''As amigas''

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Os caçadores foram rápidos na direção que Blya apontou, em muitos momentos a jovem fingia medo ao ouvir um ruído e se escondia no peito do homem que a carregava, para deixá-lo se sentir mais encorajado.


Enquanto eles se distraiam com os animais selvagens em volta e a agitação de achar as tais mulheres no riacho, Blya mandava ao Nox pedidos para que ele refletisse ao mestre.


Não é como se Blya não conseguisse se livrar daquele problema, mas ela precisava de um favor de seu professor, porque de fato teriam as amigas...O mestre as deixariam no local.


O homem que carregava Blyana tentava subir a mão onde a apoiava para áreas intimas da jovem, para que não acontecesse ela se viu obrigada a puxar assunto para impedi-lo de algum jeito.

- O senhor me ajudou tanto... - Blya fez voz tímida - Porém não tive a educação de perguntar seu nome senhor...

- Ylias cara dama - O Velho disse - E o sua princesa?

- Blyana - Ela não mentiu - Mais pode me chamar de Blya.

- Nome bonito - Um dos homens próximos do mais velho respondeu - O meu é Vicent e o do seu outro lado é Kion - Ele foi apontando os colegas - Os irmãos lá na frente são Ygor e Yago, brigam bastante mais são simpáticos.

- Lembro dela só ter feito a pergunta a mim intrometido - O senhor o olhou feio, quase ciumento.

Blyana não se segurou e deu uma gargalhada, eram os caçadores mais cômicos que ela já tinha conhecido, talvez os menos inteligentes é claro.

- Mas aparentemente nossa dama amou saber o nome de nós todos - O Yago, antes o entediado respondeu esnobe, mandando um sorriso de deboche ao chefe.

O Chefe fez um estalo com a língua ao ver a resposta.


Ao ouvir nossa dama sair da boca daquele caçador Blyana nunca sentiu tanta vontade de chegar em um lugar como naquele momento.


A raiva dela estava no limite, então dali em diante somente os homens falavam, já distraídos e convencidos de que teriam uma longa noite de prazeres com as damas inocentes que encontrariam...


Blyana estava cada vez mais ansiosa, sua mente trabalhava cada vez mais em seu plano.


Os passos estavam rápidos e já se ouvia o soar das águas pelas pedras, ela torcia fortemente que o mestre tenha feito o favor que ela havia pedido.


Blya ficou atenta para ver se conseguia notar algum soar de asas ou cascos porém quanto mais perto das águas menos se ouvia ao redor, ela de fato escolheu um ótimo lugar para começar seu plano.


Assim que chegaram no riacho, que era cercado por árvores, os homens olharam aos arredores todos em busca das amigas de Blya.

- Foi aqui que as deixou querida? - Ygor perguntou delicadamente procurando rastros.

-S-sim - Blya gaguejou - A última vez que as vi estavam aqui eu juro...

- Elas podem ter se movido - Kion cogitou - Há muitos animais por aqui, podem ter fugido.

- Onde jovens damas se esconderiam - Yago perguntou buscando por pistas - Poderia nos dizer como são, e como estavam vestidas, para acharmos os rastros.

- Claro! - Blya deu um sorriso - São gêmeas e estão de prata, como meus olhos, de certo estamos um pouco parecidas nos sapatos - Blyana balançou seu pé "saudável".

Todos se encararam, buscando formas de caçar as garotas, em silêncio tentavam concluir um plano.

- Podemos ver riacho a baixo depois acima - O Ylias falou erguendo um pouco Blya.

Todos concordaram, porém não era isso que Blyana queria...
Ela pensou até tirar uma ideia da cabeça...

- Vocês podiam se separar, não é? - Blya falou normal, porém passou a mão no pescoço do homem que a carregava - Seria mais fácil encontrá-las - Ela falou muito próximo do ouvido do homem, provocando "inocente" - Não quero atrapalhar...

O senhor se arrepiou ao toque de Blya, o olhar foi ardente que ele deu a menina em seu colo.

- Ela está certa, faremos assim - Ylias concordou rápido - Fico aqui com a jovem enquanto dois de vocês vão para cada lado, assim saberão o ponto de partida.

Os jovens se entreolharam desconfiados, porém o olhar do senhor se tornou apressado e irritado, fazendo com que só fizessem um sim baixando a cabeça e partindo em duplas, os irmãos para cima e os outros para baixo.


Blyana tinha pouco tempo para agir, os irmãos não podiam subir muito se não corriam o risco de voltar aos dragões enquanto os outros simplesmente poderiam voltar e tentar estuprá-la, e isso não é algo que deseja que aconteça.


Assim que ficaram a sós Blya olhou ao redor, o senhor beijou o pescoço dela nessa brecha, ela fez careta porém nesse ato de desviar ela viu algo estranho, como duas bolas mel em umas folhas na árvore atrás do velho senhor.


Ela deu uma risadinha...

- O senhor é encantador - Blyana disse erguendo o rosto dele para ele olhar para os olhos dela - Mas acho isso tão clichê.

- Como assim minha jovem? - Ele fez cara de desconfiado.

- Como posso agradecer com algo tão previsível sabe...- Ela passou a mão pelo peitoral de armadura encouraçada dele - Quero dar algo mais...quente.

- Você quer me dar é? - Ele pareceu vitorioso.

- Fui tão óbvia? - Ela deu uma piscadela - Tenho uma queda por homens mais velhos...

Ele estava sorrindo de orelha a orelha.

- Me ponha no chão, quero te fazer uma surpresa - Ela cochichou no ouvido dele - Antes que eles voltem...

- Porque seu interesse repentino em homens estranhos? - Ele perguntou, fazendo Blya ficar impressionada que tinha algum neurônio naquela cabeça.

- Talvez eu estivesse esperando por vocês - Ela disse - Sei que não é elegante, mais é o mais discreto sabe...

Ele assentiu, entrando no jogo.

- Diversão discreta que você quer então...- Ele começou a falar na orelha dela - Isso posso te dar...

Ela deu uma risadinha de novo, dessa vez o afastando.

- Vamos, me solte, quero te fazer uma surpresa! - Blyana fez manha...

- Você está machucada - Ele disse meio confuso.

- Só assim o senhor me pegaria no colo...então eu fingi...- Ela balançou ambos os pés fingindo inocência- Você vai ficar bravo?

Ele fez cara de pensativo, o olhar dele montava as peças do que Blyana criou, uma garota que apareceu para eles repentinamente, de início fingindo estar perdida e agora demonstrando o plano real, atrair um caçador fingindo uma situação somente para fazer aquilo...


Ela torcia para que desse certo, pois tudo a partir daquele momento era improviso.

- Dá próxima minha jovem, pode me chamar lá na cidade - Ele se rendeu - Conheço lugares secretos que farão os encontros serem mais agradáveis.

Ela deu um sorriso tímido...

- Eu as vezes sou envergonhada - Ela jogou o cabelo para traz.

Ele riu e a deixou no chão, passando a mão pelas costas de Blyana, quase chegando a sua bunda.


A jovem fugiu do toque correndo, rindo inocente até atrás da árvore fazendo charme até não ser mais vista pelo caçador, que já desmontava a armadura para a ação.


Quando Blya chegou atrás da árvore viu as duas espadas gêmeas prateadas encostadas na árvore, o mestre havia feito o favor.

Agora ela mostraria o que dá acreditar em conto de fadas...

Alma de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora