenho que ir embora.

-Fazer o quê? Vender limonada? - Debochado, te odeio.

-É, e arrumar um árabe no fliperama pra vender seu corpo.

-Por que o meu? - Fez uma careta ofendida.

-Assim posso me livrar de você sem ter que te matar.

-Acho muito lindo o carinho que você tem por mim.

-Fala logo.

-Vamos embora juntos.

-Não, bye bye.

Enquanto eu andava pelos corredores quase vazios do inferno - ou escola, depende do ponto de vista de cada um -,  ouvi seus passos correndo e seus chamados por mim. Logo me alcançou e entrelaçou sua mão na minha.

Olhei para ele confuso e tentei me soltar, ele riu um pouco e apertou mais seus dedos contra os meus, o que me fez entrar em desespero e começar a balançar freneticamente as mãos, o que foi em vão.

Jaehyun fez uma coisa estranha com nossos corpos que fez seu braço passar pelos meus ombros sem que sua mão se soltasse da minha.

-Que merda você tá fazendo? - Me enrolei no meu próprio corpo tentando arrumar um jeito de sair, mas fazer o quê se ele é mais forte que eu.

-Fica quieto, tá chamando atenção.

-Me deixa em paz, pedra.

-Pedra?

-Sim, você é uma pedra que nunca sai do sapato.

-Pensei que gostasse disso. - Parou abruptamente e eu quase caí. De novo.

-Primeiramente, para de fazer isso. Segundamente, já chega, não acha? - Falei sério, sem birra.

Estávamos perto da entrada, que estava praticamente vazia. Ele soltou minha mão e afastou o corpo o suficiente para que pudesse ficar totalmente de frente para o meu.

-Você é idiota ou se faz mesmo? - Ele disse isso com uma voz embargada, causando uma careta confusa da minha parte. - Deixa pra lá, Tae.

E saiu correndo sem mais nada. Eu até iria atrás dele, mas estou a cinco minutos parado encarando o chão.