lemonade · jaeyong

quinze

-Jae, o que tá acontecendo?

-Nada.

-Eu tô falando sério.

-Eu também.

-Yoonoh, você não pode sair por aí beijando as pessoas dizendo pra elas simplesmente esquecerem isso e continuar beijando elas depois.

Ele parou por alguns segundos antes de responder. - Eu fiz isso tudo por um motivo e queria muito que você respeitasse ele.

-Como eu vou respeitar se você nem sequer diz?

-Eu não posso dizer.

-E por que não?

-Porque eu tenho medo, Taeyong.

-Medo? Medo do quê?

-Você não entenderia nem se quisesse. - Se levantou e começou a andar de um lado para o outro.

-Talvez eu pudesse entender se você me explicasse. Passamos uma vida com briguinhas infantis pra, do nada, começarmos com um romance sem sentido.

-Vai me dizer que você não gosta disso, é?

-Não vou mentir, eu gosto muito de te beijar, gostaria muito de ter algo a mais com você, se eu ao menos te conhecesse.

-Você me conhece.

-Não, eu conheço as pequenas coisas que você me mostrou.

-É o que eu sou.

-Não, é uma parte do que você é. Eu não sei o que você quer, não sei o que você deveria ser. Eu gosto da versão que você me mostrou, mas não é você de verdade.

-E como você sabe disso?

-Você chorou quando eu disse pra parar de ser grudento. Disse pra deixar pra lá, então me explica pelo menos o porquê.

Novamente, pareceu pensar muito sobre o quê e como responder. Sentou-se na rua, de pernas cruzadas e de frente para mim, abaixou a cabeça e começou a falar.

-Eu sou gay.

-Percebi.

-Me deixa falar. - Sorriu e deu um tapa fraco no meu braço. - Meu pai nem pode sonhar com isso, por isso disse pra esquecer naquela época. Então, ele foi viajar a negócios e até hoje não voltou. Mamãe disse pra eu aproveitar enquanto ele não tá aqui. Aliás, me desculpe te forçar a andar comigo daquele jeito.

-Tudo bem, mas ainda não entendi porque você anda me beijando.

-Sabia que você era burrinho, só não sabia que era tanto.

-Como assim?

-Eu gosto de você, Tae.