Prólogo

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•          1820         •

𝑷𝒂𝒔𝒔𝒂𝒗𝒂𝒎 das 17h da tarde, e o casarão Westwood estava agitadíssimo, com Caroline indo de um lado para outro se arrumando para o baile, a Senhora Fischer já estava pronta a algumas horas, enquanto Caroline ficava indecisa em qual vestido usar, afinal comprou todos aqueles vestidos exuberantes para irritar seu irmão, não para chamar muita atenção no baile, na verdade ela não queria chamar atenção nenhuma.

— Porque não coloca aquele lilás, o primeiro que você experimentou, ele não é simples demais, mas também não é pomposo demais, diz a Senhora Fischer.
— É verdade como não pensei nele, diz Caroline que corre até seu roupeiro e pega o tal vestido lilás e veste.
— Então o que acha?, diz Caroline.
— Linda!, diz a senhora Fischer.
— Tem certeza?, não acha que ficou demais com o colar?, diz Caroline já indo tirar o colar mas a governanta a segura.
— Não, está perfeita!, é o colar de sua mãe, tenho certeza que ela ficaria feliz de vê-la usando o colar dela, diz a governanta orgulhosa.
— Você tem razão!, diz Caroline que pega sua bolsinha e as duas saem do quarto, enquanto o visconde grita impaciente lá de baixo.
— Pra que tanta demora Senhoritas?, diz o Visconde.
— Já estamos descendo, ela grita de volta.

Quando as duas chegam à sala o Visconde fica boquiaberto.

— Nossa, vocês estão realmente lindas!, diz o Visconde que pega o braço delas e as coloca uma de cada lado.

Então os três saem de casa, e sobem na carruagem.

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Em alguns minutos, eles chegam e descem da carruagem, e já conseguem avistar o enorme palácio que era a casa da Duquesa Walker, a música já conseguia ser ouvida até mesmo da rua.

Antes de adentrarem o palacete, o Visconde para e adverte a irmã.

— Se comporte!, ele diz e Caroline assente que sim com a cabeça revirando os olhos.

Então os três adentram o palácio e já é possível ouvir as vozes das pessoas misturadas com a música clássica.

Já na entrada da casa, que tinha pessoas por todos os lados, um amigo do visconde o avista e vem em direção deles.

— Visconde Westwood, finalmente trouxe sua irmã para Londres, diz o cavalheiro de cabelos loiros um pouco bagunçados e olhos azuis bem clarinhos quase transparentes, de vestimenta azul com um tom divertido.
— Caroline e Senhora Fischer este é o Conde de Berkshire, diz meu irmão.
— É um prazer conhecê-lo Conde, diz a Senhora Fischer.
— O prazer é meu, você não tinha me dito que tinha uma governanta tão bonita, em sua casa Jacques, diz o conde beijando a mão da senhora Fischer o que a faz corar.
— Meu irmão nós contou da sua terrível derrota no poker, até uma criancinha ganharia de você, diz Caroline que faz o Conde rir.
— Bem que seu irmão me avisou de seu temperamento milady Caroline, devo levar isso como um desafio?, diz o conde sorridente.
— Quem sabe?, diz Caroline.
— Eu irei cobrar, diz o conde.
— Bem Thomas tenho umas coisas para falar com você, nós vemos mais tarde Ladies, aproveitem a festa, diz meu irmão não gostando de minha conversa com seu melhor amigo e saindo ao lado do conde.

Então Caroline e Chlotilde resolvem subir para o segundo andar do salão.

— Aí meu deus, eu não acredito!, diz a senhora Fischer.
— O que foi Senhora Fischer?, diz Caroline vendo Chlotilde eufórica.
— Jean-Claude em pessoa!, diz a Senhora Fischer.
— Ah o famoso chefe que você ama, diz Caroline.
— Sim, ele tem as receitas mais incríveis, ele até já cozinhou para a Rainha Vitória em pessoa, diz a senhora.
— Por que você não vai lá falar com ele?, diz Caroline.
— Tem certeza, a senhorita não vai se sentir sozinha não conhece ninguém aqui em Londres ainda, e eu vim para lhe fazer companhia, não devo ficar com a senhorita!, diz Chlotilde.
— Vá logo, eu não sou uma criança, tenho certeza que posso ficar sozinha por alguns minutos, diz Caroline a empurrando.
— Está bem, eu juro que não vou demorar, diz a senhora que vai em direção do chefe empolgada.

Então Caroline resolve descer novamente para o salão.

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— Viu eu lhe disse que vir para Londres iria te fazer se sentir melhor, faz um tempo que você tem evitado vir à capital, diz um homem de estatura mais ou menos alta, cabelos escuros, olhos verdes e um semblante marcado por um pouco de barba. Que conversa com o homem ao seu lado.

Um homem um tanto mais alto, com uma aparência um pouco mais madura que o outro, que aparenta ser bem novo, loiro de olhos azuis marcantes, que estava com uma taça de champanhe na mão.

— Sim, você estava certo, eu senti saudades de Londres, diz o homem de olhos azuis.
— Tem muitas moças em Londres que adorariam se tornarem a nova Marquesa de Bettany, eu sei que você não gosta de falar nisso, mas Olympia precisa de uma figura feminina em casa, e tenho certeza que Oliver não irá se importar, todos nós sabemos o quanto você amou a mamãe, diz o menino de olhos verdes.
— Sua irmã tem a senhora Louise, e outra não creio que tenha alguma moça aqui que me interesse, todas são jovens demais, diz o homem loiro que então avista uma jovem de cabelos escuros e cacheados descer as escadas, olhos escuros e pele bronzeada, lábios rosados puxando para o vermelho, com belos brincos de pérola, um acessório de pérolas brilhante nós cabelos também, e um belo colar no meio do peito, em um lindo vestido lilás.
— O que o senhor estava dizendo mesmo meu pai?, não na verdade, não precisa repetir, acho que eu sei, "outra não creio que tenha alguma moça aqui que me interesse, todas são jovens demais", diz o menino em tom provocativo imitando a forma como o pai havia dito.

Pois era notável o quanto seu pai tinha ficado impressionado com a presença da Jovem.

— Talvez você tenha razão, talvez, diz o marquês.
— Por que não a convida para dançar ela parece solitária, diz o mais novo.
— E se ela for casada?, diz o marquês.
— Eu não vejo nenhuma aliança em suas mãos, você vai chamá-la pra dançar, ou não?, se você não for eu vou, diz o mais novo provocando o pai.
— Não se atreva, eu ainda sou o seu pai, e tudo bem eu vou convida-lá para dançar, espero que ela não recuse, diz o homem.
— Eu duvido que ela vá recusar, nunca a vi em Londres antes, deve ser nova aqui, não deve ter muitos pretendentes, vou dar uma volta, se divirta Pai, diz o mais novo que sai.

Enquanto o mais alto vai em direção da moça que parecia apreciar o baile de costas para ele com uma taça de champanhe na mão.

— Com licença, Milady!, diz o homem parando ao lado de Caroline que se vira ficando de frente para ele e se espanta, e fica o olhando fixamente por alguns segundos até que o homem fala.
— Você está bem?, diz o homem sem entender.
— Sim!, sim!, diz Caroline respirando profundamente.
— Que bom, diz o homem que da uma leve risada.
— A senhorita está sozinha?, ele diz.
— Sim, não!, na verdade eu vim com meu irmão, ela diz.
— Ah entendi, ele diz.
— Acho que vou encontrá-lo, não vou mais incomodar o Senhor, diz Caroline quase saindo mas o homem a segura o braço levemente.
— Não, não está me incomodando na verdade eu que estou incomodando à senhorita,  bem como devo chamá-la...onde está a minha educação, diz homem rindo de si mesmo.
— Eu sou o Marquês de Bettany, muito prazer, ele diz a cumprimentando beijando sua mão.
— Muito prazer Marquês, eu sou a irmã do Visconde de Westwood, Milady Caroline-Marie, diz Caroline.
— Muito prazer, Milady Caroline-Marie , bem milady me daria a honra de uma dança, diz o marquês sorridente.
— Não...não!, eu sinto muito, diz Caroline que sai do salão e sobe as escadas apressadamente, deixando as luvas que segurava caírem de suas mãos no caminho.
— Milady, Milady suas luvas!, diz o Marquês confuso que recolhe as luvas da escada mas Caroline já tinha sumido do salão.

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— Caroline, onde você estava?, eu estava te procurando, diz Senhora Fischer que aparece e vê Caroline chorando em um banco no jardim.
— Oh meu Deus, criança!, por que está chorando, o que fizeram com você?, diz a Governanta a abraçando.
— Ele está aqui!, Chlo, diz Caroline entre lágrimas.
— Quem meu amor?, alguém fez algo com você?, diz a senhora confusa.
— Não, se lembra de Oxford, eu tinha 18 anos e estava no meu primeiro ano e acabei esbarrando em um rapaz sem querer..., Diz Caroline e as memórias de Chlotilde começam a lembrar.

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As Luvas Perdidas de Lady WestwoodМесто, где живут истории. Откройте их для себя