capítulo 31

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Dois dias haviam se passado e Lilith ainda não olhava na cara de Nyx, mesmo o macho a perseguindo por todos os cantos em busca de se desculpar com a fêmea.
Mas ela não ansiava por falar com ele tanto quanto Nyx queria falar com ela. Isso era em parte por causa das horas seguintes à briga.

Aizawa havia levado Lilith para sua tenda junto com os três guerreiros, Seph e Adyra. A fêmea não se movia nem um centímetro, os olhos fixos em algum ponto qualquer e as pupilas dilatadas. As mãos dela estavam cerradas, elas haviam permanecido assim momentos depois do soco.
Ninguém conseguia acalmá-la, muito menos a raiva que emanava dela. O cheiro que costumava ser de menta perdeu sua essência e deu espaço para o ódio.

Eles tentavam falar com ela mas nada adiantava. Era como se suas vozes não tivessem som algum, a mente da bruxa vagava por um lugar muito longe da tenda real.

Como sempre, as brigas com Nyx a afetava. Mesmo que isso fosse a coisa que ela menos queria. As vezes não era possível controlar os efeitos que certas pessoas exerciam sobre ela.

Logo haveria outra reunião de estratégia, apenas para confirmar e repassar o que diriam aos soldados que estavam aqui. Lilith havia convidado pessoalmente Aizawa para participar da reunião, ele seria um porto seguro para ela. Nyx provavelmente surtaria, o cheiro da parceria estava ficando cada vez mais evidente até mesmo para os menos poderosos dos feéricos. Com o tempo isso poderia ser facilmente usado contra eles.

A bruxa estava se arrumando quando Adyra entrou pelas abas da tenda, usando o couro e a camisa que descia até os joelhos, as botas estavam sujas de lama. Um indicativo de que ela havia ido para o lago se lavar.

— Bom dia flor do dia, como vai a sua vida?

— Se eu responder é possível que você seja corrompida pela minha depressão.

— Será tão ruim assim ficar no mesmo ambiente que ele? É só você ignorar os olhares penetrantes dele.

—Eu escolhi a pessoa errada para amar, Adyra. É impossível eu tentar ignorar isso.

— Você... Ama ele?

— Amo...

— Mas você me beijou, não foi só um beijo.

— Eu gosto de você, não do mesmo nível que o Nyx. Mas se você quiser, poderá tentar fazer eu me apaixonar por você, eu estou quase implorando por isso.

— Por que é melhor se apaixonar por mim do que pelo Nyx? Ele é o futuro grão-senhor da corte mais poderosa.

— Não me interesso por posses ou títulos, não preciso disso. Já sou uma rainha que tem muitas propriedades e ainda tenho um título maior que o dele. E me apaixonar por você seria mais fácil sim. Vocês são diferentes, Nyx é algo que eu nunca imaginei que fosse, está possessivo e louco por essa parceria. Mas você... Você faz eu me sentir livre, livre de verdade. Ficar com você me dá forças para continuar a lutar por mais um dia, você sabe como fazer os outros se sentirem bem e é uma presença muito mais agradável que Nyx. Então eu lhe peço, faça eu me apaixonar por você, Adyra. Eu imploro.

Lilith estava com a voz calma, cansada. Os últimos dois dias não foram fáceis para ela, mas Seph e Adyra estavam lá o tempo todo. Sempre apoiando a fêmea quando ela estava prestes a desabar.

— Aí para que eu tô sensível.

Lilith solta uma risada abafada, o máximo que ela conseguia depois daquele dia, e abraça a garota, deixando um leve beijo em seus lábios antes de sair e seguir para a tenda de guerra. Onde todos já esperavam por ela. Adyra seguia logo atrás, tentando se recompor depois do pedido para que ela fizesse a bruxa se apaixonar.
Ela correu rápido o suficiente para alcançar Lilith e entrelaçar seus braços e entrar na tenda a olhando, daquele jeito apaixonado de sempre.

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