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Tudo nessa vida tem uma resposta, seja boa ou ruim, mas há respostas, mas para minha situação não sei se existe alguma boa, eu sou obrigada a estudar tanto tempo para conseguir passar na faculdade de direito na usp, eu sei que o pais tem a cisma de ser super protetores com os filhos, mas sério? Eu não posso nem decidir o meu próprio destino que já vem a voz da minha mãe na minha cabeça "O mundo não dará valor a arte futuramente, você fará algo que será recompensador na sua vida Lia, acorda" e isso me enche de calafrios, apesar que sim, uma parte ela está certa, o Brasil não dá muito valor a arte, mas somos nós, artistas que mudamos o mundo, que damos outra visão de uma situação, e a única coisa que eu seria ser é apenas uma astrônoma feliz no meu escritório na NASA com meus milhões de notícias minhas no NEW YORK TIMES "por ter desvendado que Vênus pode sim ter vida" — Lia? Já está acordada? você irá se atrasar - Diz minha mãe batendo na porta e seguida entrando — O enem já está chegando e você não pode ficar com essa bunda na cama filha, o futuro te espera minha advogada favorita - Diz com um sorriso enorme — Bom dia mãe, eu sei disso - digo esfregando os olhos
— Todos os dias você me lembra que eu irei ser uma ótima advogada, mas você já pensou se é realmente isso que eu quero? - Pergunto me levantando da cama, ela faz uma expressão de confusa
— O que você quer? Como assim? Não venha me dizer que é aquela história de ser astrônoma de novo
— E seria mais o que? É a única coisa que eu sei fazer Sra Marta - Respondo parada em sua frente
— Não aceito isso, você sabe fazer muita coisa sim, como ir se aprontar para tirar a maior pontuação no enem - Diz mudando de assunto, suspiro forte e entro imediatamente no banheiro para ir tomar banho. Desço as escadas está meu pai e a minha mãe já estão tomando café — Bom dia futura advogada - Diz meu pai super feliz, dou um sorriso de canto de boca e sento na mesa junto a eles
— Lia você vai com essa roupa fazer o enem? Não tem algo mais sofisticado? - Pergunta com desprezo
— Não dona Marta, eu não tenho, e qual o problema com a minha roupa? comprei ontem no shopping com a Eli - Respondo passando manteiga no pão desviando o olhar
— Não admito que vá assim, filha minha não anda parecendo uma lésbica
— Mãe! que atitude mais ridícula seria essa? É sério? Pai? Você vai admitir isso? - Pergunto indignada com a situação
— Filha.. é - Responde trocando olhares com a minha mãe
— Ela está certa filha, o que os vizinhos pensaria se visse você assim? Não quero que pense que temos uma filha lésbica
— Meu Deus como vocês são totalmente ridículos, é uma ROUPA - grito — APENAS UMA ROUPA, não tem gênero, não satisfeitos de controlar a porcaria da profissão que eu NAO QUERO seguir, querem controlar minhas roupas? - Digo saindo da mesa e indo em direção a escada
— Lia, senta, eu ordeno - Diz me olhando
— Não, eu não vou me sentar aí, e da licença que eu perdi o apetite senhora alteza de direita Marta - Digo subindo, vou diretamente ao meu quarto pegar minhas coisas e recebo mensagem da Eli
— Estou indo pro enem beijos - Digo abrindo a porta e saindo.
Peço um Uber e fico esperando alguns metrô depois da minha casa, assim que chega entro e fico pensando na probabilidade de um eu conseguir estudar música, se um dia eu vou ter voz o suficiente para ir lutar contra meus pais sobre o meu sonho e é tão ridículo eles quererem me controlar assim, eu sei que tenho apenas 17 anos mas porra, cadê o senso dessas pessoas? E só me faz pensar que a minha mãe mudou depois que o vovô morreu, ela ficou neurótica e mandona, meu pai não faz nada além de obedecer, deve ser bem mais fácil quando você tem pais liberais iguais a da Eli, a Lídia é a mulher mais consciente que eu conheço, uma ótima professora de filosofia, nunca vou esquecer quando tínhamos 8 anos a mãe da Eli deixava ela pintar o cabelo da cor que quisesse enquanto a minha vivia me colocando tules rosas de bailarina e isso é ultrapassado demais, o jeito que ela implica com a minha roupa, ou a minha orientação sexual, não que um dia eu irá me interessar por alguém do mesmo sexo, mas que inconveniente que está com isso — Moça deu R$ 10,30 - Diz o motorista do Uber interrompendo meu pensamento – Aqui - digo entregando o dinheiro - Pode ficar com o troco - Digo saindo do carro, ao olha em volta vejo Eli como seus cabelos pintados descoloridos como sempre, ela estava encostada na árvore fumando cigarro até que nossos olhos se cruzam
— Até que enfim né - Diz apagando o cigarro - Não aguentava ficar aqui com essas pessoas - Diz me abraçando
— Minha mãe apenas teve uma briga comigo totalmente escrota e me botando pressão - Digo
— Como assim? Expressão confusa
— Ela tá cismando que eu seja lésbica e implicou com as minhas roupas — Mas você não é hétero - Diz rindo
— Não? não tem como eu saber nunca me interessei por ninguém - Digo
— Isso é verdade mas, hétero você não é - Diz com firmeza
— Ei, não imponha uma sexualidade a mim - Digo
— Tá bom Li - ri — não estou impondo nada, estou mostrando que você não é hétero - Ri
— Ok, talvez eu seja, e você não saiba, não me importo se eu não descobrir isso, você está em qual sala?
— No bloco B sala quinhentos e vinte e dois você?
— No bloco A, sala duzentos e quarenta e dois, vamos ficar separadas, não acredito
— É longe pra caramba eu já entrei nessa faculdade aí, ela é enorme, e você não vai embora sem mim pela mor de deus que eu tenho treco
— Pode deixar - Ri -
Entramos na faculdade e fomos direto para as salas, na entrada demos o RG e guardamos os celulares em um saco plástico de não abre por nada, Eli ficou em outro bloco. Cerca de 5 horas consegui achar a prova e fui esperar a Eli no lado de fora da faculdade, mexo no celular e tem várias mensagens da minha mãe e simplesmente suspiro e decido ignorar
— Oi, você é solteira? - Uma voz pergunta
— Oi, não - respondo, quando eu levanto a a cabeça vejo Eli sorridente pra mim — Para de ser chata menina - dando um leve empurrão nela
— Vai dizer que não ficou boiola, eu sou muito bonita, deveria namorar comigo viu, te daria origâmis e muito mangás
— Eu adoraria ser sua namorada se você não fosse tão chata - dou risada
— Eu te aguento 10 anos senhorita Li e eu que sou chata? - Ri — Não quero mais namorar com você então - Diz com nariz empinado
— Para menina - Ri — Eu realmente tô com muita fome não podemos ter uma DR depois de comemos? por favoooooor
— Aonde você quer comer?, tem uns lugares legais aqui perto, eu tô com uma vontade de um dogão ein, o que me diz?
— Olha eu apoio totalmente isso, com uma coquinha gelada
— Coquinha gelada - repetimos juntas
Vamos andando até um bar próximo e me pergunto o quanto que a Eli amadureceu, ela era tão quietinha e isolada do mundo, só sabia fazer origamis e ficar e chorar se alguém chegasse perto, ela rejeitava todo tipo de pessoa, não que agora seja diferente, mas era muito mais radical, até eu conseguir de algum modo fazer ela gostar de mim, então viramos amigas e já são dez anos e eu não me vejo sem ela, ela é simplesmente a minha alma gêmea de amizade, e eu espero ser a dela
— Eli, você acredita em amor à primeira vista?
— Nao, porque tive que te ver novamente para me apaixonar por você
— Para menina - Ri — é sério me responde
— Não sei, acho que não existe isso, tenho uma idealização diferente sobre isso
— E qual seria?
— Eu não acredito pois, sempre existe pessoas com tipos de pessoas, características e enfim, se por exemplo o meu tipo é um cara ruivo com sardas que usa roupas largas e eu vejo um desse na rua eu vou achar que é amor pois ele corresponde a todos os meus requerimentos de tipo ideal
— Isso faz tanto sentindo, eu amo a ideia que você é uma genia
— Obrigada, eu sei disso - Ri — Mas sério, não conhece nenhum tipo de pessoa que se apaixonou a primeira vista por alguém não faz parte do seu "tipo ideal" - Diz fazendo aspas com as mãos
— Você já se apaixonou? Eu nunca te vi sendo boiolinha por ninguém, vive mexendo no Twitter deve ter vários namoradinhes e ninguém sabe - Ri
— Olha - Ri - um fato muito curioso - coloca o dedo indicador no lábio - Eu nunca me apaixonei por ninguém a não ser uma pessoa, mas já passou então tá suave
— Quem seria? Eu posso saber? Não conto para ninguém, nem mesmo pro Miguel, por favoooooor Eli - Imploro
— Olha sim, mas chegamos - Diz apontando para o bar – uma pena que foi bem na hora né? - Ri - outra hora eu conto
— Tá - faço expressão de brava
Entramos nos bar e tinha tanta coisa, sentamos na mesa e pedimos nossos hotdogs enquanto esperávamos eu fiquei observando a Eli e ela estava muito nervosa, tremendo a mão e eu não sei como conversar com ela, já que ultimamente ela está me escondendo muitas coisas, e eu fico um pouco chateada, mas tá tudo bem
— Li pq está me olhando? - Pergunta
— Nada, apenas observando minha melhor amiga, não pode agora? - Ri
— Não é isso, apenas eu estou estranha hoje - Diz desviando o olhar
— Como assim? É sobre o que? está confortável se falar?
— Olha.. - Diz tremendo as mãos — Eu.. não fiz a prova - Diz
— Como assim? - Franzo a testa
— Eu tive uma crise de ansiedade e .. - Diz com voz de choro
— Eli, ei - Digo pegando na mão dela — Tá tudo bem okay? Eu estou aqui, e vai dar tudo certo, ano que vem você faz meu amor - Digo acariciando
— Não Li, você não entende, meus pais.. Eles vão me matar tanto se souber disso
— Eu te ajudo, se quiser eu durmo lá, e conto, eu tô aqui, e suas notas são impecáveis, você se saiu super bem
— Eu fiz a parte da redação e a de matemática por metade, não consegui fazer nada.. eu risquei qualquer coisa no gabarito
— Olha, tá tudo bem, você tirou uma nota boa, e seus pais vão entender ok? - Digo com um sorriso fechado
— Ok, obrigada Li - Diz com um sorriso fechado
Chegou nossos lanches e estavam tão lindos que a Eli não praça de tirar foto, e chegou a coquinha gelada, depois de conversamos muito sobre o problema da Eli resolvemos ir para a casa dela que ficava uns trinta minutos de onde estávamos, pedimos um Uber, quando chegou na casa da Eli liguei para a minha mãe para avisar
Mãe de direita e meia zen
— Alô? mae? Eu posso dormir na casa da Eli hoje?
— Lia? Como foi a prova? E não? Você não me dá notícias pensa só em si mesmo, não deixo pode voltar do Enem
— Mãe - coço a cabeça - Desculpa, eu deveria ter ligado mas não deu tempo eu e a Eli..
— Não interessa Lia, eu sou a sua mãe eu mereço tudo o que acontece com você - Diz me interrompendo - Como foi o enem? Estava fácil?
— Eu sei Mae, desculpa okay? Sim estava bastante fácil, mas a Eli nao terminou a prova e ela precisa de mim aqui hoje por favor deixe eu ficar, eu imploro senhora Marta
— Ta bom Lia, diga que sinto muito a Eli, e você volte amanhã cedo ok? Vamos ter uma conversa séria, beijos, tchau – Diz desligando
Deixo meus sapatos na porta e enteo na casa da Eli e a avó dela Dona Saori sentada vendo seu programa e sempre tricotando
— Boa tarde Dona Saori - Digo sorrindo
— Boa tarde pequena jovem Lia como vai?
— Ótima, e a senhora ?
— Ótima também, a Eli está no quarto - Diz apontando para a escada
— Ok obrigada, licença - Digo saindo
Subo as escadas e Eli está sentando na cama mexendo no Twitter provavelmente está xingando o pessoal do Enem ou brigando com esquerdomacho
— Tá brigando com alguém? - Pergunto me sentando ao lado dela
— Sim, que raiva, esses machos que acha que pintar a unha não é ter masculinas frágil e acha tendência falar que homem usa rosa A POR FAVOR NE - Diz brava - Dou risada
— Ai Eli, nunca vou entender essa obsessão por Twitter igual você tem
— Muito legal, tem todo tipo de fandom aqui, até chegar na camada hétero do Twitter aonde só tem pornô e rts de pages de frases típicas como "cortei o cabelo" ou "de hoje tá pago", sério é tão vergonha alheia - Diz rindo
— Imagino - Ri junto
— Como que eu vou contar pra minha mãe Li? Ela vai me matar
— Não vai, confia em mim, eu sou uma pessoa ótima de conversar e sei que ela irá entender - Digo pegando na mão da Eli e ela tira rapidamente
— É.... vamos jogar? Ou quer tomar banho?
— Tudo bem? Não sei, acho que vou tomar banho primeiro
— Sim, é só que.. não, está tudo, ótimo! - Exclama — A toalha testa na sua parte do guarda roupa - Diz apontando
— Ok Eli... - Digo com desconfiança, vou até o guarda roupa pego a toalha e a minha roupa e vou direto tomar banho.
Voltando do banho vejo Eli na frente do computador jogando valorante e ela está tão determinada nem consigo imaginar como ela consegue falar com tanta pessoas na Twitch ela é super tímida, e eu tenho certeza que ela ainda irá se soltar muito principalmente depois que o vídeo dela com o Alanzoka hitou no tiktok
— Li, não quer jogar aqui pra mim? Preciso pegar alguns energéticos, eu tô tensa e aquele merda não para de matar meu Deus tenho certeza que é porque eu sou mulher - Diz levantando
— Ok - Digo sentando na cadeira — Mas o seu user não tem gênero são só letras, não tem como ele saber - Digo rindo
— Para, eles sabem, são uns merdas - Diz rindo
Enquanto eu jogava no lugar da Eli lembrei o quando jogávamos rpg juntas e era tão bom, até eu me apaixonar pela a música e só fazer isso, e o quando eu detesto pensar que posso parar de fazer coisa que eu amo por conta da minha mãe que me tem sobre pressão para fazer a porcaria de direito sério, que coisa mais sem sentindo, não quero defender as pessoas, é chato, quero estudar o universo, descobrir novas estrelas, galáxias, planetas e ser feliz me mostrando para mundo e não ficar sentada na frente de várias pessoas com ternos engomadinhos e termos superficiais, isso me dá calafrios que vai até a espinha
— Pronto voltei, COMO ASSIM VOCÊ DEU UM TRIPLE KILL? - Diz indignada
— Eu sou uma ótima jogadora de valorante - Digo me gabando
— É mesmo, hoje não vou fazer live, tinha uns capítulos para terminar de uns jogos, mas hoje é diferente.. tem tudo para dar errado - Diz com a cara na frente do computador
— Você pode fazer depois, seus chegam perto do jantar, tem a madrugada inteira senhorita famosa da twitch - digo cutucando ela
— Ei - Diz pulando — Sim, mas teria que avisar no Twitter e enfim, já sei, porque você não cria um Twitter? - Diz virando a cadeira para mim
— Não - Faço cara de nojo - Não gosto de redes sociais e não quero encontrar um esquerdomacho
— Não é, pode criar um perfil de nerdona que você é pela o Tom Holland ou ficar sofrendo pelo o fim do One Direction - Diz
— NÃO É UM FIM, ELES VÃO VOLTAR - Grito — E eu não sei, é tudo estranho, mas pensarei nisso
— Sei - Ri - Enfim, a banda que deu disband - Ela olha pra mim e eu estou colhendo com uma cara de cão raivoso — Digo.. um grupo de 5 jovens que apenas deram hiatus desde 2016 e não voltaram mais e você acha que eles não acabaram? - Diz tomando energético
— NÃO, eu choro todos os dias lembrando desse acontecimento ok? Não precisa ficar me maltratando assim - Digo fazendo biquinho
— O MEUDEUS Li, não chora pela mor de Deus eu não sei lidar com pessoa chorando, não é igual criança que você devolve pra mãe - Diz indo sentar do meu lado
— E a partida?
