Te odeio tanto.

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🌌✨
Para as vozes que fazem eco
Na minha cabeça.
Para as palavras sinceras
Que ficam presas e dão um nó.

Sem vocês eu não teria o desprazer de explodir em mil pedaços
E não teria a força de juntar os cacos
E dançar sobre meu medo
E cantar a minha dor.
🌌✨

       
             ✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

- Pensei que passaria o resto da viagem me ignorando- Finalmente respondeu, mas foi ríspida e curta

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- Pensei que passaria o resto da viagem me ignorando- Finalmente respondeu, mas foi ríspida e curta.

- Ficou tão óbvio assim?

- Sim, e principalmente quando você desviava o olhar. 

- Eu não consigo confiar em você Astéria- Me deitei no chão frio e encarei as estrelas- Não de novo. 

- O que exatamente somos agora? Estranhos com certa tensão sexual?- Deixei um sorriso de cantos de lábio escapar na minha boca. Ela, como eu, se deitou na superfície gelada, e rapidamente a pele arrepiou. 

- Olhos azuis né?- Cutuquei ela com o cotovelo. 

- Não acredito que a madre te disse isso.

- Acho que ela gostou de mim, porque a madre me contou muitas coisas. 

- E o que mais então?

- Que você gastou aquela flor de sangue comigo. 

A vingança é vermelha como o sangue, e fica melhor quente.

A dica sempre esteve ali, a resposta estava escancarada. Meu ódio era tão grande que eu sequer enxerguei o que me foi dado de mão beijada. Mas mesmo assim, não adiantaria muita coisa. Sairíamos daquela ilha, lutaríamos uma guerra de venenos sem antídotos e provavelmente morreríamos em um campo de batalha. 

- Como você sabia?- suspirei profundamente focando apenas nas estrelas acima de nós- Da primeira vez que nos vimos você disse que sonhou conosco. Mas eu não acho que você seja clarividente. 

- Eu não sou, se eu fosse não me meteria em tantas encrencas. Eu sonhei com vocês porque o Obscuratus me manteve informada do mundo exterior. 

Suas costas se separaram do chão. Agora ela estava sentada, com o apoio das mãos. Mas seu rosto estava na minha frente agora, seus cabelos deslizavam de sua cabeça e despencavam sobre minha face.

- O que você vai fazer depois que tudo acabar?- Os olhos cor de sangue brilhavam pela luz da cidade, e talvez, só talvez, faziam alguma parte dentro de mim refletir aquele brilho. 

- Se ganharmos, acho que vou no Ritta's, talvez eu tente dançar. E se perdermos, bom... Não sei se vão sobrar muitos lugares para me embebedar por aí- respirei fundo e minha cabeça se encheu de pensamentos ruins. Mas me interrompi antes disso- E você? 

- Se os soldados de Hybern vencerem, provavelmente vou ter que ficar com eles. Se vocês vencerem, espero que hélion aceite a visita de uma velha amiga. 

A verdade é que ela não tinha exatamente para onde ir. Duvido que quisesse viver na terra de Drakon para sempre, com os olhares daquelas pessoas, ela seria exilada de Arcádia com toda certeza, e seria incerto saber se os habitantes da corte Diurna ficariam felizes com uma traidora. No final, aquela serafim estava sozinha, como quando foi aprisionada por Amarantha, só que dessa vez estaria acordada para ver tudo corroer ao seu redor.

- De onde são suas promessas se sangue? 

- Essa eu fiz com meu pai- a de galhos entrelaçados era a mais viva das três, essa outra eu fiz com... Haldir- Eram como gotas disformes- E essa é a nossa. 

Era a última das três, uma pequena constelação. Meu coração pareceu se apertar quando o "nossa" escapou de seus lábios. 

- E que promessas tem? 

- Um Kaldorei não revela os termos do contrato.

O silêncio preencheu o ambiente que estava fadigado de respostas. Seus lábios carnudos se abriam e fechavam como que queriam dizer algo, mas obviamente incertos do que pronunciariam, os olhos piscavam lentamente, o cabelo, no entanto, atrapalhava a visão daquele rosto que parecia ter sido esculpido de uma estrela que nunca parou de brilhar. Quase inconscientemente minha mão afastou as mexas finas e repousou no seu rosto, meu dedo não resistiu à vontade de acariciar seus lábios.

- Pelo caldeirão, como pode ser tão- Me interrompi. Não deveria ter falado aquilo em voz alta. 

- Tão sua- Ela me beijou. Foi calmo, e nostálgico. Nossas bocas faziam pura conexão. Mas foi triste, doeu por sabermos que nós dois tínhamos muito a fazer ainda, só que separados. Tínhamos uma guerra para lutar, e provavelmente lutaríamos separados, eu poderia trancafiá-la numa torre para que ela não fosse, mas ela fugiria. Ela arranjaria, de toda forma, e mesmo que com todo o esforço, uma forma de ir embora.

Nossos lábios se separaram e sua testa repousou na minha.

- Eu te odeio tanto, e te odeio ainda mais porque nunca vou te odiar de verdade- Ela mordeu a própria boca com força. 

- Você já me mostrou o quanto me odeia. Logo logo vai ser minha vez- Beijei seu pulso, mas em seguida dei uma mordida.

Asteria deixou escapar um suspiro acompanhado de um quase riso. 

- Me mostre amanhã na dança. Me faça rodopiar nos giros da morte eminente, me embriague com a melodia aterrorizante das risca-facas.

 Me faça rodopiar nos giros da morte eminente, me embriague com a melodia aterrorizante das risca-facas

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✶O capítulo de hoje foi esse galeris, espero que tenham gostado 🧚‍♀️✨
✶Eu não tenho capítulos prontos, então vou ter que me virar nos trinta pra poder entregar a vocês sem atrasos T-T
✶A arte lá em cima se chama Project waterlight, Artista: WLOP na ARTSTATION 🙆

Corte de laços e caos (Azriel)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora