Estou a quase quarenta e oito horas no hospital, tirei alguns cochilos e por isso não estou tão acabada, mas se não fosse pelos cafés que venho tomado acho que não conseguiria parar em pé, nas últimas vinte horas estou apenas passando pacientes, sei que não estou em condições de fazer uma cirurgia, mas o porque de eu nao voltar para minha casa? Carina e eu tivemos uma briga, por motivo besta admito mas sou orgulhosa de mais para pedir desculpa. Mais um café, me encontro sentada na sala de descanso, mal consigo manter meus olhos abertos, o café acabou mas não tenho energia para levantar e pegar outro
- você está podre...- Jo fala ao entrar na sala e se deparar comigo-deveria ir para casa e tomar um banho, quando foi a última vez que comeu?
- comi um bolinho tem umas oito horas-respondo como se aquilo fosse realmente o certo
- bom dia!!- sinto meu estômago embrulhar, não sei se é pelo café no estômago vazio ou pela voz da minha esposa, eu tenho esse pequeno problema, quando estou com raiva de alguém chego a passar mal perto dela
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- dá para levar sua esposa para casa? Ela está sem comer, dormir e vivendo de café- a Wilson comenta antes de sair, o silêncio se instaura, mantenho meus olhos fechados tentando aclamar minha raiva
- eu fiz macarronada na janta, sei que você gosta então trouxe um pouco - pela voz consigo imaginar a posição da mulher, ela está sentada ao meu lado, ouço o som do pote de vidro sendo colocado sobre a mesa- come e vai para casa- sei que parece uma ordem mas conheço a Deluca ela está pedindo, está preocupada, suspiro e finalmente abro os olhos me deparando com um sorriso lindo desenhado nos labios da maior, seu olhar preocupado sobre mim- prometo que não vou voltar para casa até que você saia, sei que não me quer por perto agora, me desculpe -se dizer nada puxo o pote com comida para mim, estou faminta, quando abro meu estômago ronca baixo pelo cheiro que invade minhas narinas, não sou a pior das pessoas na cozinha mas com certeza prefiro quando Carina cozinha
- obrigado...- sussurro começando a comer, a castanha se levanta e para atrás de mim, pega meus cabelos que estavam solto e os prende de forma froxa, novamente o silêncio mas logo ouço passo- Carina?- chamo a impedindo de sair- quando acabar seu turno pode voltar para casa, acho que já te evitei demais e isso só me fez mal, não consigo dormir sem você- não era bem um pedido de desculpa, pois isso a italiana já havia feito, mas se um passo para a reconciliação - Ma mai più pensare di ingannarmi parlando un'altra lingua, capisci? - advirto me levantando, meu corpo ainda está meio fraco porém a comida me ajudou bastante
- capito capitano, scusate- responde se aproximando, abraça minha cintura, deito minha cabeça no seu peito- amor tenho que ir trabalhar
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- nã....- murmuro, estou confortável, adoro o cheiro da minha esposa, seu abraço, tudo nela me atrai mesmo quando é uma completa idiota pensando que me pasa para trás
- de noite nos vemos, agora você tem que ir para casa- dessa vez era uma ordem, então me afasto, suspiro cansada, pego o pote de comida vazio em cima da mesa e vou até o vestuário me trocar para ir embora
