Capítulo 32 - Saudades e mudanças

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Depois de se libertar do turbilhão que o deixou meio enjoado, Harry se viu ao lado de Dumbledore num povoado que estava totalmente silencioso por estar tarde da noite, e todos os trouxas estarem dormindo. Harry começou a caminhar ao lado, enquanto ouvia Dumbledore começar a contar sobre o motivo de estarem ali, que era para convencer um velho professor de poções a voltar a lecionar em Hogwarts, e ele seria a isca perfeita, pois o velho Horácio Sluggorn adorava colecionar talentos, e ele seria praticamente o diamante mais valioso da sua coleção.

Por dentro Harry revirou os olhos cansado de sempre ser visto como uma estrela onde quer que fosse. Ele apenas balançou a cabeça concordando com preguiça de reclamar alguma coisa, depois de tantos anos acontecendo coisas inesperadas com ele.

Finalmente chegaram numa bela casa grande trouxa, invadindo pelo portão e ao abrir a porta da frente e entrar, tudo estava revirado como se uma luta tivesse ocorrido devastando tudo. Móveis rasgados, vidros quebrados, teto dilapidado, sangue no teto, nas paredes e no chão.

Harry apenas bocejou pois estava com um pouco de sono, e olhou para perto da porta com o canto do olho uma poltrona que não se encaixava direito na sala devastada pelo que parecia um furacão, que tinha a capa de listras azuis e brancas como um pijama, Depois que Dumbledore provou do sangue que caiu em sua testa do teto, resmungando sobre ser sangue de dragão, Harry observou divertido seu velho mestre enfiar a varinha na almofada da poltrona, fazendo a cabeça de um velho ranzinza sair da parte de cima, e começar a reclamar com Dumbledore, até Harry ouvir o velho malandro desviar o assunto sutilmente para sua presença, e ele como um bom garoto celebridade, apenas sorriu modestamente quando ouviu a frase que já escutou mais de mil vezes: " Harry Potter!".

Harry teve que segurar a língua para não retorquir o velho. Não, aqui é a fada madrinha. Será que existe outro cara com um raio na testa, caçado por lordes das trevas, com uma vida maldita e miserável de tormento e sofrimento? Não. Então só pode ser ele mesmo.

Depois de Dumbledore escapulir com uma desculpa esfarrapada, Harry começou a conversar com o velho, que falava com orgulho de seus alunos famosos mundo afora, e de como seus contatos eram poderosos. Falou da garota que entrou para o time feminino de quadribol, Harpias de Holyhead, do cara no profeta diário, dos irmãos Black que ele tinha conseguido apenas Régulus, logo mudando o tema quando falou de sua mãe que era um gênio em feitiços e encantos.

Harry coincidentemente mencionou Hermione como o gênio nascido trouxa de sua série, enrolando o velho, e descobriu que não era desagradável conversar com ele, pois Harry gostava de ouvir as histórias dos veteranos que tiveram sucesso em suas vidas, sem temer morrer a cada segundo. No fundo, Harry invejava uma vida pacífica onde sua maior preocupação seria passar na escola com as melhores notas, arranjar um emprego bom, e se casar com alguém que ele amasse, tendo filhos em sua casa como o Lorde da família Potter, onde ele poderia viver mimando sua esposa ou marido, e criando seus filhos sossegados. Uma família de verdade, já que ele nunca teve uma de verdade.

Harry não falou o que pensava, dando tempo para Dumbledore voltar, e o arrastar para ir embora com um tom chantageador dizendo que o velho Horácio estaria seguro em Hogwarts e blá, blá, blá. Assim que saiu com o velho diretor pelo portão, começou a contar de cinco segundos, chegando no um e ouvindo a rendição do velho mestre de poções que anunciou que voltaria, mas queria um aumento e outra sala maior.

Sabendo o que aconteceria a seguir, Harry pegou no braço dele e logo desaparatou e surgiu em cima da água do riacho perto da casa dos Weasley, e praguejou um pouco quando suas calças ficaram molhadas sem aviso. Pegando a varinha ele desaparatou para perto da casa, saindo do campo de trigo e enviou silenciosamente seu malão da escola e coruja para a sala da casa, andando enquanto secava suas roupas com um aceno de varinha.

Dentro da toca, enquanto Gina se preparava para ir dormir depois de tomar água na cozinha, ela passou pela sala e viu o malão e a coruja de Harry, e animada correu até a escada perguntando a todos quando Harry tinha chegado, alarmando todos os moradores, até que ela ouviu a voz dele da sala e foi correndo. Quando o viu, com um sorriso correu até ele e o abraçou forte, sendo retribuída.

Gina sabia que mesmo que ela gostasse dele por todo esse tempo, ele a tratava como sua irmã. Ela também se tornou sua melhor amiga, a quem ele nunca guardava segredos, então ela sabia do lance dele com Malfoy. Mesmo que fosse uma pena para ela, ela não fez cena ou teve uma birra. Apenas aceitou de cabeça erguida que o destino não combinou, e tratou de procurar outros homens para ver se conseguia achar o amor novamente. Como amiga íntima, Gina diversas vezes conversava com Harry e o aconselhava quando aquele homem estúpido estava indo pelo lado errado.

Harry ficou feliz ao ver Gina. Claro que ele sabia que ela gostava dele como mulher, mas ele não sentia o mesmo por ela, e por isso no quinto ano ele rejeitou diretamente os sentimentos dela por ele, pois ele nunca iria ferir seu coração a traindo com outro, pois além de ser a irmã de um de seus melhores amigos, ela era uma amiga muito querida para ele. Ela e Hermione Harry amava como suas irmãs. Uma inteligente e outra ousada e corajosa.

Depois da sessão de abraços de Gina, Rony, Hermione e a senhora Weasley, Harry levou suas coisas para o quarto de Rony, que tirou a cama extra que pertencia a Harry quando ele passava os dias na casa do amigo. No quarto, ele, Rony e Hermione conversavam sobre o poder de Dumbledore e sua idade que parecia chegar aos 150 anos por aí.

Essa noite parecia que era mais agitada para todos. Num bairro sujo e dilapidado de Londres, onde nem mesmo os urubus voavam, no meio da chuva torrencial que lavava o lixo nas ruas, uma mulher de aparência elegante, vestida com uma capa preta chegou na porta de um prédio, que foi aberta a porta por um homem trouxa que parecia controlado por magia.

Na poltrona central da sala, com várias estantes de madeira escura cheia de livros, um homem muito familiar estava lendo o profeta diário, que tinha a manchete principal sobre se Harry Potter, era o Eleito a matar Voldemort. Ouvindo os passos, o homem que lia o jornal o dobrou, mostrando seu rosto. Nariz anguloso, pele pálida como um fantasma, cabelos oleosos negros, olhos escuros penetrantes frios cheio de zombaria e sarcasmo sem fim, vestido totalmente de preto, Severus Snape observou sua convidada indesejada. Narcisa Malfoy.

Ouvindo o pedido dela, Snape apenas suspirou irritado por ter mais um trabalho a cumprir, e fez um voto perpétuo que faria tudo em seu alcance para proteger Draco até que ele cumprisse a tarefa do lorde das trevas esse ano.

No último dia antes da viagem de trem, Harry começou a encher seu malão onde ele poderia dormir no interior com todas as coisas que ele iria precisar. Roupas, livros, comida, ingredientes de poção, armas, varinhas extras, e todas as Hórcrux quebradas que ele já tinha destruído. Afinal, assim que ele saísse de Hogwarts esse ano, e voltasse para a casa dos tios pela última vez, ele nunca mais iria voltar, e teria que se envolver na guerra como um herói dos bruxos.

Felizmente no segundo ano, graças a ajuda do chapéu seletor, ele tinha banhado a espada da grifinória com o veneno de Basilisco que ajudaria Neville a matar a cobra. E como ele sabia onde a taça estava, ele precisaria invadir o gringotes. Mas dessa vez ele controlaria Grampo se o visse dessa vez com a Imperius diretamente, e o mataria o jogando na boca do dragão no subterrâneo que guardava a porta do cofre dos Lestrange.

Logo o dia de voltar no trem chegou, com a família Weasley os deixando na estação King's Cross observando todos os seus filhos e amigos deles embarcando para o que seria sua última viagem de trem, antes de tudo estourar. Harry seguiu seus amigos para a cabine, botando os assuntos em dia. Depois do tempo habitual, chegaram em Hogsmeade com Harry e Rony esperando Hermione se vestir, para depois trocarem de roupa para seguirem a amiga para fora.

Harry olhou para o lado quando saiu do trem, observando um certo loiro que tinha uma expressão sombria, fria e agressiva. Harry suspirou quando o observou apenas acenar para ele, e seguir em frente com sua turma. Harry não se lembrava se tinha destruído aquele armário sumidouro da sala precisa, portanto olharia hoje assim que terminasse as celebrações depois do jantar.

Respirando fundo, Harry foi em frente subindo nas carruagens, desfrutando do seu último passeio em um bom tempo em direção a escola que se tornou sua casa por muito tempo.

Harry Potter: A Verdadeira SerpenteOnde histórias criam vida. Descubra agora