— Em você? — Paraliso e pisco algumas vezes, a simples frase fez com que um formigação se formasse em minha intimidade. Nathan me analisa sorrindo de lado e encara minhas pernas, só então percebo tê-las apertado uma na outra. — Ah, eu sei sim.

O empurro levemente colocando minhas joias e amarro meu cabelo novamente em um rabo de cavalo. Minhas mãos tremem um pouco graças ao nervosismo. Segundo Nathan, depois dessa teremos mais uma audiência, daqui a dois dias. Dois dias para ter minha filha de volta.

— Você vai a empresa comigo. — Fala tocando minhas costas e me guiando para fora do quarto.

— Eu disse que ia?

— Eu perguntei? — Reviro os olhos e retiro suas mãos de mim. Nathan caminha até um carro diferente e abre a porta para mim.

— Sem motorista hoje? — Pergunto adentrando o carro, Wilkerson abre a porta entrando do outro lado, ele não responde apenas se encosta no banco passando a língua na parte interna da bochecha. A cena foi malditamente perfeita.

— Tá escorrendo. — Franzi a testa e o encaro confusa. — A baba.

Reviro os olhos e me viro para frente escutando sua risada irritantemente gostosa. Sinto sua mão tentar tocar minha coxa e resmungo o afastando.

— Eu já fiz bem mais do que tocar na sua coxa. — Fala agarrando minha perna e me forçando a ficar quieta, resmungo sentindo minhas bochechas quentes e o sinto apertar minha coxa enquanto dirige.

Lembre-se Emma, vocês não tem nada. Se você se apegar a ele, você vai sair magoada no fim. Foque na Jasmin, apenas nela.

— Abra o porta luvas. — Ordena. Dou de ombros e abrindo local vendo uma pequena caixinha. — É sua.

— Ah, ok. — Abro a caixinha vendo uma aliança de ouro delicada com algumas pequenas pedrinhas, posso ver o nome Nathan escrito nela e a coloco no dedo suspirando. Em sua mão tem uma parecida, um pouco mais grossa.

***

Adentro a sala do juiz segurando a mão de Nathan. Quase choro ao ver minha filha no colo de minha mãe que me encara surpresa assim como Ella e Damian, me encaram não, encaram meu marido. Respiro fundo e me sento na cadeira ao lado do advogado de Nathan que se senta ao meu lado. Tento conter a dor no peito ao olhar para minha pequena e foco no juiz.

— Estamos aqui hoje para mais uma audiência sobre a guarda da menor Jasmin Martínez, cuja a mãe biológica é Emma Wilkerson. Porém a jovem não tem condições de criar a criança tão bem quanto o senhor Damian e a senhora Ella Burns. A palavra é do advogado da srt. Wilkerson.

— Vossa excelência. — Nosso advogado de levanta. — Posso garantir que minha cliente tem plenas condições de cuidar da menor.

— E como pode provar isso, doutor? — Ella pergunta sorrindo de lado.

— Controle sua cliente doutor. — O juiz repreende encarando o advogado de Ella. — Continue, Dr. Moore.

— Como ia dizendo, meritíssimo. Minha cliente além de ter um emprego onde recebe absurdamente bem. — Nosso advogado entrega uma pasta ao juiz, creio que seja algo relacionado ao padrão de vida. — Sua renda mensal conjunta com seu marido ultrapassa qualquer padrão de vida que a Sra. Ella e seu marido possam oferecer.

— Marido? — Damian pergunta recebendo um olhar de reprovação do juiz.

— Silêncio. — O juiz fala se recostando na cadeira.

— Como estava falando, posso garantir que minha cliente tem plenas condições de dar mais além da qualidade de vida para a criança, além de ser sua verdadeira mãe.

— Com sua licença, meritíssimo. — O advogado deles interrompe.

— Diga, dr. Jones.

— A mãe da menor é a minha cliente, afinal a gestação aconteceu em seu corpo. Existe laço maior que esse?

Por um segundo meu coração para, aquele era um argumento muito bom. Mas eu sou a mãe da Jasmin. Posso vez o juiz respirar fundo.

— Esse é um caso complicado em questão de laços então vamos deixá-las de lado. Afinal tanto a Sra. Burns, quanto a Sra. Wilkerson tem grande laço maternal com a criança. Veremos aqui qual família é capaz de cuidar da menor de melhor maneira. — O juiz nos encara atentamente, mordo os lábios e sinto Nathan segurar minha mão.  — Declaro que a menor Jasmin Martínez ficará com Sra. Burns no dia de hoje e na terça com a Sra. Wilkerson. Uma agente do conselho tutelar irá acompanhar o dia. Quarta feira Voltaremos aqui e decidirem com quem a menor irá ficar.

***

Abraço Nathan fortemente sentindo algumas lágrimas caírem. Eu estou tão perto, a minha filha... Ela... Estava tão linda, tão perfeita. Minha garotinha cresceu nos meses que fiquei sem vê-la.

— Ela é linda, precious. — Nathan fala tocando meu rosto, sorri em meio as lágrimas e assinto. — Tem seus olhos.

O sinto beijar minha testa carinhosamente e me encosto em seu peito me sentindo extremamente feliz.

— Obrigado, Moore. — Nathan agradece, me viro para o advogado e sorri.

— Obrugada, dr. Moore. Sem você...

— Não precisa agradecer, Emma. — Fala. — E pode me chamar de Gabe. Seu marido é bem irritante. — Dou risada vendo Nathan colocar as mãos no bolso da calça e pisar no pé de Gabe disfarçadamente. — Aí caralho. Isso dói.

— Ora, ora, ora. — Escuto a voz de Ella. Me viro vendo ela e Damian, minha mãe nem se dá ao trabalho de me olhar, como sempre. Ela apenas se mantém afastada com minha filha no colo. — Arranjou alguém, Emma? Será que ele vai te jogar fora também?

Respiro fundo sentindo Nathan tocar munha cintura fortemente e a encarar com desprezo.

— Quem faz isso é você, irmãzinha. Não fui eu quem fui pra cama com o namorado da minha irmã só porque nunca consegui ser tão boa quanto ela. — Escuto Moore prender a risada e sorri de lado ouvindo o homem agarrado a mim rir baixo.

— Ora sua...

— Sua o que? — Nathan pergunta. — Não ouse chegar perto da minha mulher, não olhe para ela, não toque nela, não dirija a palavra a ela.

— Se não o que? — Damian pergunta sorrindo de lado. — Ela vai chorar, como sempre faz?

— Ela chorava com você? Comigo é algo mais... — Ele para por um segundo. — Prazeroso.

Minhas bochechas ficam levemente quentes e Moore explode em uma gargalhadas.

— Não pense que vai ficar com a minha filha, Ella. — Murmuro chegando perto dela. — Não vai ter nada que é meu.

— Exceto seu namorado. — Sorriu de lado. Solto uma risada irônica.

— Esse daí? Ah não, esse daí você pode ficar já que significa tanto assim para você. — Sorri educadamente. — Passar bem.

Arrumo minha bolsa no ombro e começo a andar até o carro com Nathan segurando minha cintura. Posso sentir os olhares deles queimando minhas costas.

— Você não brincou quando disse que ela é um sonho. — Escuto Gabe falar assim que entro no carro. Nathan sorri se lado do por de fora e fala algo que não consegui entender graças a porta fechada.

Solto um suspiro sentindo minhas mãos tremerem. O Damian, eu gostava dele mas não era alguém tão importante. Mas a Ella, era a minha irmãzinha. A pessoa que cuidava de mim, que me protegia, a pessoa que nunca que deixou de lado em momento nenhum, mesmo com a visível preferência de nossos pais. Ela era minha família, a única em quem eu já confiei. Limpo as lágrimas que nem tinha percebido assim que Nathan adentra o carro. Wilkerson solta um suspiro e toca minha coxa carinhosamente me fazendo ficar mais calma.

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