April's Daisy - Noah

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– Você pode ter sido pupilo do meu irmão, mas eu ainda sou um Tomlinson. – O príncipe sorriu presunçoso, cruzando seus braços na frente do corpo e levantando uma sobrancelha. – A luta está no meu sangue. – Noah queria dizer que praticamente nasceu em um campo de batalha, mas não teve tempo.

Ethan finalmente se virou, o cabelo um pouco mais longo caindo em seus olhos. Os dois pararam de caminhar e se encararam por milésimos de segundos. O loiro ergueu uma sobrancelha também e sorriu em deboche. Não demorou muito para que o rapaz acertasse um chute certeiro na canela do príncipe, fazendo com que ele caísse de joelhos no chão. Tomlinson sentiu a dor e a vergonha irradiar por todo o seu corpo.

– Eu poderia te levar a julgamento – Noah se levantou envergonhado, batendo de leve em suas calças para tirar a sujeira. Ele conseguiu se recompor alguns segundos depois e continuou seguindo o amado, estava mancando um pouco. – E você teria que cumprir a sentença na minha cama. – O príncipe ultrapassou Ethan e fez com que ele parasse. Seus braços foram diretos para a cintura do loiro, o trazendo para mais perto. E como já era de se esperar, Jones cedeu e sorriu.

Ao olhar ao redor, Noah percebeu que estavam no meio da estrada, já era uma boa distância da vila, tudo isso apenas caminhando. Ao lado esquerdo havia um campo muito bonito e vasto, o verde da grama se conectava ao laranjado do céu no fim da tarde, e algumas flores enfeitavam a paisagem. O príncipe conseguiu notar as pequenas margaridas que floresciam ali. De repente, Noah pensou em um dos seus poemas favoritos e sorriu.

Margaridas em abril. – Ele falou em voz alta. Ethan pareceu não entender, um pequeno v se formando em sua testa. – Só estava pensando em um poema que eu gosto. – Explicou. Ele soltou a cintura do outro por um instante e se virou para admirar as flores.

Noah não se lembrava exatamente de onde vinha o poema. Era, provavelmente, de algum dos livros velhos que tinha roubado da mesa de Louis.

Margaridas em abril
Quando você floresceu, o mundo se coloriu.
Você se pôs a minha frente, sorriu,
E me fez cair aos encantos das...
Margaridas em abril.

Quando ele se aproximou das flores e estava a uma distância boa o suficiente para tocá-las, ele ouviu algo. Algo que, certamente, não deveria ouvir em um lugar como aquele, no meio do nada. Era um choro de criança, alto, desesperador. Por um breve momento, Noah duvidou da sua própria audição, mas ao olhar na direção de Ethan, viu que o loiro parecia tão chocado quanto ele. Ambos correram na direção do som.

Lá estava, no meio do campo aberto, algo parecido com uma cesta de frutas, forrada com alguns panos, largada de qualquer jeito. E o mais surpreendente é que havia um bebê dentro, ele chorava como se não tivesse amanhã e erguia suas pequenas mãos para o alto. Ethan caiu de joelhos, sem fôlego após ter corrido, ao lado da cesta.

– É um bebê! – Ele exclamou em surpresa.

– É claro que é um bebê. – Noah respondeu, também se abaixando. Suas mãos se esticaram devagar para tocar a cesta e depois pegar a criança em seus braços. A última vez que tinha segurado algo tão pequeno assim era quando Alexander ainda era daquele tamanho. – É uma garotinha. – O príncipe olhou em seu rostinho e a balançou, esperando que aquilo pudesse acalmá-la por alguns instantes. Ela não parecia ter mais de 5 meses, tinha algumas mechinhas de cabelo, eram bem pretos, seus olhinhos eram castanhos escuros e, quando fazia careta para chorar, um furinho no queixo surgia.

Ela era tão pequena, tão perfeitinha, que admirá-la foi tudo que ambos puderam fazer por alguns minutos.

– Temos que voltar à vila imediatamente e procurar pelos pais.

Somewhere someday || L.SWhere stories live. Discover now