Valentina arregalou os olhos quando a esposa se levantou da cadeira e tirou camisola que vestia. Juliana virou-se e continuou em direção ao jacuzzi apenas de calcinha, descendo cuidadosamente os degraus e entrando aos poucos.
Valentina ficou com a boca aberta por um momento, mas se recuperou rapidamente e foi atrás dela, tirando a camisa enorme que ela vestia e em seguida a calcinha antes de entrar na água.
Juliana estava modificando a temperatura, quando Valentina a puxou e para seus braços.
—Auch.
—Desculpe, amor, eu fiquei um pouco animada. _ela disse baixando o olhar.
—Seus seios já estão maiores...
—Eu sei, eles me incomodam, doem um pouco.
Valentina segurou Juliana com a mão esquerda e levantou a direita para tocar seu busto suavemente, eles definitivamente pareciam maiores.
—Oh, eles estão sensíveis, até o sutiã me incomoda, é por isso que não os uso esses dias. _falou fechando os olhos tentando relaxar.
—Isso é bom.
Valentina massageou o outro lado e acabou dando um beijo em cada um.
—Melhor?
—Muito melhor. _Juliana abriu os olhos e deu-lhe um beijo ardente mordendo o lábio inferior.
—Eu sei que não... você sabe, mas vou te compensar muito bem.
—Estarei esperando por isso ansiosamente.
—Eu farei tudo para que esteja segura. _disse Valentina dando-lhe um beijo esquimó. Ela trouxe o rosto de Juliana até a clavícula e a deixou lá enquanto ela mimava suas costas e Juliana acariciava seu peito inocentemente.
—Val, você pode me dizer o que está acontecendo?
Valentina a apertou contra seu corpo.
—Eles voltaram, mas são cada vez mais estranhos.
—Aconteceu ontem?
—Sim...
—Desde quando eles voltaram?
—Algumas noites depois do susto que me levou a encontrar você no pronto-socorro novamente.
—Meu amor, você ainda se sente culpada? Porque eu já disse que não foi culpa sua.
Valentina não queria dizer que estava tendo um momento tão bom que não queria incomodar Juliana.
—Sim sim, talvez por isso os sonhos tenham voltado.
Na cabeça de Valentina aquilo se repetia. "Diga a ela que ela não estava no sonho, que sempre estava sozinha com o bebê, que o bebê era lindo, mas chorava porque sentia saudades da mamãe e que sua ausência fez com que sua família caísse em uma tristeza da qual não conseguiam sair sonho após sonho."
—É sobre o que conversamos um tempo atrás?
—Ainda estou pensando nisso.
—Tudo bem amor, mas isso me preocupa, seu sono e sua mente devem descansar.
—Vou pensar sobre isso, chiquita.
***
Valentina trabalhava no estúdio de gravação, tinha reuniões nos escritórios e não podia faltar, por mais que quisesse estar em casa nessas horas.
Renata passou por ela assim que terminou e juntas foram para a casa. Entrando, sentiu frio em sua casa, ela tirou os sapatos perto da entrada e continuou subindo as escadas para se trocar. Enquanto Renata tirava algumas coisas do carro.
No banheiro, ela se olhou no espelho e não conseguiu reconhecer a mulher que viu, essa Valentina tinha olheiras. Olhos que careciam de brilho, por mais claros que fossem. Isso era o resultado de inúmeras noites sem conseguir dormir, de horas e horas limpando sua casa e ainda vendo-a sem o resultado que ela esperava.
Ela lavou o rosto e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo alto. Indo para o camarim para colocar um pijama de coelho rosa, mas não antes de sentir seu rico perfume.
—Vale, você quer fazer isso hoje? _Renata apareceu na porta da sala anunciando sua entrada com duas batidas na porta.
Valentina saiu com uma calça confortável também e Renata sorriu ao ver o que vestia, sem dizer nada caminhou com a assistente ao seu lado, continuou pelo corredor e abriu a porta, ela deu um leve empurrão e ficou olhando ao redor do quarto.
Obrigou-se a entrar e ficou no centro por alguns instantes, quando sentiu a mão de Renata em seu ombro moveu-se novamente indo para o lado do quarto e pegando um cobertor, dobrando-o e colocando-o de lado, o mesmo fez com um lençol macio . Então pegou o resto das coisas e colocou em uma caixa.
Renata abriu a cômoda e começou a tirar as roupas, colocando-as nas bolsas. Em seguida, pegando as coisas das prateleiras e colocando-as em caixas, marcando-as.
Valentina ia começar a desmontar um pequeno abajur quando, olhando para a parede oposta, viu um quadro e foi até ele imediatamente. Ela o contemplou, desenhou com as pontas dos dedos em toda a volta, pegou-o e segurou-o nas mãos, sem perceber um grito de agonia veio dela fazendo-a deslizar pela parede com a pintura contra o peito.
Renata largou o que estava fazendo e foi para o lado dela, abraçando-a.
—Por que eu? Por quê?
—Coloque para fora, você precisa disso. _Renata a encorajou.
—AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Pesadelos.
Start from the beginning
