› don't go

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Ele odiava mentir, odiava a forma como seu estômago parecia queimar todas as vezes que olhava para aqueles olhos verdes enquanto sabia o peso que carregava sobre os ombros. Odiava tanto quando odiava o fato de que simplesmente não poderia dizer o quanto estar perto dele era sufocante, quer dizer, Harry estava cheirando como estivesse na porra de um cio sem fim. E, até mesmo para Louis, controlar-se estava sendo a porra de um desafio realmente difícil de se lidar. Com o seu olfato completamente arruinado, o ômega simplesmente não tinha consciência do quanto seu corpo estava liberando feromônios como um louco desde que havia acordado a alguns dias. E, sinceramente, os remédios receitados para controle não estavam sendo de grande ajuda. Não para Tomlinson. Não quando tudo o que ele queria era se afogar naquele cheiro doce e se perder sem esperanças de voltar porque o mundo real era mesmo uma merda com a qual ele não se via nem um pouco ansioso para lidar. Ainda assim, bem, as coisas nunca costumavam ser como o alfa queria então lá estava ele, enrolando-se em Styles enquanto raspava os dentes na parte interna de sua coxa em completa devoção como se o tempo não estivesse correndo como a porcaria do filho da puta que era.

De qualquer forma nada além das reações de Harry Styles importava de fato naquele momento, não quando o ômega tinha os lábios bem presos entre os dentes e o quadril arqueado enquanto a bunda vazava implorando por ser fodida. O cheiro ali em baixo poderia levar Louis à loucura se ele já não estivesse completamente insano a ponto de sentir-se doente para entrar no ômega e marcar seu pescoço pálido tão forte que o faria gritar até que Neil Armstrong seria capaz de ouvir lá da porra da lua no século passado. É, seu alfa estava rugindo como um animal dentro de si enquanto o eco rosnava através de sua garganta conforme escorregava a língua em todo o contorno íntimo do Styles, sentindo o gosto ali na ponta de sua língua para nunca mais esquecer. Nem depois da porra de um milhão de anos.

Ele tinha sorte, tipo, os problemas da sua vida definitivamente não estavam todos resolvidos sobre sua mesa mas, ainda assim, apenas o fato de poder compartilhar aquele momento com o ômega o fazia o cara mais fodidamente sortudo do mundo. Quer dizer, isso e também todo o resto que havia acontecido desde o maldito dia que havia deixado aquela casa depois de passar o cio com o ômega que agora gemia ruidosamente enquanto empurrava a bunda na direção da sua cara como se o mundo dependesse disso.

Haviam tido momentos difíceis, como quando viu sua mãe naquela cama de hospital completamente perdida dentro de si mesma com olhos fundos enquanto encarava a parede como se não estivesse a vendo realmente. Ainda que aquela fosse uma realidade com a qual ele estava basicamente acostumado a lidar, vê-la daquela forma enquanto suas veias estavam cheias de agulhas e as mãos presas com amarras almofadadas o feriu de uma forma que não pensou que seria possível, não depois de tudo o que haviam passado. Tomlinson a abraçou pelo que pareceu horas, como um garotinho perdido enquanto deixava todas as lágrimas escorrerem pelo seu rosto porque aquela era a primeira vez em anos que havia conseguido permanecer tão próximo a sua própria mãe sem que o cheiro absurdamente sufocante dela o fizesse querer arrancar o estômago fora. Jay não cheirava tão mal naquele dia e os médicos pareciam otimistas a ponto de quase garantirem que aquilo seria permanente, que sua mãe não cheiraria mais como um cadáver esquecido em um esgoto qualquer. Isso o fez feliz, tão feliz a ponto de quase ignorar outro aroma que exalou por todas aquelas paredes. Um aroma forte o suficiente para chamar a atenção de todos ali e, principalmente, a dele porque era óbvio que ele conhecia aquele cheiro. Porra, ele vinha amando aquele aquele cheiro há mais tempo do que algum tempo poderia admitir. Porém o que realmente o fez sair correndo como a porcaria de um louco pelos corredores e escadas enquanto chutava cada porta completamente em desespero era o terror naqueles feromônios, o completo terror espalhado pelo ar que cheirava a crisântemos secos.

O encontrou depois de alguns minutos, o ômega estava convulsionando em uma maca enquanto um enfermeiro tentava falar algo para um médico beta e Zayn parecia completamente em choque com olhos tão grandes quanto possível, as mãos tremendo e o peito subindo e descendo em velocidade quase sobrehumana. Não foi preciso ser um gênio para entender toda a história, não quando frases desconexas porém suficientes chegavam ao seu ouvido atento. "Ele engoliu algo" o enfermeiro disse em meios às outras palavras. "Parecia desesperado, não tenho ideia do que aconteceu. Entrei no estoque de suprimentos e lá estava ele, encolhido no canto como um animal ferido. Não tive tempo de absolutamente nada" completou desgostoso. Ao lado do Malik havia uma mala cor de rosa com bolinhas vermelhas. A mala da sua mãe. A mala da sua mãe que estava em sua casa. "Ele engoliu algo" as palavras ecoavam em sua cabeça. "Parecia desesperado". Louis mal se deu conta do que estava fazendo até duas mãos estarem firmemente agarradas ao colarinho do melhor amigo, seus olhos completamente injetados de ira enquanto implorava a ninguém específico para que aquilo não fosse o que ele pensava que era.

ALPHA DELIVERY // larry stylinsonWhere stories live. Discover now