— A gente perdeu, só tinha noob que ódio - Diz olhando pro computado e depois voltando a atenção e mim — Enfim, eles vão voltar, pode ser na outra reencarnação - Diz com tom de ironia
— QUE ÓDIO ELI - digo rindo de desespero - Você me odeia muito não é possível
— Eu te amo muito, mais do que você pensa.. - Diz sorrindo
— Eu sei, Eu também te amo, aliás como vai ser a janta? Você sabe que não como algas né ?
— Não sei, mas acho que vai ser strogonoff ou algo do tipo, não tem algas eu prometo de dedinho - Diz mostrando o mindinho e eu entrelaço com o meu mindinho no dela e sorrimos. Ela se levanta e me puxa até irmos a sala, encontramos a Dona Saiori dormindo no sofá, rimos da situação e ela me leva para o jardim na parte de trás da casa dela
— Olha, aqui tem uma coisa enterrada que é o meu maior segredo, e tem uma carta escrito tudo o que sinto sobre todo mundo e tem sobre você, e eu estou te contando porque é minha melhor amiga, mas tá enterrado então não pode ser desenterrado até minha morte - Diz confiante
— Meu Deus Eli que horror - Digo — Não quero nunca então
— Para, eu não vou morrer, tenho muito tempo ainda pra jogar com o alanzoka
— Verdade, e virar uma streamer super famosa, que já está ne, por ser linda desse jeito
— Li, parou, você não faz o meu tipo - Diz rindo
— Porque não? Eu sou super talentosa e você me ama
— Quem sabe um dia você saiba do que tem na carta sai pode confirmar uma dúvida na sua cabeça - Diz
— O que? Não estou entendendo nada
— Nada - Ri — Vamos voltar, pois meus pais chegaram então não quero adiar minha ansiedade
Entramos e estava o senhor e a senhora Saiori entrando com um monte de sacolas e com um sorriso no rosto
— Li quanto tempo - Diz ela vindo me abraçar
— Ola senhor e senhora Saiori, quanto tempo mesmo, vocês estão bem?
— Estamos ótimos - Repetem juntos
— Mãe.. pai tenho lago para contar para vocês - Diz com voz baixa
— Calma ai filha - Diz pondo as sacolas na bancada — Diga - falou virando toda a atenção para a Eli
— É sobre o Enem? - Perguntou o senhor Saiori
— Sim... mas... - Diz com a voz tremendo
Enquanto a Eli não parava de tremer e literalmente tendo uma crise de pânico na frente de todos, ela começa a chorar e os pais dela apenas leva ela ao sofá e lhe dão um copo de água com açúcar, ela vai se acalmando de pois de alguns minuto e inspira fundo e olha pra mim, faço uma afirmação de "sim" com a cabeça para ela conseguir ter coragem em contar para os pais dela
— Eu ... não consegui fazer a prova - diz com a cabeça cabisbaixa
— Como assim? Não foi ao enem? - Pergunta o senhor Saiori
— Não.. eu fui.. mas ..
