➵ 36 | bolo de cenoura

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Por favor leiam as notas finais!


Any Gabrielly

— Sofya, se acalma! Vai ficar tudo bem! — eu gritava enquanto ela esperneava pela casa jogando objetos em direção a Will, que estava ali para jantar conosco.

Passei a noite anterior tentando acalma-la depois de explicar com detalhes como eu descobri a gravidez e todos os motivos que me obrigaram a abdicar dela. Sofya entendeu o meu lado, chorou aos soluços e me pediu desculpas por ter me tratado mal anteriormente. Também chorei por ver que ela me entendia.

Mas ao contrário de mim, tudo o que Will recebeu foi ódio e rancor.

E mesmo depois de ter me prometido ouvir o lado dele, Sofya começou a gritar assim que ele atravessou a porta da frente. Ela lhe disse coisas terríveis, falou palavrões que eu nunca ouvi saindo da boca dela antes e toda vez que ele tentava se aproximar, ela jogava algum objeto da decoração da sala.

— Por que fez isso, Any? Por que tinha que contar? — Will perguntou olhando para mim em desespero.

— Eu não planejei fazer isso tão rápido e sem a sua presença, mas ela acabou descobrindo sozinha. — expliquei.

— Então você pretendia mesmo contar algum dia? — ficou indignado. — Você me prometeu!

— Não foi nenhuma promessa. — fiquei séria. — Naquele momento eu apenas não tinha entendido que deixar tudo claro seria a melhor opção. Ela merece saber tudo.

— Isso muda tudo para pior! — gritou.

— Não grita com a minha mãe! — Sofya berrou, pegando o meu potinho cigano de prosperidade.

— Sofya, larga isso! — Will disse com firmeza.

— Querida, eu sei que está com raiva, mas quebrar um pote da prosperidade traz muito azar. — falei calmamente.

— E jogar um pote de vidro em alguém não traz nada ruim, Any? — Will franziu a testa.

— É, claro. Esse é o ponto. — voltei a olhar para ela. — Você vai acabar machucando alguém.

— Talvez eu queira machucar alguém.

— Você precisa ter mais respeito com o seu pai. — Will retrucou.

— Pai? — ela soltou uma gargalhada. — Agora você quer ser pai? Eu precisei de você quando eu era um bebê, a minha mãe precisou de você! Tarde demais pra decidir ser pai, Will! Eu já tenho um pai!

— Você foi só uma substituta pra ele, um estepe. Por toda a sua existência, ele fingiu que você era a verdadeira Sofya Beauchamp, mas você não é. Precisa começar a admitir para si mesma que Josh enxerga em você alguém que já morreu há anos.

— Cala a boca! — ela gritou e arremessou o pote na direção dele, que só não foi acertado porque abaixou bem na hora.

Coloquei as mãos sobre a cabeça vendo todos os grãos e ervas espalhados pelo chão da sala.

— Agora danou-se. — resmunguei.

— Fica longe de mim! — Sofya começou a chorar. — Você não sabe nada sobre o meu pai! Ele me ama, ok? Ele me ama de verdade! — ela correu até o quarto e bateu a porta com muita força.

— Não acredito que disse aquelas coisas horríveis para ela. — cruzei os braços e olhei para ele com reprovação.

— Não era isso que você queria, Any? Deixar as coisas claras? Dizer sempre a verdade? Eu só falei a verdade. O Josh é um maluco que perdeu um bebê e resolveu colocar outro no lugar para fingir que nada aconteceu. Até ontem ela nem tinha documentação legítima, usava os documentos de uma garotinha que já morreu.

Doce Amargo(Adaptação)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz