—Sim amor, vá, já estou mais calma.

Juliana saiu para fazer o que havia falado e Lúcia abriu os braços para dar os parabéns à filha.

—Valentina estou tão, tão feliz por você querida.

—Eu também. _Valentina se deixou abraçar e da mesma forma retribuiu o gesto tão forte quanto sua mãe fazia.

—Quando vocês decidiram tudo isso? _Lúcia perguntou.

—Em Paris, foi lá que pedi que fizessem o desenho e quando eu mostrei a ela, ela ficou em choque. Eu já estava pensando nisso há muito tempo e não tinha idéia de como dizer, mas valeu tanto à pena ter feito assim, ela adorou.

—Sim, foi muito original. _Lúcia disse observando a mistura de cores. Não chore mais, controle-se.

—Quando eu disse a ela, eu obviamente não estava pensando em fazer parte do processo biológico.

—Mas você vai fazer e isso o torna mais especial para você, certo?

—Sim mãe, pensei que isso não fosse mais possível.

Lúcia deu um beijo em sua filha.

—Você tem que emoldurar esta pintura.

—Sim, faremos isso.

—Agora, por que você não vai tomar um banho para dormir um pouco? Você teve um dia muito pesado. Conversaremos melhor sobre tudo amanhã.

—Sim, você tem razão. _ela disse, levantando-se.
—Fique à vontade, mãe. E por favor, certifique-se de que Juliana coma alguma coisa.

—Obrigada, querida. Eu estava pensando em fazer isso.

***

Valentina estava na cama, observando à respiração de Juliana. Ela não sabia há quanto tempo estava assim, mas não conseguia fechar os olhos por tempo suficiente para que o sono viesse.

Cansada, ela se levantou em silêncio, pegou um roupão macio e saiu do quarto, mas não antes de olhar por cima do ombro para ver a esposa antes de sair.

Ela desceu as escadas e foi direto para a cozinha. Ela se serviu um copo d'água, foi para a sala e ficou lá assistindo o amanhecer pelas janelas.

—Você não conseguiu dormir? Eu te ouvi descer as escadas.

—Não.

—Nem eu. Você gostaria de conversar?

—Sim, mãe. _respondeu Valentina.

—Bem, você pode me acompanhar até a cozinha? Eu vou fazer um pouco de chá.

Valentina seguiu a mãe e sentou-se no bar, observando enquanto ela se movia para encontrar o que precisava.

—Diga-me, o que está te preocupando tanto... algo deve ter causado aquele pesadelo horrível.

Valentina respirou fundo.

—A saúde da Juls esta bem agora.

—E isso é fantástico.

—Mas se continuarmos com essa historia do bebê... _Valentina acomodou um pouco seus pensamentos.
—Eu posso perdê-la...

Lúcia largou no balcão as ervas que tinha nas mãos, tentando se acalmar.

—O que exatamente eles falaram para você?

—Que os medicamentos teriam que mudar para não afetar ela ou o bebê, coágulos poderiam se formar em seu sistema, sua frequência cardíaca poderia ser afetada pela carga extra...

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