— O que filha? - Diz interrompendo
— Eu tive uma crise de ansiedade e pulei tudo, só fiz o gabarito e a redação, e eu sei que não sou boa o suficiente para tirar uma nota mil no enem ou ser uma filha perfeita - Diz com o choro preso na garganta
— Filha.. tá tudo bem, acontece, é seu primeiro enem, não vamos brigar com você, queremos saber como está sua saúde e se tá precisando de algo - Diz o senhor Saiori
— Nos te amamos Eli, não precisa se culpar, você é uma ótima filha e temos orgulho de você e você é sim suficiente e eu tenho certeza que tirou uma nota boa - Diz a senhora Saiori sorrindo acariciando o rosto dela
Ela suspira aliviada e abraça os pais, eu apenas observo o jeito que ela é tão acolhida seja o problema que ela causou sempre será respeitada pela a decisão, e na minha situação eu acho que é karma mesmo. Ela se levanta e me puxa para irmos ao quarto dela, chegando lá ela me abraça
— Obrigada Li, por estar comigo aqui eu realmente precisava de você
— Não precisa agradecer eu te amo sei que tudo vai dar certo ok? - Digo soltando o abraço dela
Sentamos na cama e cada uma foi para o seu celular, comecei a conversar com a minha mãe sobre como estava a situação da Eli
Mãe de direita e meia zen
— Oi
— Como está a Eli? Tudo bem com ela?
— Eu também estou bem mãe obrigada por perguntar, sim, a Eli está bem, os pais dela entenderam a situação
— Ótimo, então venha amanhã cedo, iremos viajar de tarde para gramado
— Como assim? Quando decidiram isso? - Pergunto indignada
— Eu e o seu pai, não interessa, chegue cedo aqui arrume as coisas e vamos, seu pai está de férias e eu também, então decidimos ir
— Ok mãe! - Exclamo — Posso pelo menos levar a Eli? - Pergunto olhando pra ela e ela abre um sorriso
— Sim, vai ser divertido, irei ligar para os pais dela, Tchau
— Tch... ELA DESLIGOU NA MINHA CARA
Suspiro forte e apenas olha para a Eli e ela estava completamente sorridente e feliz
— VOU CONHECER GRAMADO - grita
— VAI !! - nem acredito, será que os seus pais deixariam encima da hora assim você ir?
— Não sei, mas vou arrumar as coisas, lá é bem frio né?
— Sim, aí Eli - Digo cabisbaixa
— O que foi pitica? - Diz encostando no meu rosto
— Será que, um dia eu realmente irei orgulhar a senhora Marta? tudo o que faço tá errado, eles me julgam por tudo
— Olha Li, eu não lembro o nome do filósofo mas uma vez um deles disse assim "O que criticamos nos outros, é o que tem dentro de nós" não lembro se a frase era assim também - ri - Mas o que tenho há dizer é: Talvez eles te cobram tanto pra ser uma filha perfeita é porque eles nunca conseguiram ser isso
— Faz muito sentindo isso, não lembrava disso, eu entendo que eles querem que eu seja uma filha perfeita mas, eu só queria ser uma astrônoma
— Sim Li, mas entenda, que aos poucos você vai conseguindo mudar a cabeça deles, não é brigando e tacando todo o seu ódio quando eles falam desse assunto, sobre Direito, vai aceitando a ideia, caso e se possível toque no tema entendeu? Não quero que você fique triste ou brava com coisas que a Tia Marta diz
— Você tem razão, as vezes é tão óbvia a solução que te distorce, sei que tenho que ter cabeça mais fria sobre isso e não gritar logo que ela tocar no assunto, por isso que amo falar com você, você me entende soulmate - Digo com um sorriso fechado
— Eu sempre estarei aqui com você, para o que der e vier soulmate
Ela se levanta e vai direto ao guarda roupa procurar casacos para arrumar a mala
— Ei, você tá com fome? — A gente acabou não jantando só oito e meia e agora, será que eles já fizeram o Strogonoff?
— Não sei Eli, e sim estou morrendo de fome, principalmente porque o strogonoff da sua mãe é dos deuses
— Verdade - Ri — Já descemos la então
Ela continua arrumando a mala e eu apenas sento na cama, tiro meu livro de meu fichário de dentro da mochila e começo a estudar astrofísica que é uma das minhas partes favoritas pois tem que estudar o astros e eu sou tão apaixonada nisso de verdade, é tão incrível você conseguir diferenciar cada uma delas
— Li, não acredito que você está estudando - diz virando pra trás
— Sim, preciso ter muito conhecimento sobre isso El
— Mas, o Enem já passou .. não precisa estudar mais
— Sim - ri — Eu sei, mas como eu disse, eu preciso de muito conhecimentos para ser uma astrônoma, você sabe como essa pia é super machista, eu preciso saber mais que eles, e o que eu estou estudando não é tão difícil, é bem fácil pra falar a verdade
— E o que seria minha futura gênia da NASA? - Pergunta sorrindo
— Astrofísica, juro que é rápido preciso entender qual é a origem do campo magnético
— E você quer ser Astrofísica? Por isso?
— Não, eu quero ser Astrônoma
— E qual a diferença? Li perdoa minha ignorância, sério, eu realmente não entendo nada de exatas , você sabe que eu sou de humanas
— Relaxa, é bem difícil de entender, muitas pessoas ficam meio desinteressadas por acharem que são as mesmas coisas masa astronomia estuda o universo de forma geral, a Astrofísica é a área responsável por utilizar as leis da física e da química para compreender os astros
— Entendi, com certeza você vai ser aquelas páginas do Twitter de "o que o mapa astral do crush tem haver com o seu" né? - Ri
— VAI SE FUDER ELI - dou risada junta — QUE ÓDIO MENINA, me deixa
— NÃO ACREDITO NISSO, você vai ser essas mulheres tenho certeza - Ri alto
— PARAAAAAAAAAA - grito — Eu ainda irei aprender sobre mapa astral ok? E não vou ler o seu
— A para né Li - ri — Vai ler sim, nem que eu te pague
— Meninas? - A senhora Saiori bate na porta — A comida está pronta, vocês vem? - Pergunta com um sorriso
— Sim tia - Respondo — Em um instante
— Eli? Vai viajar mesmo? A Marte me ligou perguntando e eu queria saber de você, se sente bem para ir a gramado?
— Sim Mama, Eu quero conhecer lá, mas só se a senhora deixar
— Deixo filha, mas tem que se apressar então - ri — Vão amanhã a tarde né Li? - Pergunta olhando pra mim
— Sim tia - Respondo
— Então Eli, tem que ir bem agasalhada, e arrumar as coisas rápidos - Ri — Estou esperando vocês na mesa ok? Desçam rápido - Diz fechando a porta
— Aaaaaaa - Grita de felicidade — Achei que ela não iria deixar por causa do Enem
— Tô super feliz de verdade - Digo sorrindo — Vamos Descer pra comer por favor tô morrendo de fome
— Ok - Ri
Descemos para o jantar e já estavam todos posicionados em seus lugares na mesa inclusive o Timotte o cachorrinho da Eli, as vezes nem consigo pensar de onde ela tira esses nome é logo de call me by your name, fico impressionada com a criatividade e a coragem de por esse nome, a família da Eli ela é bem tradicional japonesa mesmo, então eles agradecem antes das refeições e eu acho isso uma coisa bem bonita, eu respeito muito a cultura deles então acabo repetindo por acostume desde criança
— itadakimasu - Dizemos juntos
Começamos a comer e a Eli estava com um sorriso de orelha a orelha e eu apenas sorrio quando a olho, eu realmente não sei o que faria sem ela na minha vida. Terminamos de jantar e eu me ofereci para lavar a louça
— Estava incrível a comida Senhora Saiori
— Muito obrigada Li, fizemos com muito a amor, e obrigada a você que se ofereceu pra ajudar agora
— Que isso, estou ajudando e é uma forma de agradecimento por vocês me deixarem dormir aqui e a Eli ir comigo amanhã
— Sobre a Eli - Diz baixinho olhando pra trás para ver se ela estava por perto — Eu sei que não esta sendo fácil para ela, mas muito obrigada, por ajudá-la, ela não tem muitos amigos e deve ser um pouco ruim, mas eu vou conversar com uma psicóloga se pode ajudá-la, o que você acha?
— Eu acho ótimo Senhora Saiori! - Exclamo — E eu que agradeço, a filha de vocês é uma pessoa muito especial pra mim, e eu sempre estarei aqui a- Digo sorrindo
— Obrigada por entender Li, não diz nada pra ela ainda tá?
— Sim senhora, agora eu vou escovar os dentes e ir deitar, obrigada novamente, licença - Digo saindo
Subo as escadas e a Eli estava arrumando a mala dela, colocando um monte de coisa inclusa um pijama de Boku no Hero
— Você acha que eu devo levar o meu Nintendo Yi?
— Não sei quanto tempo iremos ficar lá, se vamos pra outros lugares, mas leva, pode te divertir muito
— Por que demorou pra subir?
— Eu me ofereci para lavar a louça e agradeci sua mãe por deixar você ir
— Entendi, fico feliz que tudo está bem, pode ir estudar se quiser
— Sim, tudo está bem, não precisa levar a casa toda - Ri — Sim, quero terminar essa minha pesquisa logo
Cerca de quase uma hora e meia a Eli consegue terminar as malas, ela fez exatamente duas malas e uma mochila
— Pronto - Diz apontando
— Meu Deus El - Ri — Olha interessante o tanto que voce tem o precaução
— Só o necessário que eu estou levando ok? - Ri — Acha muito exagerado?
— Não muito, mas é melhor se previnir né?
— Sim - Concorda — Quer ir deitar ? Pra descasarmos antes da viagem?
— Óbvio - Deito ao lado dela virada para ela — El, eu amo o seu quarto, ele diz muito sobre sua personalidade
— Sério? O que tem demais nele que tem haver comigo?
— Além dele ser lindo, as suas prateleiras cheias de funkos e troféus, seu computador gamer que é muito bonita a cor dele, sua estande se livros e mangas e alguns álbuns de kpop, sobre você ser cuidadosa ao colar os posters de livros, jogos e doramas e muitos, muitos origâmis - Ri
— A verdade - Ri — Eu gosto dele, tem uma vibe meio adolescente em crise meia perdida mas é legal né? - Ri
— Sim, bastante - Ri — você é uma pessoa incrível El, e eu te amo muito ok?
— Iiiiiiiiih tá muito boiola ein Li, o que aconteceu? vai fugir do Brasil? - Ri
— Não otaria - Ri — Eu só estou sendo carinhosa com a minha melhor amiga
— Ok - Ri - Eu não vou pagar fiança se você for pega em outro país - Ri alto
— Aí El - Por favor né - Ri — Insuportável
— Você me ama
— Nunca amei
— Mas você acabou de falar
— Eu? Imagina, delírio - Ri
— Boba - Ri - Eu também te amo muito menina
— Eu sei
— Quer ir dormir?
— Melhor né? Não quero ir indo dormindo na viagem - Digo
— Boa noite Li - Diz beijando a minha testa
— Boa noite El - Sorrio
Viro para o outro lado e ela faz a mesma coisa, ao observar mais uma vez os detalhes do quarto da Eli vejo que ela tem tanto futuro como Gamer, tenho certeza que ela vai ser tão bem aceita com o jeitinho dela e quero estar do lado dela a cada momento quando isso chegar

In lost universes, I found youWhere stories live. Discover now