26 ⚤ ELE não perde por esperar.

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Meus sessenta e quatro gigas são preciosos.

Tae nem se dá ao trabalho de olhar para mim antes de continuar chamando a minha atenção: — E por que está levando tanta roupa? São apenas seis dias na casa de campo do Junghyun, não seis meses.

Eu rolo os olhos e solto um bufo, decidindo ignorar Taehyung e colocar a jaqueta dentro da mala.

Eu sei que ainda é verão, mas e se vier uma frente fria e eu não estiver preparado? Faltam menos de duas semanas para o outono e mamãe me disse que a mansão fica a algumas horas da cidade, no meio do nada, e de frente para um lago tão grande que poderia fazer eu me sentir reduzido a um grão de areia dentro de uma bacia com água. Lugares assim costumam ser frios, principalmente à noite.

— Você fala como se não fosse igual a mim, — eu rebato, dando a ele um olhar enviesado. — Da última vez que viajamos para passar o final de semana na casa da sua avó, sua mala nem queria caber no porta-malas do Uber.

— E que culpa eu tenho se aquele carro era minúsculo? E eu precisava de um estoque grande de roupas porque você sabe que eu só consigo decidir o que vestir na hora, então preciso de opções. Já você, sempre planeja exatamente o que vai usar e não leva nada além disso. O que aconteceu com o Mister Arrumadinho?

Eu faço uma careta intolerante para sua zombaria.

— Eu nunca fui organizado, — eu pontuo. — Pelo contrário.

— E exatamente por não ser organizado que você nunca gostou de carregar mais bagagem que o necessário: dá menos trabalho e você não gasta tempo dobrando o que não precisa.

Eu tento deitar o peso do meu corpo em cima da mala na tentativa de fechá-la, mas paro no momento em que percebo o olhar desconfiado de Taehyung em cima de mim.

Eu estalo para ele: — O que foi?

— Nada, — diz, dando de ombros, e coloca meu celular em cima da escrivaninha, vindo até mim. Em silêncio, ele começa a me ajudar a fechar a mala, e enquanto eu sento em cima dela e ajeito a perna de uma calça que estava saltando para fora, ele fecha o zíper.

Taehyung dá um suspiro, e eu franzo os lábios.

— Desembucha, — eu digo, olhando para ele.

— O quê?

Sua cara de confusão seria perfeita para enganar qualquer um, mas não a mim. Eu conheço esse sujeito desde quando ele ainda chorava na pré-escola sentindo falta da mãe, e sei exatamente quando ele está se segurando para botar alguma coisa para fora.

— Não venha se fazer de desentendido para cima de mim, eu sei que está louco de vontade de dizer algo, e não deve ser coisa boa, senão não estaria hesitando. Desde que acordamos, você está jogando indiretas e me dando olhares, então se quer dizer alguma coisa, diga logo. — Eu cruzo os braços, o desafiando, e Taehyung apenas levanta uma sobrancelha.

Ele parece mordaz.

— Eu acho que você está inseguro, — diz.

— E por que eu estaria inseguro?

— Agora é você quem quer fazer a egípcia? Jeon Jungkook, Jimin. Esse nome soa familiar para você? Todo esse seu nervosismo sobre qual roupa vestir, o receio, você mal tocou no seu café da manhã hoje cedo e às vezes quando eu falo com você, sua cabeça parece estar em outro planeta.

— Isso não tem nada a ver com Jungkook! — Eu falo, odiando a mim mesmo pelo quão na defensiva minha voz começa a soar. — Minha mãe vai se casar em menos de uma semana, em sete dias eu estou indo embora para o outro lado do mundo, e no momento em que eu partir, só vou poder ver vocês de novo uma vez ao ano porque passagens são caras demais para eu abusar como se estivesse indo de ônibus passar uns dias na sua casa. É definitivo, Tae. Eu vou embora.

Acidentalmente Ela ⚤ JikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora