Capítulo 14

296 59 282
                                    

Os dois desceram do ônibus depois de longos minutos, no mesmo ponto.

— Obrigada por me ajudar. — Camila agradeceu.

— Se você souber como me recompensar toda vez que pedir um favor, pode ter certeza de que vou te ajudar. — Ele congelou de repente, olhando para algum ponto ao longe. Camila estava prestes a se virar para ir embora, mas Lucas a impediu, puxando seu braço. — Leyla. — Ele sussurrou. — Você reparou que fomos seguidos?

O olhou, confusa, e seu coração deu um salto. Não seria o carro preto de mais cedo, seria?

— O quê?

— Pensei que era impressão. Eu vi esse carro parado na frente da escola quando ainda estava lá dentro. Depois tive a impressão de ver ele andando lado a lado com o ônibus, mas depois ele sumiu. E agora, ele está aqui. É um carro que está parado na esquina.

Olhou ao redor, o mais discretamente possível. Ao localizar o carro, sentiu um calafrio percorrer sua espinha, confirmando suas suspeitas Era o mesmo carro que Bartolomeu dissera estar os seguindo de manhã. Não. Existiam vários carros pretos.

— Pode... pode ser outro. — Tentou convencer mais a si mesmo do que ao garoto.

— Não, é um Oley preto.

— Um o quê?

— Um Oley, é um modelo de carro.

— Ah..., não entendo muito disso. — Disse com sinceridade. Talvez esse modelo de veículo nem existissem em seu universo.

— Não pode ser coincidência, pode? Será que é alguém da escola? Será que fomos pegos? — Ele a olhou assustado. — Quer saber, eu vou é embora daqui. — Lucas caminhou rapidamente para a direção oposta em que Camila iria, deixando-a com uma sensação desagradável, encarando o carro.

Resolveu sair dali o mais rápido que pôde, antes que, seja quem for que estivesse no veículo, percebesse que ela notara sua presença. Como já havia ido àquele lugar antes, não foi difícil achar o hospital. Ainda olhando várias vezes para trás para se certificar que não estava sendo seguida, se dirigiu até a entrada do estabelecimento, que estava quase vazio. Foi até a recepcionista, que ao vê-la, deu um grito.

— O que vo-você quer sua zu-zumbi esquisita? — Paula perguntou, gaguejando enquanto tapava os olhos.

— Estou procurando por Oliver Delafosse. — Tentou ignorar o apelido que a recepcionista lhe colocara.

— O outro zumbi? Tinha que ser. Ele não trabalha mais aqui, agora vai embora. — Ela ordenou, desesperada.

— Mas o que é isso?! — Uma voz conhecida soou por de trás de Camila, que se virou e viu Victor. — Zumbi Scarlett? O que está fazendo aqui?

— É assim que estão me chamando aqui? — Perguntou, confusa.

Ele se aproximou mais do balcão da recepção.

— Eu disse para você, Paulinha. Ela iria voltar procurando a gangue dela.

— Onde está o Dr. Leon?

— O Zumbi Gonzáles? Ele decidiu não vir para o hospital há um mês.

— É assim que você chama o seu patrão?

— Leyla! — Juliana passou pela porta de entrada e foi até Camila, sorrindo. — Quanto tempo.

A menina, diferente de todas as vezes nos encontros de Camila e ela, estava com o traje de enfermeira habitual, mas dessa vez, estava usando uma roupa comum. Seus cabelos volumosos e cacheados estavam soltos, diferente do rabo de cavalo no topo da cabeça que sempre usava.

A Viajante - O Outro Mundo (Livro 1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora