Capítulo 11

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Jasmine

- "Como vamos conseguir sair daqui se você mal pode caminhar?" - Anthony me repreende.

Ele está começando a me estressar. Ele está completamente negativo. Pode ser que ele esteja com as costas doendo, mas sou eu que quando caminho, sinto como se o corte em minha perna estivesse se abrindo ainda mais.

- "Você deveria ter ficado onde estávamos então. Por que demônio que você está me seguindo se você não quer estar perto de mim? Isso parece ser estúpido." - digo irritada. Esse homem sempre consegue tirar o pior de mim.

- "Eu não gosto de ficar sozinho, sem contar que eu estou com os pelos do meu corpo todo arrepiado por causa desse lugar. Cada vez que estamos indo mais longe do nosso destino e se você não se deu conta, nós estamos descendo não subindo." - ele diz.

Eu também havia percebido isso, mas esse lado está muito mais fresco do que o outro. Isso pode significar que tem água em algum lugar ou até mesmo um duto de ventilação natural.

- "Não sabia que você tinha medo do escuro. Eu também não gosto mas consigo aguentar mais algumas horas. Depois disso, eu acabaria ficando louca." - digo para tentar aliviar um pouco o ambiente.

- "Eu não tenho medo. Dá para você simplesmente calar a boca por um momento. A sua voz está começando a me dar dor de cabeça." - ele disse totalmente irritado.

Me detenho de golpe e o fulmino com o olhar. Suspirou profundamente e logo volto a caminhar. Não direi absolutamente nada. Ele pode engolir sua estúpida raiva e me deixar em paz.

Caminho me segurando nas paredes do túnel, tentando não apoiar muito peso em minha perna ferida. Minha perna dói para caramba quando piso, mas também me dói quando tenho que pular alguma coisa. Mas como eu não quero continuar brigando com o menino bonito, fico em silêncio enquanto caminho. Sempre fui muito boa ela falar com as pessoas que tenho confiança. Se bem que eu não confio nele, mas ele é a única pessoa além de mim que está aqui agora.

Sei que ele está me olhando, porque sinto seu olhar fixo em minhas costas. Ele pediu que eu ficasse calada e é isso que vou fazer. Caminho mais ou menos uns 500 metros, minhas pernas estão tremendo. O corte não apenas dói, ele está ardendo para caramba. A cada passo que eu dou, a dor fica pior. Mas eu posso suportar isso e muito mais. Eu sou uma mulher forte, sempre fui.

- "Você não vai falar mais nada? Você é muito estúpida. O que eu disse foi para que você fala pare de falar de mim, já que você não me conhece. Se não foi isso que você pensou, você é realmente uma pessoa muito boba." - ele diz e fecho os meus olhos.

Tenho vontade de chorar. Não caia nessa Jasmine, deixa ele falar o que quiser.

Como me ensinaram na escola, respirar pelo nariz e solta pela boca. Fazer isso várias vezes ajuda a relaxar, e os meses dos nervos se vão. Dou mais alguns passos, eu não consigo mais aguentar a dor. As lágrimas que eu tentei segurar, começou pouco a pouco a escolher por minhas bochechas. Me incomoda mas não posso aguentar mais.

-"Agora você está chorando? Se nota que você não serve para nada. As mulheres não deveriam chorar, já que elas sempre usam isso como artimanha. Vocês utilizam as lágrimas para conseguir o que querem. Não entendo porque você escolheu seguir os passos de seu pai. Você não é forte o suficiente para aguentar palavras duras. Você não aguenta nada. Eu tenho pena de você."

Isso é o suficiente. Já chega!

- "Cala a porcaria da sua boca pelo menos uma vez! Você acha que eu estou chorando por causa das estúpida de palavras que saíram de sua boca idiota? Você está muito equivocado. Se você não se deu conta, o que eu duvido muito já que você não olha pra nada além do próprio umbigo, a ferida na minha perna acabou de abrir e deixando a minha calça encharcada de sangue. Eu estou com dor, com muita dor e a cada passo que eu dou a dor fica ainda pior. É por isso que eu estou chorando, então cale a boca e não fique fazendo suposições estúpidas." - digo irritada.

Unidos pelo PassadoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora