Under the Spotlight, parte um

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4:34, Sexta-Feira, 23 de Julho

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4:34, Sexta-Feira, 23 de Julho

"Onde está sua prima? É sua despedida e ela está atrasada, como sempre!" Minha mãe estava estressada, nervosa, e a demora da chegada de minha prima a chateou mais.

"Tudo bem mãe, ela deve estar na faculdade ainda, talvez os professores prenderam ela um pouco mais hoje."

"Sua tia não deveria ter deixado ela fazer faculdade por aqui mesmo, o que essa cidadezinha tem a oferecer a ela? Aquela garota está gastando seu tempo por aqui!"

Minha mãe falava isso agora, mas se voltássemos alguns meses atrás, a ideia de que eu saísse do ninho e fosse para o grande mundo perigoso enjoava ela.

Mães, não é mesmo?

Mas ela não era a única que até alguns meses não imaginaria que eu estaria aqui agora, organizando a minha festa de despedida. Eu também fui surpreendida.

Tudo aconteceu tão rápido, e acho que a ficha ainda não caiu.

Mesmo sabendo que daqui a dois dias eu estarei em um avião indo para a brilhante cidade de New York, para estudar na New York Arts Academy.

É claro que eu ia sentir saudades da minha família e dos meus poucos e fiéis amigos. Também iria sentir saudades da minha queridíssima, porém sempre atrasada, prima Wendy.

Quando contei aos meus parentes que eu queria ir morar em New York depois de me graduar, Wendy foi a única que me entendeu e me apoiou.

Ela sempre foi a "má influência" nos olhos da minha família, pegou a fase gótica, estudava artes e estava com um estilo de cabelo diferente toda semana.

E eu sou basicamente a mesma coisa, só que sem a gótica e cabelos diferentes. O que eu quero dizer é, eu estudo artes cênicas, é meu sonho desde que eu assisti High School Musical com 7 anos e cantava as músicas no banheiro.

Honrando o título de criança hiperativa, eu era alguém de muito hobbies. Fazia balé, vôlei, natação, pintura e tentei ginástica uma vez (não foi uma boa ideia, tenho uma cicatriz até hoje daquele ocorrido, mas vamos voltar para a história). E como eu fazia tudo aquilo? Simples, eu não era boa em nenhum deles.

Por algum motivo os professores falavam que eu sempre me "empolgava demais" e que eu era "convidada a me retirar".

Mas quando eu me envolvi com o Teatro e com a Música eu sabia que era aquilo. Muitos diziam que eu deveria largar aquilo e focar na escola. Aprender a fórmula de Bhaskara ou sobre Pitágoras a ajudaria muito mais do que conseguir cantar o musical Hamilton completo. O bom é que meus pais nunca tiveram esse preconceito contra as artes, então sempre que alguém vinha pra cima deles dizer isso eles só relevaram

diziam que eu gostava, e era uma atividade saudável que me ajudaria a passar o tempo e desenvolver habilidades de comunicação.

Eles não poderiam estar mais errados, em ambas coisas, primeiramente: Onde estava minha saúde quando eu chorei escutando a soundtrack de Dear Evan Hansen enquanto cantava junto? E, segundamente, não foi uma atividade "só para passar o tempo", já que não demorou muito para que eu decidisse que essa seria minha profissão.

Para Onde Vão os Corações ApaixonadosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora