Capítulo 35

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Jasmine

- "Aqui está a caixa número 13." - Anthony diz.

- "Eu sei." - digo olhando para a caixa que está em suas mãos.

- "Com mais uma saberemos o que foi que aconteceu e quais foram os erros que tanto falam. Estou ansioso e ao mesmo tempo preocupado com isso." - ele diz e eu franzo o cenho.

- "Por que?" - pergunto mordendo o meu lábio inferior.

- "Porque talvez não iremos gostar do que vamos descobrir." - ele diz, assinto com a cabeça e nós dois suspiramos ao mesmo tempo.

Isso está cada vez mais próximo de acabar e assim sairemos de desta angústia. Pego a caixa em minhas mãos e um pouco temerosa, começo a traduzir.

"Um mês depois de ter descoberto a verdade, o filho do chefe começou a pensar em uma forma para poder separar os dois amantes noturnos. Se bem que não havia uma relação proibida para evitar, já que o sacerdote havia lhe contado que ele não era filho biológico do antigo chefe. Ele pensava que se ele não poderia ser feliz, ninguém seria e pouco a pouco começou a meter na cabeça do seu próprio filho, dúvidas em relação ao ao amor que eles sentiam. Começou a fazer com que o coração do seu filho se transformasse em gelo, ele estava começando a se parecer muito com seu pai. A jovem estava começando a temê-lo. O filho do novo chefe dava ordens que realmente era injustas para as pessoas do povoado, os castigavam e alguns eram condenados a morte. Ele procurou ajuda aos sacerdotes, mas eles lhe deram as costas, já que eles não queriam morrer como os antigos sacerdotes morreram pelas mãos de sua avó. A tirania começou a reinar e a jovem já não podia suportar aquela situação. Até que um dia, alguém lhe estendeu a mão. Dois homens que não eram do povoado começaram a ajudá-la. Segundo o que eles diziam, eles eram seus guardiões. Os três planejaram uma forma para fugir, mas alguém acabou escutando e contou isso ao chefe. O novo chefe contou para o seu filho, que cego pela raiva e pela dor, mandou matar os homens e mandou prender a mulher até que fizessem um julgamento, que não seria nada justo."

- "Diga-me que o que vem a seguir, não é o que estou pensando." - Antônio quando eu termino de traduzir aquela caixa.

- "Acho que sim. Só falta a ler a última caixa e saberemos a história completa. Parece que a minha origem estava equivocada, mas a sua sim." - digo com o coração batendo acelerado em meu peito.

Anthony me entrega a última caixa e eu começo a traduzir.

"O julgamento aconteceu três noites depois. As testemunhas foram compradas, os defensores foram ameaçados e agora a jovem estava completamente sozinha, diante de toda uma multidão que estava lhe acusando de trair o filho do seu atual chefe. A garota conservou a serenidade em todo momento, explicando algumas vezes o que havia acontecido. Todos a escutaram atentamente, mas o resultado continuou mesmo, culpada. O chefe, com raiva de todos as mulheres por causa de uma única mulher, continuou fazendo a cabeça do seu filho. Até que ele, em um ataque de raiva, sentenciou a jovem a morte. Uma morte cruel diante de todo o povoado. A jovem foi condenada a levar 20 punhaladas. A mulher chorou, suplicou de joelhos para que não fizessem isso e com as mãos protegendo o seu ventre onde uma vida inocente estava se formando. Os guardas a amarraram em um tronco na praça da cidade, eles foram para suas casas e choraram pela injustiça que estava acontecendo. Tal como foi anunciado, os chefes mais importantes da guarda deram as 20 punhaladas na jovem. Em um determinado momento as cordas se afrouxaram e antes de cair de joelhos, a jovem levou as mãos a seu ventre e fechou os seus olhos para descansar de uma morte tão horrível. O filho do chefe ao ver isso compreendeu o que havia acontecido e seu coração se descongelou, para sentir a dor de se transformar no assassino de sua mulher e de seu próprio filho. A a dor era tanta que ele acreditou ver que uma fera de olhos vermelhos e garras afiadas, estava chorando diante do corpo inerte da jovem. A dor o levou a brigar com seu próprio pai, ele levou a melhor na luta e e matou o seu pai pelo que ele o levou a fazer. Essa noite foi minha noite mais longa para a civilização, sangue, morte e dor estiveram presente, e quando o sol começou a nascer, os cadáveres e as ruínas de uma potente civilização, começou a ser consumida pelas areias."

Unidos pelo PassadoWhere stories live. Discover now