Capítulo 05

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Jasmine

Minha cabeça está doendo demais. Estou cansada de ouvir o meu pai desprezando tudo o que eu faço. Pensei que o que estava fazendo, estava fazendo direito, que era o melhor mas me dei conta que ele jamais me respeitará pelo o que valho, já que simplesmente eu não sou um homem. Ele é tão machista que na maioria das vezes me dá vontade de...Merda! Nem sequer sei que quero fazer com ele!

Chego muito irritada na minha barraca e começo a guardar as minhas coisas. Eu deveria ter ido para outra expedição. Sei que eles me valorizariam muito mais do que o meu próprio pai.

Guardo tudo de qualquer maneira, quero sair daqui o mais rápido possível e não voltar mais. Quero me afastar de tudo o que me faz mal e nesse momento a pessoa que mais está me fazendo mal, é o meu próprio pai.

- "Jasmine... minha menina, você precisa se tranquilizar." - escuto a voz de Frank atrás de mim.

- "Não me peça para me tranquilizar quando as palavras do meu pai está mais que claras. Ele não precisa de mim." - digo enquanto as lágrimas começam a escorrer por minhas bochechas.

Meus ouvidos começam a apitar, primeiro um e depois o outro. E a única coisa que isso faz é me dar mais vontade de chorar.

- "Eu te entendo. Seu pai pode ser muito tonto quando se trata das escavações e de você. Mas minha menina, você não pode me deixar aqui sozinho com ele. A grande maioria dos homens que estão neste agrupamento, além de seguir o seu pai, eles estão aqui para te ajudar e seu pai sabe disso. Ele se aborrece mas não faz nada."

- "Não faz nada, exceto fazer da minha vida um inferno. Estou muito cansada para continuar lutando contra o seu desprezo." - digo.

O apito em meus ouvidos passa para uma dor de cabeça consideravelmente forte, fazendo com que minha visão se torne embaçada.

- "Pequena, você precisa se tranquilizar. Você acabou de ficar muito pálida e está começando a me assustar." - Frank diz mas não estou prestando muita atenção.

Procuro um lugar onde posso deixar o meu corpo cair. Minhas pernas tremem e não sei o que está acontecendo comigo. Quase nunca fico doente e isso não se compara com nenhuma das minhas experiências anteriores. Fecho os meus olhos tentando controlar a dor mas, passados uns minutos não posso abri-los mais. Simplesmente a escuridão veio para ficar.

(...)

Quando volto a abrir os meus olhos, não sei onde estou. É um lugar fresco, onde se escuta os cantos dos pássaros e se ouve o som de água correndo muito perto daqui. Me levanto com cuidado do lugar onde estou me descubro que nem sequer estou usando a minha roupa. Acho que estou usando um vestido árabe, ou é pelo menos isso o que vejo. O tecido é realmente muito suave e muito colorido, mas o que me chama mais atenção, é que meu corpo fica muito exposto.

O luz entra pela porta da barraca e me cegam um pouco. Vejo um homem bastante alto e muito musculoso, o que poderia de definir como uma montanha.

- "O chefe precisa falar com você. Ele está te esperando na fonte." - o homem diz.

O homem me olha enquanto franze o cenho e logo saí da barraca. Me levanto da cama e olho ao meu redor. Tudo parece tão rústico, tão antigo e...eu amo isso. Eu adoro essas coisas. Acaricio suavemente cada jarro, cada prato e sorrio enquanto desfruto tudo o que estou vendo. Não sei quanto tempo passa mas a porta da barraca volta se abrir.

- "Não entende que o chefe quer falar com você agora? Acho que seria interessante voltar a repetir a ação que tive que tomar quando a trouxe até aqui." - o homem diz. Não posso ver o seu rosto, mas seu tom de voz me parece muito conhecida.

Unidos pelo PassadoWhere stories live. Discover now