CRIMINALS | l.s

★ thirty-two.

Episode: Eyes Don't Lie.

— Nããooo... — Liam lamentou melancolicamente jogando a cabeça para trás enquanto os braços estavam em volta do ombro de Lilian. — Estou cansado de ter que lidar com o fuso horário.

— Não há diferença de horário entre Chicago e a Cidade do México, Liam — Eu digo.

— Mas deve ser umas nove horas de voo!

— Na verdade são aproximadamente três horas e meia de viagem — Harry diz.

— Liam nunca foi bom em matemática.

— Deu pra perceber.

Como eu imaginava, não ficaríamos muito tempo em território mexicano. Sem Luke, um dos homens que trabalhavam para ele nos informou para arrumarmos nossas malas sem nenhum aviso antecedente.

Não fiquei surpreso, parecia previsível ele não esclarecer o motivo e só depois a explicação vir à tona. Igual a ideia de ter ido a Las Vegas, só soubemos o que faríamos durante a viagem. A única coisa que tínhamos que fazer era confiar nas coisas que Luke falava para fazer.

E eu odiava isso. Mas não podia recusar. Durante as reuniões baratas que programamos quase nunca alguém parecia concordar comigo, depois da suposição aleatória que me surgiu à mente todos pareceram me achar ingrato demais para ser digno de dar ouvidos. Sendo que fui eu que iniciei tudo isso! Eles eram estultos às vezes, mas eu não ligo. Nunca liguei para a harmonia que passava para outras pessoas.

Foi incrível acordar hoje de manhã e poder sentir o cheiro de Harry de perto. Gostaria de ter ficado mais tempo apenas sentindo seu aroma, porém decidi ter uma rotina sobre ter um sono regulado. Sendo que, sempre que eu estava com Harry, minha insônia simplesmente sumia e eu dormia rápido – bem.

Faltava ainda uma hora para pousarem. Todos dormiam em suas cabines privadas, enquanto em nenhum momento me passou pela cabeça de ir dormir. "Love Me Again" ensurdecia um dos meus ouvidos quando dei play na música por lembrar de sua existência – depois de saber que John Newman iniciaria sua turnê em Chicago e, dependendo de onde ficaríamos hospedados, poderíamos ouvir o show de longe.

Apreciava uma foto na minha galeria quando levei um susto pela presença de Payne atrás de mim, pegando-me desprevenido pelo barulho estranho que produziu e me fazendo desligar o celular na hora. Ele se move dramaticamente para o assento em minha frente com uma expressão incitadora e eu acompanho cada movimento com os olhos até ele se sentar.

— Que merda — Disse, piscando os olhos lentamente como se tivesse visto um fantasma. — Você e Harry estão namorando.

Meu corpo trava.

— Você está louco — Falei automaticamente. — De onde tirou isso?

— Eu não estou louco.

— Sim, você está — Minha garganta seca em segundos pela situação. — Preciso beber água. — Fico de pé e tento chegar ao compartimento de bebidas, pegando uma garrafinha do líquido que mencionei, dou goladas rápidas esperando que ele esquecesse logo daquilo e recebesse minha afirmação.

— Então estou louco por que vi que você tem uma foto de Harry dormindo como papel de parede?

Eu engasgo.

— Meu papel de parede não é Harry.

— Mas tem uma foto dele. Eu vi.

Não tinha como negar mais. Ou eu me jogava para fora do jatinho ou eu assumia tudo. Eu estava com preguiça de dar sete passos para a porta do aeromodelo. Fico sentado a sua frente como segundos atrás e bufo intrigado.