001 ❚ ┋𝐎 𝐎𝐑𝐅𝐀𝐍𝐀𝐓𝐎

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. *. ⋆𝐎𝐋𝐇𝐄, 𝐒𝐄 𝐕𝐎𝐂Ê 𝐀𝐂𝐇𝐀 que todo orfanato é como uma aglomeração de crianças que se apoiam, brincam juntas, e tem amizades incrivelmente fortes e duradouras, você está muito enganado! Bom...pelo menos aqui no Orfanato Goodwill não é assim que a banda toca.

𝐌𝐄𝐔 𝐍𝐎𝐌𝐄 É 𝐋𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍 𝐅𝐀𝐋𝐋𝐎𝐍, vivo neste orfanato desde...sempre. Me encontraram em um carro em chamas, onde eu milagrosamente sobrevivi, e onde eu supostamente perdi a minha mãe. Pelo menos foi o que me contaram.
Eu não tenho amigos aqui, todos me chamam de esquisita, simplesmente por alguns acontecimentos estranhos no orfanato, onde eu infelizmente estava no momento em que aconteceram. O que posso dizer? Eu estava no lugar errado na hora errada.

𝐄𝐔 𝐀𝐃𝐌𝐈𝐓𝐎 𝐒𝐄𝐑 𝐇𝐀𝐁𝐈𝐋𝐈𝐃𝐎𝐒𝐀 montando e concertando objetos, é super legal montar algumas facas, mesmo que eu não vá usar para nada. Como nunca tive amigos, ou alguém que simplesmente falasse comigo, eu comecei a pegar livros escondidos e tentar ler. É muito difícil, descobri que sou disléxica, mas eu consegui adivinhar algumas palavras e aprender poucas coisas como montagem de facas e também vi imagens de golpes com espada. Vai por mim, é bem interessante.

EU ESTAVA ENTEDIADA, então resolvi terminar a caixinha de música que eu estou montando, por algum motivo me faz sentir perto da minha mãe.
Não me lembo de quase nada sobre ela, a única coisa que tenho, é meu colar com uma foto que supostamente é ela sorrindo junto a um bebê em seus braços. Também sei que seu nome era Mery Fallon, sei disso porque vi nos registros do orfanato, meu sobrenome é dela...por algum motivo o meu pai não está nos arquivos. Eu nem ao menos sei seu nome.

TERMINEI A CAIXINHA, agora estou tentando ler um livro sobre mitologia grega, sempre achei meio louco, mas é legal no geral. As outras crianças estranham o fato de eu ler o livro de ponta-cabeça, só que é muito mais fácil. Sempre ouço um "Pirou de vez" ou um "esquisita", eu só ignoro mesmo.
Ouço um barulho irritante de saltos no corredor. Senhora Taylor. Ela é um inferno. Toda vez ela me castiga por NADA.
Enquanto as outras crianças faziam um escarcéu, eu simplesmente estava lendo ou montando alguma coisa, mas ela estava lá dizendo o quão absurdo era uma criança montando coisas e me mandando fazer milhões de tarefas dela.

A sua voz esganiçada me tirou dos pensamentos.

- Srta Fallon, poderia me dizer por que está lendo? - perguntou sra.Taylor a garota, mas arregalou os olhos assim que viu um livro grego em minhas mãos. Caramba! Esqueci de esconder! BURRA!
- A senhorita sabe muito bem que você pegar livros é estritamente proibido! - disse pegando o livro e me olhando com raiva, mesmo eu não entendendo a razão de tamanha raiva- E ainda fica lendo essas baboseiras? Ah! Me poupe! Você vai...

- Vai me punir por ser inteligente?- a interrompi olhando no fundo de seus olhos verdes, já farta por esfregar o piso viscoso quase todos os dias- Achei que a senhora soubesse o valor do aprendizado da mitologia, está nas primeiras páginas aí se quiser se informar!

Não sabia que era possível, mas ela ficou ainda mais raivosa. Ela olhou para os lados como se estivesse checando se havia mais alguém ali. Estávamos só nós duas no dormitório feminino, assim, seus olhos antes verdes, agora estavam amarelos, e do nada, DO NADA, a cabeça dela estava com cristas de galo. As roupas dela se rasgaram revelando asas e uma cauda de cobra. Será que a senhora Taylor é um galo? Ou uma cobra? Fui obrigada a sair dos meus pensamentos quando ela começou a vir para cima de mim, ME ATACAR.
Arregalei os olhos chocada. Eu sabia que ela não gostava de mim, mas isso era outro nível. Corri para pegar uma adaga que eu fiz e escondi debaixo da cama imaginando que maravilha seria se ela simplesmente fosse arremessada para fora do quarto. Assim que finalmente alcancei a faca, um estrondo se fez presente na sala, olhei para cima e vi que o basilisco, antes senhora Taylor, tinha atravessado a janela, e que rapidamente voltava voando com pedaços de vidro em seu corpo.
Olhei confusa, com a adrenalina correndo em meu corpo, peguei a adaga e corri em sua direção, sem a mínima ideia do que fazer. Assim que cheguei perto de sua cauda, consegui cortar, ela urrou de dor, e veio voando em minha direção com os dentes arreganhados. Quando ela se aproximou o suficiente, quase podendo me morder, eu arremessei a adaga dentro de sua boca e ela se desfez em pó. O que aconteceu aqui? Eu já vi essa criatura antes...talvez em um livro? Para! Eu não posso estar bem da cabeça, eu vou fechar os olhos, contar até três, e aquela janela estará normal, e tudo voltará ao normal. Respirei fundo e abri os olhos...não é possível. FOI REAL!

✔︎ 𝐀 𝐅𝐈𝐋𝐇𝐀 𝐃𝐄 𝐇𝐄𝐅𝐄𝐒𝐓𝐎 | 𝐏𝐞𝐫𝐜𝐲 𝐉𝐚𝐜𝐤𝐬𝐨𝐧Onde as histórias ganham vida. Descobre agora