3: Auxílios Desnecessários Para um Mal-Humorado

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"Acordar numa segunda-feira,
e pior, ter que ir trabalhar,
e pior, ter que continuar inalando oxigênio!"

Início

Se bem que já até me acostumei em ser diariamente enrabado pelo meu chefe, para que sua esposa possa continuar a comer e engordar feito uma elefanta!
Acostumei-me, a levantar como um zumbi, depois de noites mal dormidas causadas por vícios e compulsões
que alimentam significativamente o meu mau humor e o desgosto nas minuciosas observações das relações
humanas.

Chegando no trabalho, o chefe anuncia:

"Tenho notado o excepcional serviço que tem feito por essa empresa, e resolvi te dar um..."

Automaticamente um sorriso surgiu em meu rosto, nem acreditei! Estaria eu, recebendo finalmente um aumento salarial? Ou talvez uma cesta básica de uísque com cigarros?Ou melhor, um latão de Zyklon B em uma embalagem de shampoo, para desfrutar um banho digno de Auschwitz?

Não, não e não! O cretino anunciou que eu estaria recebendo um AUXILIAR! Isso! A porra, a bosta, o merdinha de um auxiliar, para retirar a única coisa boa da minha vida que era trabalhar sozinho, sem ninguém enchendo o saco na minha volta... Se ao menos fosse uma loira peituda...

O auxiliar era um tal de Eurico, garoto franzino, de óculos que parecia sofrer de esclerose lateral amiotrófica, além de possuir um bigodinho de penugem repulsivo naquela cara de completo idiota. Perguntei:

- E como é que o Stephen Hawking ai vai me ajudar?

- Zequialdo! Pare de ser rabujento! Ele fez curso no SENAI, e é um bom garoto. - Respondeu o chefe, acariciando o próprio bigode, um tique nervoso e obsessivo, que me dá uma imensa ânsia de vomito.

[Na verdade Eurico estava enrabando a filha do chefe, só por isso conseguiu o emprego, e eu não tiro o mérito, pois pra comer aquela débil mental, caquética, asquerosa, imunda, sórdida, lerda, estrambótica, repulsiva, de boca torta e gorda, que o chefe chama de filha, alguma vantagem teria que se ter.]

O chefe saiu e começamos a trabalhar... Foi chato? Foi! Teve silêncio mortal? Teve! E como não teria? Pedi pra ele me alcançar uma chave Philips, ele me trouxe uma fenda!
E para não constrange-lo no seu primeiro dia, (ou justamente para isso.) arranquei o parafuso com os meus próprios dentes... Foi ai que ele falou: "A Philips não é essa né?..."

Olhei o filho da putinha dos pés a cabeça, com uma imensa cara de bosta e o silêncio mortal e perpétuo voltou ao recinto.

Bom... Finalmente estou em casa, agora vou me entupir de simpatomiméticos que furtei da farmácia, misturarei com doses de Pitú, e vou esperar uma adrenalina compulsiva que me faça sair da cama e morrer, ali, na calçada... Nu e com uma faca na mão, assustando os meus vizinhos com meus gritos de macaco.

PS.: Esse é um texto puramente fictício, apesar das imensas coincidências que batem com a vida real.
Ainda assim é fictício ouviu chefe? Teu genro é tri legal, tua filha é muito bonita, e sua mulher é mag... Querida, muito querida!
Deixo claro isso, pois fico com o cu na mão de perder o emprego e acabar tendo que massagear genitálias velhas para manter o padrão de vida.

Contos: Amoralidade Nas EntranhasWhere stories live. Discover now