6: Erro Médico

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Todo mundo conhece alguém que foi no hospital com uma simples doença, e voltou de lá em um caixão. Uma simples gripe que se transformou em pneumonia, uma unha encravada que gerou uma amputação, só que no pé errado! Etc...
Não, não... O caso do teu marido que foi no "hospital" na sexta e voltou às 3h da manhã de domingo, "tonto" e soropositivo não entra nessa lista.

Início.

Água gélida e torrencial caia em meu rosto, despertei tonto, com a vista embaçada, nu, de baixo do chuveiro.

Não entendi o que estava fazendo ali, quando retomei a visão, percebi sangue espalhado por todos os lados. Uma forte dor de cabeça palpitante, e uma cicatriz de uns 30cm que atravessava o meu tórax até as costas, costurado de maneira escrota.

Resolvi procurar um médico para tratar aquela bisonha, repulsiva, grotesca e incomoda... Dor de cabeça.

Já no táxi, a única coisa que consegui me lembrar da noite anterior, era a palavra "Traição!".

Amigos? Eu não tinha... Mulher? Também não tinha... Ter pegado a mulher de alguém e por isso ter tomado uma facada violenta? Só pode!

Confesso que fiquei com um pouco de orgulho de mim mesmo, e sem perceber soltei em voz alta:

"Ual! Eu peguei uma mulher!"

O taxista me olhou com uma puta cara estranha, mas seguiu a viagem em silêncio.

Chegando no hospital e finalmente encaminhado ao doutor, relatei as dores de cabeça, sem mencionar a cicatriz. Conversamos por uns 15 minutos e sem exames e nem nada, me receitou Tylenol e junto a receita um cartão de um psiquiatra.

Mas não mesmo que eu gastei 15pila de taxi para receber uma receita putinha de Tylenol e uma suspeita sobre a minha sanidade!

- Doutor, tem mais uma coisinha - comecei a tirar as calças, a cueca.

- Calma rapaz, não precisa...

(Tirei minha camisa)

- Nossa! Que coisa escabrosa essa no teu corpo rapaz!

- Chegue mais perto doutor...

O doutor retraiu o rosto como se tivesse provado uma sabor amargo, arrumou os óculos, e quando inclinou-se para olhar mais de perto, eu peguei a tesoura prateada que estava sobre a sua mesa e enfie no pescoço do doutor. Rapidamente tapei sua boca e arrastei o corpo convulsivante do doutor, para trás das cortinas de uma sala pequena, (onde ele provavelmente abusava de algumas pacientes), então esperei ele morrer em meus braços, olho no olho, as últimas palavras que ele ouviu foram:

"Tylenol é teu cu, velho pedófilo!"

Trajei o jaleco que se encontrava em sua cadeira e chamei o próximo paciente...

Todos que entravam na sala, se assustavam com o sangue no chão da sala, e me fingindo de doutor, expliquei para uns que se tratava de uma paciente com síndrome rara de menstruação aguda, e para outros pacientes falei que tinha sido nada grave, apenas um aborto espontâneo no oitavo mês.

Foi um dia incrível! Receitei até cigarros com cocaína, para um paciente com depressão. E diagnostiquei câncer indiscriminadamente em todas as crianças... Só pela reação das mães, que ficam lindas, quando estão desesperadas... Dava até vontade de corta-las ao meio bem ali, na frente dos filhos.

Retornando do meu novo emprego, observei um bilhete no meu espelho...

"Além do teu coração, levei um rim também... Beijos, assinado: Luiza"

Contos: Amoralidade Nas EntranhasWhere stories live. Discover now