Capítulo 26

1 0 0
                                    

ACIDENTES ACONTECEM.

Accidents always happen, but it is not always a simple accident.

— Diz alguma coisa. — pediu Jordan após alguns minutos de silêncio constrangedor.

— Não... Você não podia ter dito isso. — murmurou sentindo cada metro quadrado de seu muro se rachar, bastava apenas um sopro para que tudo fosse para o chão. — Não podia ter...

Ele a interrompeu colando seus lábios aos dela. No começo ela queria empurrá-lo para longe, mas no instante seguinte retribuiu com urgência, como se ansiasse por aquele momento por anos. Feliz por não ter sido empurrado para longe ele a puxou para mais perto, colando os corpos como se qualquer espaço que existisse entre eles o machucasse dolorosamente, o que não estava muito longe da verdade. E enquanto as mãos de Alex seguravam o rosto dele perto de si, ele segurava-a na base de suas costas com uma das mãos enquanto a outra apoiava sua cabaça pela nuca.

Foi um beijo apaixonante, e o desejo de ambos por mais era quase palpável. Jordan nunca havia beijado uma garota com tanto desejo como quando beijava Alex, e ele soube naquele momento que ela era sim, sem a menor sombra de dúvidas, a garota certa para ele e não importava quanto ela se recusasse a admitir, ela sabia que ele era o garoto certo para ela.

Eles se afastaram e um encarou o outro. Alex, sentiu algo acontecer naquele momento.

Seu muro veio a baixo.

Ela sentiu como um tiro atravessando seu peito, sentiu cada caco de vidro que levaram anos para serem construídos e colocados em pé, vindo a baixo. Ela sentiu-se totalmente exposta e por extinto deu um passo para trás. Tudo o que Jordan fez foi acabando pouco a pouco com seu muro, sua proteção e agora ela encontrava-se desprotegida e completamente vulnerável.

— Alex, espera! — Jordan pediu ao vê-la afastando-se com uma expressão amedrontada sem parar de olhar para ele.

— Você não podia ter feito isso! Não podia!

Ela virou e saiu correndo para atravessar a rua, mas naquele momento algo a impediu de completar o percurso até a outra calçada. Tudo aconteceu em câmera lenta quando um Ford 97 vermelho a atropelou. Mas isso era o que menos importava, o carro. Porque não adiantaria se ele fosse um carro mais novo, ou mais velho. Se fosse um Volvo, uma Ferrari ou um Porsche. Nem mesmo se fosse preto, prata ou amarelo. Nada disso importava agora, os danos não seriam diferentes.

Alex foi lançada longe passando totalmente por cima do carro e caindo no asfalto desacordada, e ao bater sua cabeça o sangue começou a escorrer como o melado escorre pelas panquecas no café da manhã. Ela não pode ouvir o grito que Jordan deu ao ver aquela cena. Nem mesmo sentir sua mão tentando acordá-la quando a tocou.

O motorista do carro não parou para ajuda-la a socorrê-la, apenas continuou a dirigir por medo de ser preso. O único carro que parou foi uma ambulância que por sorte passava por lá já a caminho do hospital após ter sido acionada por um trote em um endereço próximo ali. Jordan se colocou em sua frente agitando os braços e pedindo por ajuda até que ela parasse. E logo os paramédicos retiraram Alex e a colocaram na parte de trás da ambulância direta para o hospital com Jordan chorando ao seu lado.

Enquanto eles estavam na ambulância Jordan perguntava a todo instante se ela ficaria bem, e os paramédicos respondiam apenas que fariam de tudo para que isso acontecesse, mas pelo que parecia era apenas um desmaio pelo susto e um pequeno corte na cabeça pela pancada que sofreu devido ao impacto. No entanto, quando menos esperaram Alex sofreu uma parada cardíaca que foi avisada pelo aparelho que monitorava seus batimentos cardíacos.

Muro de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora