***
—Bonita, como você está se sentindo?
—Bem, amor... só um pouco incomodada.
Juliana tirou um recipiente de uma sacola com o emblema da clínica.
—Me pediram que te trouxesse esta sopa do refeitório. _disse abrindo-a.
—Se conseguir a segurar no seu estomago posso te levar para casa, se não teremos que esperar mais um pouco.
Juliana deu-lhe o caldo às colheradas, enquanto lhe dizia que já havia entregue a amostra de sócia ao laboratório.
Com a vigilância da enfermeira, quinze minutos se passaram após terminar de receber a comida e Valentina não deu sinais de vontade de vomitar.
A enfermeira disse-lhes que agora a paciente podia vestir-se com as roupas confortáveis que trazia.
—Precisa da minha ajuda?
—Não, muito obrigada, minha esposa vai me ajudar.
E com isso a enfermeira saiu do quarto.
—Juliana, boa tarde. _cumprimentou a médica ao entrar.
—Valentina me disse que não vomitou a comida.
—Sim doutora.
—Bom Valentina, suas amostras já foram enviadas ao laboratório junto com as do doador para iniciar a classificação e depois a incubação. _a médica disse pegando um receituário e escrevendo nele.
—Em sete dias, esperaremos que vocês voltem para a transferência do embrião.
Valentina beijou as costas da mão de Juliana.
—Na recepção vão te dar o horário da consulta e é só isso. _ ela deu uma receita para a morena.
—Pegue o antibiótico e analgésico na farmácia para a Valentina.
—Antibiótico? _Juliana perguntou.
—Sim, é necessário evitar uma infecção e os analgésicos são para o desconforto ou dor. Se achar que não é necessário, não os tome. Se a Valentina apresentar algum sintoma fora do normal do procedimento, avisem imediatamente.
—Claro que sim.
—Por enquanto é só isso, você está liberada. _falou saindo.
—Obrigada doutora.
—O que você acha de irmos para casa? _disse Juliana pegando a esposa pela cintura.
—Vamos meu amor.
***
—Elas finalmente apareceram, Deus! Tenho tentado contatá-las. _Renata disse ao telefone.
—Estávamos um pouco ocupadas. _Valentina atendeu colocando o fone no viva-voz.
—Juliana também te escuta.
—Não desapareçam assim, eu estava preocupada, já estava pensando coisas estranhas.
—Bem, não se preocupe, nós duas estamos bem. Por que toda essa confusão? _Valentina perguntou.
—Sérgio, ele está insuportável. Acho que quero matá-lo e ele só está há dez minutos aqui.
—O que aconteceu?
Elas podiam ouvir Sergio gritando.
—Algum escândalo com outro de seus outros clientes.
—Então saía daí. _disse Valentina.
—Além do mais, o que você está fazendo aí?
—Posso passar na sua casa? Eu parei para pegar a correspondência e os presentes dos fãs que enviaram para vocês aqui.
—Sim, pode vim. _Juliana respondeu.
—Você pode trazer comida, por favor? _Valentina disse a ela.
—O que você quer?
Valentina pensou e disse.
—Algo leve.
—Muito bem, estarei aí em uma hora. _e ela desligou.
Juliana largou o livro que estava lendo.
—Você não gosta mais da maneira como eu cozinho?
—Como você pensa isso? _disse Valentina afundando-se ainda mais no abraço de sua esposa.
—É que não quero que você fique longe de mim por muito tempo, tenho necessidades de amor.
Juliana adorava esse lado carinhoso.
—Pobre bebezinho, quer ser mimada?
—Sim.
—Bem, eu não posso reclamar. Eu amo te encher de carinho. _ela disse acariciando o seu cabelo.
Isso lembrou Valentina que sua esposa tinha uma reunião naquela manhã e que ela não teve tempo de perguntar nada a ela.
—Você vai viajar em alguns dias?
—Sim, meu amor, em exatamente duas semanas.
Valentina ficou em silêncio por um tempo.
—Quantos dias são?
—Vinte.
—Leve Renata meu amor.
—Não, Val, você precisa dela mais do que eu. Você tem muitas coisas para fazer.
—Ela ficará encantada assim que a pedirmos e eu ficaria mais calma.
—Val, mas estou longe de casa há mais tempo, não preciso de babá.
—Não é isso Juls, é que se você ficar longe por duas semanas já estará desenvolvendo uma possível gravidez e não sabemos como seu corpo vai se comportar. Isso me preocupa.
Juliana apertou a esposa e ergueu seu rosto pelo queixo.
—Você tem razão e se isso te faz ter paz é benéfico para nós duas, não quero que enlouqueça por isso.
Valentina deu-lhe um beijo carinhoso, feliz por ela não ter que lutar por essa opção.
—Val, você sabe o que isso significa, certo?
A loira olhou para ela com uma cara confusa.
—O quê?
—Que vamos ter que dizer ao pequeno terremoto o que temos feito.
—Oh céus...
Cronograma
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