C.64 - Sem respirar VI

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ALEXANDRE

Respiro fundo, enquanto todos ficam ao meu redor e então atendo e coloco no viva-voz.

-Alô?

-Sabe, eu acho que estamos bem sintonizados um com o outro, porque eu estava prestes a ligar para você quando mandou o helicóptero pra minha zona. Uma coisa tenho que confessar, você é corajoso, Ferrari! – fala o infeliz e o seu tom entrega a raiva.

-Coragem é o que não me falta e nem balas pra acabar com você se tiver encostado nela!

-Então temos mais em comum do que pensei. Não se preocupe, ela está bem... ainda. – diz em tom sarcástico e aperto o celular na minha mão.

-Onde ela está? – pergunto

-Ah, você sabe onde ela está... está comigo. Sei que já me rastreou, que sabe tudo de mim, da minha vida e da minha família. Eu não estou me escondendo...

-Até onde eu vejo está sim, atrás de um monte desses seus malditos capangas!

-E você dos seus seguranças. Cada um com seus recursos, Alexandre... é Alexandre não é?! – ele indaga, mas a sua voz mais distante indica que não é para mim que está perguntando. – Bom, ela não confirmou, mas pela cara de raiva deve ser.

-Então vamos, infeliz, eu me livro de todos os meus homens, você dos seus e nós dois nos resolvemos sozinhos. Que tal? – pergunto e ele sorri do outro lado, enquanto Apolo já me encara puto.

-Eu não sou burro, Alexandre, não subestimo você, sei do que é capaz. Mas também recomendo que faça o mesmo comigo, porque eu já mostrei uma ponta do que posso fazer e acredite, eu ainda vou muito além se precisar.

-Muito além eu garanto que não vai, porque eu vou estar no meio do caminho para te parar, infeliz!

-Que tal escolhermos o caminho fácil para nos encontrarmos?

-Diz logo o que caralho você quer!

-Você é direto, gostei. Vou fazer o mesmo. Eu vou soltar a sua namoradinha.

-Vai soltar ela? – pergunto estranhando

-Sim. Como, quando e em que estado, depende de você. – Desgraçado!!

-Qual a sua condição? – pergunto de uma vez

-No caso, condições. Eu tenho duas, apenas.

-Então desembucha!

-A primeira delas não deve ser difícil pra você, seu irmão é da polícia, então vai facilitar o processo... – fala e encaro Apolo que faz o mesmo, já franzindo o cenho para o aparelho – Eu quero que solte Roberto Sanchez.

Ele diz e então faço uma carranca para o celular e em seguida encaro meus irmãos e Rodrigo, que estão todos com o mesmo semblante que eu ao ouvir o absurdo que ele acabou de falar.

-O que foi? Você morreu, por acaso?! – pergunta com a demora para uma resposta.

-Para o seu azar, não.

-E então? Quando vão soltar ele?

-Nunca! Pode esperar sentado, porque isso não irá acontecer! – respondo firme e então ele começa a sorrir. Além de desgraçado é louco!

-Sabe, eu já tinha certeza que negaria isso, mas é aquela coisa, nunca custa tentar!

-Que bom que é consciente...

ALEXANDRE FERRARI IIOnde histórias criam vida. Descubra agora