Capítulo 4: Você é meu herói, Serkan Bolat.

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Eda havia passado cerca de duas horas na companhia de Ayfer e Melek, tomando café, dando boas risadas e relembrando o passado. Fazia tempo que não se divertia dessa forma, e talvez, pela primeira vez, se sentia como ela mesmo, se sentia feliz, sem a pressão de Semiha e Seyman em seus ombros.

- Eu já mantive vocês aqui por muito tempo, vão se divertir, ou descansar. - Ayfer disse, despachando as meninas da cozinha. - Melo, não se esqueça da Kiraz.

- Eu não vou, Irmã Ayfer. - Melek disse, segurando o braço de Eda e a guiando para a sala. - Mas me conta, Eda, você não disse quase nada sobre como está a sua vida agora.

- Sendo bem sincera não tem nada de interessante acontecendo. - Respondeu, sentando-se no sofá, com uma almofada sobre as pernas cruzadas.

- Por favor, Dada. - Melo disse, sorrindo. - Sempre tinha algo acontecendo em sua vida no passado, se passaram cinco anos, você não quer que eu acredite que nada aconteceu.

- Tudo bem. - Eda riu. - O que eu posso dizer... Eu sofri um acidente de carro há cinco anos, fraturei o joelho, e nunca mais voltei a dançar, além disso, a minha memória nunca mais foi a mesma...

- Espera um pouco. - Melo disse, tentando acompanhar o que ela dizia. - Você sofreu um acidente?! E porque eu nunca soube disso?

- Eu estava muito debilitada, Melo, minha avó preferiu manter isso em sigilo, você conhece bem a imprensa turca. - Respondeu. Melo ainda parecia em choque, ela recostou na poltrona, pensativa.

- Não gosto nem de pensar no fato de não ter estado lá quando você precisou, Dadá. Me desculpe. - Disse. Eda se inclinou e segurou a mão dela firmemente.

- Está tudo bem, Melo, eu me recuperei e estou aqui agora. - Tranquilizou a amiga. - Na época foi muito difícil, e eu não facilitei para ninguém, mas acabou, e está tudo bem.

- Fico feliz que você se recuperou. - Melek suspirou. - Mas então você não dança mais?

- Eu danço, mas não como antes. O meu joelho não se recuperou como devia, e eu só consigo fazer o básico. - Eda explicou.

- Isso é triste, Dadá. - Melek se sensibilizou e Eda moveu os ombros, conformada.

- Eu terminei a universidade, e agora sou uma paisagista de renome. - Sorriu orgulhosa de si mesmo.

- Eu vi você numa revista mês passado, quase morri de orgulho! - Exclamou animada, fazendo Eda rir. - Vi também que você estava namorando um príncipe árabe. - Continuou, dessa vez com menos animação. - O que houve entre você e o cunhado?

- Prefiro não falar sobre isso.

- Mas...

- Melo! - Kiraz entrou na sala, correndo em direção a Melek. - Olha só o que o que eu ganhei. - A menina disse, mostrando a paleta que havia ganhado mais cedo.

- De quem você ganhou isso, Kiraz? - Perguntou.

- Do novo hóspede da senhora Aydan. - Respondeu. - Ele disse que eu era boa em fazer magia.

- E você é, querida. - Melo sorriu, só então notando o machucado na palma da mão dela. - O que houve com a sua mão?

- A Günes me empurrou, mas a tia Leyla me levou para tomar sorvete. - Respondeu.

- Está doendo? - Melo perguntou, e ela negou. - Peço a irmã Ayfer para limpar o seu machucado, tudo bem?

- Tá bom. - Ela respondeu, antes de olhar para Eda fixamente. A paisagista a encarou de volta, antes de desviar o olhar para janela da sala.

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