Taehyung acompanhou o alfa carregando as coisas de Karin, ocupando as próprias mãos com objetos mais leves, oferecendo a ajuda que podia. A ômega também subiu as escadas com as mãos cheias de papéis e réguas de medição feitas em diversos tamanhos. Ela voltava de uma de suas expedições cartográficas, ao que parecia.

Alocaram tudo no quarto do penúltimo andar, e o carregador pediu dispensa antes de voltar ao seu posto. Taehyung tentou não observar muito, mas a bagunça era chamativa. Desde as rochas até os mapas dispostos em todos os cantos, o quarto de Karin destoava enormemente do que se esperaria de uma ômega em um harém.

Todo o clã de Jeongguk funcionava de um jeito inusitado, e um interesse a respeito da história por trás da formação do quinteto começava a borbulhar em Taehyung.

Direcionou um pouco da curiosidade a Karin.

- Confesso estar curioso a respeito de sua viagem - começou, enquanto deixava os objetos que levava: vasilhames que carregavam amostras de terra. - Você se importa se eu perguntar onde foi sua expedição?

Com evidente empolgação, Karin dispôs as réguas sobre a cama e virou-se para Taehyung.

- De maneira alguma, não é segredo para ninguém. Eu estava em Palum, fui chamada para mapear a costa de lá. Tenho um pouco de experiência, porque já ajudei Jeongguk aqui em Kauput's.

Era possível ver a paixão e orgulho que ela tinha pelo trabalho na maneira com que os olhos cintilavam perante a breve menção. Karin tinha uma leveza que os outros ômegas não possuíam, e Taehyung entendeu porque Jimin não tinha nada de ruim a dizer a seu respeito.

Ela era um par perfeito para um alfa que gostava das navegações.

A visão de Karin lado a lado com Jeongguk entrou em sua mente desconvidada, e imaginar os dois trouxe a Taehyung um aperto súbito e terrível no peito.

Karin era, à primeira vista, agradável e espirituosa, e os instintos de Taehyung lhe diziam que Jeongguk gostava da companhia da ômega. Seu cérebro iniciou comparações automáticas entre ela e a frieza dos outros, ainda que mal os conhecesse.

Para onde tinha ido sua racionalidade?

Jimin também era uma boa companhia, mas era possível que ele não tivesse despertado o mesmo sentimento porque o beta o vira com outro alfa. Mas Karin...

Karin também parecia ajudar Jeongguk com os negócios.

Taehyung forçou aquele ciúme repentino para dentro da caverna escura e profunda a que ele pertencia, onde nem mesmo o maior dos desbravadores ou o mais treinado dos espeleólogos conseguiria encontrá-lo.

- Isso é realmente incrível - ele disse, forçando um sorriso, sua garganta inesperadamente apertada. Ele fez menção de retirar-se. - Vou deixá-la para descansar. Se precisar de mim para algo, estarei na biblioteca.

Ela olhou o nervosismo do beta com confusão. Imaginou, porém, que o beta estava apenas com pressa para seguir com outros afazeres.

- Obrigada, Taehyung.

***

Música: 2U - Sing2Piano

Taehyung entrou na próxima sala que encontrou, buscando por refúgio. Seus olhos registraram que tinha encontrado esconderijo em uma espécie de sala de instrumentos.

Jogou-se no banco mais próximo que encontrou, respirando pesado, deixando-se perder a compostura na companhia apenas de si mesmo. Por Luna, estava exausto! O seu ferimento coçava, as suas meias estavam desconfortavelmente molhadas e o casaco que usava não dava conta do frio quando saía da fortaleza. Estava certo de que os seus ossos tinham congelado na última vez que pisara no jardim.

Servante (jjk + kth) (ABO) - ConcluídaWhere stories live. Discover now