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Acordei com a minha cabeça a latejar. Demorei cerca de 5 minutos a levantar-me e a perceber onde estava. Merda. Tava deitado no chão de pedra no meio de uma rua, apenas de boxers. Isto não vai acabar bem. Isto so pode não acabar bem. Visto-me rapidamente aproveitando o facto de não estar aqui ninguém. Aquela vaca de ontem deixou-me aqui estendido no meio do nada, e eu nem me lembro do que se passou. Começo a andar devagar em direção a casa, mesmo que não saiba o caminho e só seguir as torres do castelo.
Assim que entrei a porta rangeu e eu mordi o interior da minha bochecha, esta porcaria velha só me traz nervos. Tinha acabado de por um pé dentro do castelo quando oiço a voz estridente da minha mãe chamar-me. Oh boa jogada Harry, agora tens que levar com o sermão.
Respiro bem fundo e peço a todos os anjos para me darem paciência para aturar esta mulher. Vou de encontro a voz e vejo-a em pé na sala. Assim que pousa o olhar em mim aponta para a cadeira para eu me sentar.
- Harry Harry Harry - ela diz enquanto abana a cabeça- Tu deves achar que eu nasci ontem. Pensavas que escapavas pelas traseiras, divertias-te um bocado e voltavas sem consequências?
Rolo os olhos.
- Por amor de deus mae, eu tenho o direito de viver e não fiz nada de mais.
-Nada de mais?! - os seus olhos estão agora esbugalhados numa expressão que me da um certo gozo. Adoro irrita-la. - Tens noção?
Assim que acaba de falar atira-me com uma revista. "Harry Styles visto com rapariga num bar. Será que família styles está a perder competências?" Esboço um sorriso ao ler aquilo. Adoro mesmo provocar a minha família desta forma.
- Ainda te estás a rir??- ela grita e desta vez foi longe de mais.
- Fala baixo caramba! Tou com uma ressaca do catano!
Desta vez foi a minha mãe a rolar os olhos. Levanto-me rapidamente e caminho até ao meu quarto. Ela não existe. E completamente de outro mundo. Já basta tudo isto na minha vida e ela ainda me trata assim.

Arranco um fato do armário rapidamente, hoje temos uma apresentação e apesar de eu odiar a minha família eu sei que tenho deveres. Ponho um pouco de gel no meu cabelo e um perfume forte.
De repente um som desperta a minha atenção. Um apito irritante. Vou até ao quarto e vejo luz sair do meu telemóvel. Uau. Eu nunca tinha visto o meu telemóvel a apitar. Será que recebi uma sms? Eu nunca falei com ninguém com isso, não tenho amigos nem posso dar o meu número a qualquer pessoa. Chego perto do aparelho e desbloqueio. Rapidamente clico para abrir a mensagem do número desconhecido.

número desconhecido: Boa sorte para hoje! Espero que te divirtas dentro dos possíveis!

A minha cabeça ficou zonza e tenho que me sentar para não cair. Que raio?! Quem poderia ter o meu número?
Num ato de coragem, clico no botão de responder. Estou fora da minha mente quando os meus dedos passeiam furiosamente pelas teclas.

eu: quem és tu?

A minha respiração prende-se na garganta e sinto o meu coração a mil á hora. Rapidamente clico em enviar.
Solto um suspiro. De certeza que não me irão responder.
Reparei que ainda faltava imenso para a apresentação, o que em fez mudar de ideias.
Visto as minhas calças de fato de treino e uma T shirt larga e vou até aos campos de treino.
Assim que chego lá vejo uma figura que reconheço em qualquer lugar. Meghan. A minha doce doce irmã.
Decidi não mostrar a minha presença e vi-a manusear a sua corda com uma perícia fantástica. Eu sei que ela também é das preferidas. Ela e Anna, a minha outra irmã. As suas caras bonitas e os seus corpos de modelos deixam os rapazes de olhos em bico, já para não falar dos patrocínios. O meu irmão, Robin, não tem qualquer hipótese. Ele e bom, muito bom aliás, mas já tem 27 anos, já é demasiado velho para alguém querer saber. Mas as chances de ele nos derrotar, oh.
De repente sinto uma corda a embater em mim. Merda não sei como me distrai assim. Rapidamente tiro a minha espada e tento cortar a corda mas a única coisa que oiço e o riso da minha irmã.
- Achas mesmo que eu iria deixar?
Rolo os olhos para a sua ironia, eu sabia que não ia cortar a corda, mas não custa tentar.
Ela passa por mim a abanar as suas ancas e eu apenas controlo o meu riso para o ridículo ser.
Assim que ela está completamente fora do meu campo de visão, ligo o equipamento e passo o dedo pela minha espada. A minha menina. A minha salvação.
Entro dentro da câmera e concentro-me ao máximo.
Sinto o vento forte a soprar e vejo a bola a vir na minha direção. Rapidamente passo a espada, cortando-a em metade.
Continuo neste ritmo até a máquina se desligar dando fim ao meu treino. Suor escorria pelas minhas costas e peito e a minha respiração estava acelerada.

Voltei ao meu quarto e, depois de um longo banho, fui vestir o fato que mais cedo despi.
De repente um pensamento passou-me pela cabeça e decido verificar o telemóvel. Nada. Nem uma mensagem. Bufo, fui burro ao acreditar que me poderiam responder.
Subo as escadas até a sala principal onde já se encontram Anna e Robin. Claro que Meghan está atrasada como sempre. Meu pai e minha mãe também estão aqui. Não cumprimento ninguém e apenas me sento no sofá a espera.
Ela ainda nem tinha entrado na sala já sentia o perfume dela por todo o lado, o que me causou náuseas.
Levantei-me e acompanhei a minha família até a limusine, era raro as vezes que saímos e quando o fazíamos era aborrecido. Mas os meus pensamentos de ser aborrecido passaram assim que vejo a 23 em frente ao carro a espera. Envergava um vestido azul marinho comprido e o seu cabelo estava solto aos caracóis. Sinto as minhas calças apertarem e mordo o lábio devagar. Calma Harry, calma. Ao seu lado encontrava-se uma rapariga que conheci vagamente por ser namorada do meu irmão e outros dois empregados.
- O que fazem eles aqui?- perguntei rapidamente a quem estivesse mais perto de mim. Calhou ser a minha mãe.
-Harry, são os vossos acompanhantes.
-Acompanhante? Como assim?
-Acompanhantes para a festa na apresentação claro está.
-Mas eu nem sei o nome dela mãe. Como posso apresentá-la as pessoas?
-Oh meu inocente Harry, não precisa de apresentar ninguém. Ela apenas vais estar lá a marcar presença.
Assenti. Não valia a pena perguntar mais nada.
De repete sinto o meu telemóvel tremer nas calças ( decidi por sem som pois se a minha mãe soubesse matava-me) e tiro-o rapidamente.

número desconhecido- um dia Harry, um dia vais saber.

king. -h.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora