Capítulo 3- Própria sorte

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Nem sempre o mundo é justo, eu cresci ouvindo que deveria fazer a própria sorte, me disseram pra não esperar que alguém venha me resgatar, me disseram pra eu mesma me levantar e lutar contra todos aqueles que querem meu mal.

✧*:.。.Hinata.。.:*✧

O céu era uma imensidão negra banhada por pequenos pontinhos brilhantes, aquela era minha vista favorita.

Estava deitada no chão empoeirado da varanda de uma casa - que apesar de ser nova e elegante - estava parecendo velha e mal cuidada. Meus pés balançavam de acordo com o ritmo da música que eu cantarolava e os meninos terminavam seu trabalho lá dentro.

— Hinata vamos logo! — Toneri apareceu de repente ao meu lado e me ajudou a me levantar.

— Tinha alguma coisa legal? — indaguei abrindo um sorriso travesso.

— Pra você minha princesa! — Toneri estendeu um colar com uma pedra vermelha, era muito bonito e certamente caro.

— Uau. — foi tudo o que consegui dizer.

— Pelo visto, alguém não estava cumprindo seu dever direito. — Neji apareceu com aquela carranca séria acusando-me de não estar vigiando.

— Você sabe muito bem que os donos dessa casa estão viajando, foi por isso que eu a escolhi. Ninguém vai aparecer, relaxa eu sou boa no que faço! — pisquei para o meu primo que revirou os olhos guardando algumas jóias no bolso da camisa.

— Não precisam brigar. Nós já temos o alvo perfeito, e nossa Hinazinha vai cuidar dela direitinho. — Toneri sorriu divertido.

— Você é maluco ! — dei tapinhas em seu peito — Vamos!

Toneri segurou em minhas mãos me ajudando a pular o muro da casa e quando eu cai do outro lado, me preparei pra agarrar o enorme saco com os bens roubados.

Aquele era nosso ganha pão.

Sei que não é digno, mas essas pessoas tinham demais e não se importavam com aqueles que tinham pouco, só estávamos deixando justo.

Assim que os garotos pularam para o lado de fora nos misturamos na sombras da noite e sigilosos como o vento fomos embora dali.

Nossa morada ficava ao lado de uma taberna imunda, era um lugar pequeno, fazia muito calor e o cheiro não era dos melhores, sem falar no estado caótico que as paredes e pisos se encontravam.

Neji era meu primo, mas fomos criados como irmãos, quer dizer nós dois éramos apenas criancinhas quando fomos jogados na rua pra aprender a se virar sozinhos.

No início procuramos trabalho, mas ninguém queria pirralhos sem experiência que nem ao menos conversar direito sabiam, nosso próximo passo foi pedir esmola, mas os trocados eram poucos e não nos ajudavam muito.

Ninguém ligava para aquelas crianças sujas que pediam dinheiro na praça, não se importavam com nossas roupas rasgada, nossos rostos abatidos ou nossa desnutrição.

Cansados de passar sufoco começamos a roubar, no início sem experiência no assunto, fomos pegos muitas vezes, apanhamos e quase fomos levados pela polícia militar, mas conseguimos fugir e com o tempo melhoramos naquilo que fazíamos.

Quando estávamos um pouco mais velhos conhecemos Toneri um garoto com as mesmas condições que as nossas, mas a diferença é que ele já não ligava pra ninguém a não ser ele mesmo, estava cansado da maldade do mundo e disposto a por um fim nela, então juntos juramos proteger um ao outro e construímos a Akatsuki.

"Amanhecer"

Lembre-se amanhã é um novo dia, lute para que ele seja melhor, lute pelas pessoas que ama, lute por si mesmo e por condições melhores, não deixe as pessoas pisarem em você, mostre a elas que você possui garras e uma ambição.

Por Konoha Where stories live. Discover now