Capítulo 03

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Jasmine

Estou cansada disso.

Por que meu pai tem que perguntar tudo a esse homem? Quem esse idiota acha que é que da noite para o dia se tornou alguém tão importante? Comigo meu pai sempre foi muito exigente e as vezes, ele só me trazia por que era obrigado, já que não havia ninguém que poderia cuidar de mim.

Vejo Frank entrar na minha barraca e me olha como se tivesse me analisando. Ele sabe que estou irritada e magoada por causa da conversa que tivemos antes.

- "Você realmente quer ir embora?" - ele diz se sentando do meu lado.

- "Ele não precisa de mim. Nem sequer se deu conta de que havia me esquecido em casa, tudo porque ele estava com esse cara. Fico com tanta raiva por ele ser assim comigo. Você sabe que eu me esforcei muito para ter as melhores notas na universidade. Mas agora ele simplesmente me trocou por um idiota exibido." - digo me sentando ao seu lado na cama.

- "Você deve ter um pouco de paciência. Ele está feliz por ter esse jovem nessa aventura porque..." - eu o interrompi.

- "Porque ele o lembra do filho homem que ele nunca pôde ter. Isso eu já sei, não precisa ficar jogando isso na minha cara. Eu simplesmente não quero estar aqui e vai ser muito melhor eu não continuar nessa escavação." - digo tristemente.

Sabia que em algum momento meu pai iria me substituir.

- "Você realmente quer deixar a escavação depois de ter achado esse medalhão?" - ele diz sem poder acreditar.

- "Sim. Ele já tem quem me substitua. Por que permanecer nesse lugar se não vão me valorizar?"

Quero sair desse lugar. Quando você não é bem vinda em um lugar, é melhor ir embora do que acabar virando um estorvo.

- "Minha menina, se você não se deu conta você acabou de entregar o jogo a esse garoto. Ninguém em seu juízo perfeito se equivoca na descrição das civilizações. Você é única minha menina e mesmo que seu pai não saiba te valorizar, no dia em que você chegar em casa com um namorado, ele vai ficar louco e pra ele isso vai ser como um chute nas bolas." - ele diz e eu rio. Não conheço ninguém que meu pai conheça, então eu não poderia colocar esse plano em prática.

- "Mesmo você dizendo essas palavras tão bonitas, eu ainda tenho vontade de ir embora. Posso te contar uma coisa?" - pergunto e ele me olha de uma forma penetrante. Esses olhos cafés escuros, essa noite estão quase negros e se eu não conhecesse, isso daria medo.

- "Não gosto quando você vem com essa história de segredos. Isso acaba sendo uma má notícia para a equipe." - ele diz se queixando.

- "Sim, eu me lembro da primeira vez que eu fiquei menstruada. Não sei quanto de vocês empalideceram e correram para se esconder. Estávamos no meio do nada e não havia uma farmácia ou mercado em menos de 100 quilômetros." - digo. Nego com a cabeça apagar as lembranças desse momento.

- "Isso nos deixou assustados. Éramos homem sem filhos e nunca pensamos que a filha do nosso chefe ia aparecer com essa surpresa. Mesmo sabendo que a natureza deve seguir seu caminho, jamais nos passou pela cabeça, que você chegaria com as bochechas vermelhas dizendo: Frank tenho um problema. preciso urgentemente de absorventes. Eu quase tive um infarto."

- "Então eu não vou te contar, não quero ser a culpada de provocar um infarto." - digo.

- "Pode me contar, agora você me deixou intrigado." - ele diz. Solta um suspiro porque sei que ele não vai gostar dessa informação.

- "Chris Morton me ofereceu uma vaga em sua equipe de escavação. Daqui a duas semanas, ele e sua equipe vão em direção as aridas montanhas de Bhalum. Nunca estive naquele lugar mas sei que há muitos rumores mas não há nada de concreto. Isso pode ser indicador de que pode haver muitos segredos escondidos nos arredores." - digo e ele me olha seriamente.

Unidos pelo PassadoWhere stories live. Discover now