Quando é pra acontecer... (VONDY)

16. Por besarte

Quando cheguei em casa segunda-feira de manhã depois de um show e estava sozinho, na hora eu tive uma idéia. Liguei pra Dulce, convenci ela a me deixar buscá-la na faculdade.

Saí de casa um pouco mais cedo depois de um banho relaxante. Passei num restaurante e numa padaria e acabei tendo que enfrentar algumas fotos.

Quando parei em frente a faculdade, alguns alunos já saíam, então mandei pra Dulce o local que estava e fiquei aguardando. Ela não demorou a aparecer e eu cumprimentei com selinho, já ligando o carro.

- Pra onde nós vamos? - Perguntou.

- Pra minha casa. - Disse sorrindo. - Minha mãe foi pra um curso de botânica com uma amiga. Comprei comida e vamos nadar o dia todo. - Falei ligando o som numa rádio da cidade.

- Que delícia! - Disse colocando a mão na minha perna. - Então você tem que passar em casa pra eu pegar biquíni.

- Você nada nua. - Disse calmamente. Dulce abriu a boca e ficou me encarando, depois nós dois gargalhamos.

- Claro que não! Já pensou se chega alguém? - Perguntou e eu ri mais ainda.

- Não vai chegar ninguém e lá tem muros altos, mas a gente passa na sua casa então! - Ri desviando o caminho. Era bem perto.

- Já estava com saudades. - Disse me olhando cantar baixinho a música do Maroon 5 que tocava no rádio.

- Eu também estava. - Beijei sua mão.

Dulce desceu rápido, e logo voltou pro carro. Era dia do seu rodízio, e o carro ficou na garagem. No caminho pra minha casa ela segurou nossas comidas e deu risada das minhas brincadeiras.

Assim que chegamos, eu mostrei a casa pra ela, principalmente meu quarto.

- Tem a sua cara. - Disse.

- Você acha?! - Ri. - Todo mundo acha que não.

- Claro que tem! - Disse pegando meus cristais da astrologia. - Eu amo! - Falou apontando pra mim e rindo.

- la ser a astróloga mais linda! - Ri.

- la mesmo! - Ela falou me abraçando e demos um beijo. - Vamos comer? Estou com fome.

- Vamos! - Apertei seu nariz rindo.

Comemos massa, comida preferida dos dois. Estava saindo muito da dieta e teria que pegar pesado na academia, mas não estava ligando muito.

Dulce amou o restaurante, disse que era seu novo restaurante preferido. Ela me obrigou a lavar a louça pra não deixar pra minha mãe e fizemos isso juntos.

- O que você quer fazer antes de nadar? - Perguntei. Ela me olhou pensativa e abriu um sorriso lindo.

- Quero que você cante.

- Cantar? - Perguntei surpreso. Eu sabia que a minha música não fazia o seu estilo, ela gostava de reggaeton, rock, e pop-folk.

- Sim. - Sorriu e me abraçou. - Você nunca cantou pra mim.

- Eu canto. - Selei seus lábios. - Vou pegar meu violão.

Resolvemos ficar na sala e ela foi escovar os dentes no banheiro alí de baixo, e eu fiz o mesmo no meu quarto. Peguei o violão e encontrei ela lá embaixo sentadinha no sofá.

- Sua mãe que decorou a casa?

- Sim! - Sorri.

- Ela tem muito bom gosto.

- Claro que tem, já viu o filho dela? - Pisquei me sentando de frente pra ela e dedilhei o violão ouvindo sua risada. - O que você quer que eu cante?

- Me surpreenda! - Sorriu.

Pensei um pouco e resolvi tocar uma música que havia visto ela ouvir durante a viagem pro Chile. Aprendi um pouco a tocar no violão quando voltei, e comecei a cantar, ganhando um sorriso lindo de quem me olhava atenta.

- ..."Por besarte
Mi vida cambiaria en un segundo
Tú, serías mi equilibrio, mi destino
Bésame y solo así poder tenerte
Eternamente en mi mente"... - Cantei algo que me lembrava muito ela.

- Eu amava essa música. - Ela disse quando eu terminei. - Mas ela ficou ainda melhor cantada por você. - Disse. E eu, bobo apaixonado, fiquei todo sem graça.

Sem dar mais tempo, comecei outra que também tinha escutado com ela. Estava tocando muitas que escutei com ela quando ficava com insônia.

- ..."Somos como arena y mar
Somos más que una ilusión porque no hay duda
Y esta historia de los dos
Es tan linda como nunca hubo ninguna
Nadie sabe amor
Nadie sabe qué podrá pasar mañana
Quiero amarte hoy
Quiero abrir todas las puertas de mi alma"... - Toquei meio mal, mas ela estava gostando, e fiquei ainda mais empolgado.

- Tão linda na sua voz! - Ela acariciou meu rosto.

- Presta atenção nessa... - Disse pensando numa música que estava viciado. - É Ed Sheeran, mas me lembra muito a gente. - Falei sem graça e comecei a tocar dessa vez olhando pra ela, pois já conhecia bem a música. - ..."People fall in love in mysterious ways
Maybe just the touch of a hand
Well, me, I fall in love with you every single day
And I just wanna tell you I am"... - Sorri, tendo como resposta um sorriso lindo novamente.