Capítulo 7: Os nossos sentimentos são mútuos

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O silêncio durava por alguns minutos, deixando Kiraz completamente confusa. A menina puxou a barra da blusa de Eda para obter atenção, sem sucesso, ela correu até Serkan repetindo o ato.

- Eda? - Serkan disse.

- Serkan. - Eda sussurrou. As suas pernas fraquejaram, e prevendo o que aconteceria, Serkan correu até ela, a tempo de segura-lá antes que caisse no chão.

- Eda! - Kiraz disse, assustada.

- Está tudo bem, Kiraz. - Serkan disse, da forma mais tranquila possível, obtendo a atenção da menina. - Você pode procurar pela sua tia?

- Taman. - Sussurrou, voltando a olhar para Eda no colo de Serkan. - Tia! Tia! - Gritou, correndo para dentro da fazenda.

Serkan ergueu Eda nos braços, e passou a seguir Kiraz, que continuava a gritar pela tia. Ayfer e Melek apareceram, preocupadas com o desespero na voz da menina.

- O que houve? - Ayfer perguntou, se aproximando de Serkan, enquanto Kiraz se agarrava a Melo, preocupada.

- Ela desmaiou.

- Enişte?! - Melek exclamou.

- Melek. - Serkan disse.

- Vem, querido, coloque ela aqui no sofá. - Ayfer pediu, e ele obdeceu, enquanto ela buscava pela colônia. - O que foi que aconteceu?

- Ah, ela me viu, e desmaiou. - Explicou.

- Melo disse enişte, eu sei que tem algo que vocês não estão me dizendo. - Ayfer disse.

- Kiraz, suba para o seu quarto, tudo bem? - Melo disse.

- Mas tia Melo... - Ela começou.

- Kiraz, eu prometo que a Eda está bem, já subo para falar com você. - Explicou, e ela suspirou chateada, antes de obdecer.

- Querida? - Ayfer disse, quando viu a sobrinha abrir os olhos. - Você está bem, filha?

Era um sonho. Só podia ser um sonho. Ali estava ele, parado a sua frente, o loiro escuro de seu cabelo, e a sua barba ruiva brilhando pela luz do sol, e os olhos verdes, lhe olhando da mesma maneira que a cinco anos atrás, acompanhado daquele sorriso que apenas Serkan Bolat era capaz de dar.

- Ela ainda não voltou a si. - Melek disse, ao observa-lá sorrir sonolenta para Serkan. - Ou talvez tenha, sim. - Riu.

Eda sentou-se no sofá, certa de que não era um sonho, com aqueles três pares de olhos lhe encarando.

- Eu estou bem, é...bem. - Respondeu.

- Ayfer abla, eu acho melhor nós sairmos. - Melo disse. - Vamos ver Kiraz.

- Alguém vai me contar o que está acontecendo?

- Vamos, Ayfer abla. - Melo insistiu.

- Tia, me dê cinco minutos, por favor. - Pediu.

Ayfer concordou e saiu do sala, acompanhada de Melo, deixando Eda e Serkan a sós. Não era uma situação fácil para nenhum dos dois, havia tanta dúvida, tanta mágoa entre eles, que a tensão no ambiente era quase papavel.

- Eu não esperava ver você aqui. - Eda disse.

- É, acho que não esperava mesmo. - Disse ele, sentando-se no sofá oposto ao dela.

O seu peito gritava por uma aproximação, queria sentir a maciez de sua pele outra vez, queria segura-lá contra o seu peito como fez durante todo o tempo em que estiveram juntos, mas ele sabia que não podia. Não depois de tudo o que aconteceu entre eles.

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