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Já se ouvia as batidas da música eletrónica que passava dentro da gigantesca mansão. Eu sentia uma sensação estranha na barriga, como se a música estivesse a dar dentro de mim de tão alta que estava. Pelas janelas via-se várias luzes coloridas. Por momentos pensei que estava prestes a entrar numa discoteca e não na mansão que tanto conhecia.

A porta abriu-se após o Dylan tocar à campainha várias vezes seguidas. Um Benjamin sorridente e vestido com uma roupa casual, mas bonita, apareceu na porta.

- Scarlet, vieste! – abraçou-me e eu retribui o abraço logo de seguida. – E vocês também! Fico muito contente.

- Eu não perdia uma festa assim por nada deste Universo. – falou o Adler e logo entrou. Às vezes surpreendia-me como o Adler era demasiado tímido ou demasiado efusivo.

Invadimos também a sua mansão e logo avistei várias cores, bebidas e pessoas a dançarem. Na parede tinha uma grande faixa a dizer «Parabéns Benjamin» a letras coloridas. Tinha algumas meses preenchidas com comidas rápidas e doces. Num pequeno bar, que suspeitava ser do seu pai, estavam várias bebidas entre sumos e algumas alcoólicas. As colunas perto da televisão geravam um som muito alto e mexido que fazia com que as pessoas ou dançassem loucamente ou se mexessem subconscientemente. Avistei também alguns miúdos sentados no chão a jogar alguns jogos que pareciam ser estúpidos e enfadonhos.

- Onde é que estão as Pringles? – ouviu-se a voz de um miúdo baixo e rechonchudo que estava perto das mesas de comida.

- Benjamin, tu conheces estas pessoas todas? – perguntei confusa porque se bem me lembro que desde que somos crianças que ele não tem muitos amigos. Também não sou ninguém para falar, eu tenho apenas a minha equipa, o Hans, a Daisy e ele.

- Não, só vos conheço a vocês. – falou sem se importar como se fosse normal.

Então quem são estas pessoas todas e porque é que vieram à festa de aniversario dele? Em primeiro, em que é que o Benji estava a pensar quando os deixou simplesmente entrar?

- Desculpa? – a Rose perguntou sem se acreditar na resposta que ouviu dele.

- Um grupo de miúdos que estava por perto ouviu a música e veio ver o que era. Eles acabaram por entrar, convidaram mais amigos e foi aí que as coisas começaram a descontrolar-se um pouco. – contou-nos o ocorrido que aconteceu há uma meia hora atrás.

- Um pouco? – perguntamos os quatro ao mesmo tempo o que o fez rir.

- Bem, é como o ditado diz, «Quantos mais melhor»! – disse e depois afastou-se quando ouviu uma miúda bêbeda gritar que ia partir a casa toda.

Andamos os quatro pelas pessoas que dançavam e acabamos por nos juntar a elas. Mesmo tentando descontrair, continuava em alerta avistando os vários desconhecidos que estavam presentes naquela festa. Tentava observar se não estava ali alguém suspeito. Apesar de desconfiar do William, é apenas uma mera dedução minha. O suspeito ainda pode estar à solta, o suspeito pode estar aqui mesmo e eu não o conseguir simplesmente descobrir. Não sei nada sobre essa pessoa. Não sei a idade, de qual reino é, como é. Estou completamente às cegas, o que indica que o assassino é tao inteligente como eu. Ou mais

- Ei, vocês os quatro aí! – a voz do rapaz chegou até os nossos ouvidos o que nos fez virar o rosto até encontrar um rapaz de cabelos vermelhos que parecia ter a nossa idade. – Nós queremos jogar um jogo, mas precisamos de mais pessoas para ficar interessante. Vocês alinham?

Entreolhamo-nos todos um pouco confusos, mas curiosos com o que o jogo seria. Eu apenas sabia jogar um jogo que o Hector me decidiu ensinar, durante todo o verão. Xadrez. Um jogo de tática e de estratégias. Um jogo que tens de pensar nas tuas próximas ações e consequências que elas terão. Um jogo que tens de pensar numa forma de vencer o adversário sem ele perceber.

𝐎𝐬 𝐄𝐥𝐞𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝟐Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt