onze

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Eu até diria que Jaehyun me ignorou a semana toda, porém não sou cara de pau o suficiente, até porque eu nem fui atrás dele de verdade. Posso dizer que ele "se esqueceu" de mim. Eu poderia estar feliz, mas devidos os acontecimentos anteriores, minha paz foi anulada.

-TY, você tá voando a meia hora, o que aconteceu que você não me contou? - Yuta me perguntou no intervalo entre duas aulas.

-Então, de acordo com as fanfics de Star Wars que eu li esses dias, ele gosta de mim. O que é estranho, porque ele gosta, tipo gosta, de mim.

-Tá falando de quem, doido?

-De quem você acha?

-Sei lá, o menino fofinho do fundamental?

-Amigo, eu tenho idade pra ser pai do Mark.

-Sério? Verdade. Tá falando de quem então?

-Jaehyun.

-Ata, ele. - Ficou um tempo parado até perceber do que se tratava. - Espera aí, o quê!?

-Não grita, peste. - Me desesperei e tapei sua boca.

-Como assim o Jaehyun!? - Tirou minha mão de seu rosto e escandalizou novamente. Insuportável, eu diria. Estou doando, alguém quer?

-Isso, quer sair por aí avisando na rua também?

-Na verdade, eu quero sim.

-Ai, Yuta, só converso com você porque você sempre banca meu almoço. - Passei a mão pelo rosto, típico tic de estresse.

-Alguém me chamou? - Ah não, eu não tenho psicológico pra isso agora.

-Oi, Jaehyun. Taeyong estava com saudades. - Yuta saiu e o fez sentar em seu lugar.

-Oi... - Ele falou baixinho olhando para a mesa, engoli a vontade de me virar para o quadro e fiquei de frente para ele.

-Beleza?

-Tenho, e você? - Ele deu um sorrisinho e eu ri alto.

-Bobo, tenho também.

-Você estava mesmo com saudades? - Levantou o rosto epude ver um brilho esperançoso em seus olhos.

-Tem uma possibilidade gigante de isso ser verdade. - Parece que estou conversando com uma criança carente. - Antes de estender o assunto, você bem que poderia me explicar aquele negócio.

-Ah bem... A bibliotecária, ela soube... - Se embolou nas palavras, fofinho. PARA, TAE. Ah é verdade, já chega disso. - Não, não. Ela viu. Isso, ela viu.

-O que ela viu?

-A gente ficando, ameaçou contar para os meus pais, eles nunca aceitariam um filho gay, sabe?

-Sei. Essa história é meio confusa, até porque você me beijou na frente de casa.

-Peço desculpas por isso. - Gaguejou.

-Tudo bem, sua sorte é que minha avó não é fofoqueira.

Sorriu e se despediu se levantando. Que pena, nem chamei ele pra sair.

lemonade · jaeyongWhere stories live. Discover now