Any Gabrielly
Chegando em casa, eu contei para Sabina sobre Noah e ela me questionou se seria uma boa ideia deixar um cara morar com a gente, já que a ideia inicial era aceitar uma mulher. Consegui convencê-la e enfim ela cedeu e depois quis saber tudo sobre a mansão Beauchamp.
— A gente mora em uma gaiola de hamster se for para usar uma comparação digna. — falei.
— Conheceu a casa?
— Claro que não. Eu toquei em um porta retratos e o Josh só faltou me expulsar de lá pelos cabelos.
— Acha que vai dar certo ter ele como chefe? O cara não é muito legal.
— Eu não trabalho com ele, trabalho com a Sofya. Só o vi duas vezes hoje e bem brevemente.
— Pelo menos ele está pagando muito bem.
— Não esperava que fosse ter uma renda tão boa morando aqui. — falei contente. — Enfim, os frutos!
— Você quer sair comigo e com o Derick hoje? Eu deixo você pagar a conta.
— Engraçadinha. — forcei uma risada. — Eu estou bem cansada, fiquei na rua o dia inteiro. Além disso, não estou com vontade de queimar vela.
— Você quis dizer segurar.
— Você quis dizer queimar.
— Cresceu em uma cidade do interior?
— Sim, nós... — parei de falar quando Sabina ergueu as sobrancelhas por eu ter dito algo sobre o meu passado.
— Em que cidade?
— Você não tem que se arrumar para o seu encontro? — fui andando em direção ao meu quarto.
— Quando você vai confiar em mim? — parei de andar e me virei para encara-la.
— Você sabe que não é sobre confiança. — fiquei séria. — Eu só não quero lembrar dessa parte da minha vida. A minha vida é essa agora bem aqui com você, e eu estou muito feliz assim.
— Isso não apaga as suas origens, Any. Por mais mudanças que faça, por mais moradias que tenha, você não pode ignorar de onde veio.
— Eu fiz coisas, Saby. Coisas das quais talvez eu me arrependa ou talvez não. Se eu parar para lembrar o que aconteceu, eu posso acabar me sentindo culpada. Eu não quero lidar com isso depois de tanto tempo, porque a minha culpa não vai mudar nada. Me sinto mais confortável ignorando. — Sabina apenas assentiu e me lançou um sorriso triste.
Fiquei em meu quarto pelo restante da noite e tentei dormir, mas por mais cansada que estivesse, simplesmente não conseguia pegar no sono. Levantei da minha cama no meio da madrugada e mexi em minhas coisas. Resolvi acender alguns incensos e meditar um pouco na sala ao som de um mantra.
Aquilo me ajudou a relaxar um pouco e eu decidi fazer uma leitura após acender algumas velas aromatizantes. Acabei pegando no sono ali mesmo no sofá e só acordei quando comecei a sentir um cheiro horrível de fumaça.
Abri os olhos e comecei a tossir enquanto tentava afastar a fumaça do meu rosto com as mãos. A cortina da sala estava em chamas graças às velas que eu esqueci acesas. Entrei em pânico no mesmo instante e saí correndo até a cozinha para pegar água. Eu ainda não havia feito o seguro do apartamento, então era bom que só as cortinas estivessem pegando fogo.
A minha tentativa de apagar o fogo jogando água não adiantou de nada. Meus olhos lacrimejavam e a minha garganta não parava de arder sempre que eu tentava respirar.
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Doce Amargo(Adaptação)
Fanfiction+16| Estudar, casar e ter filhos. Essa era a cronologia que Any sempre planejou para a sua vida. Mas tudo isso vai por água a baixo quando ela engravida do seu namorado Will, aos 15 anos de idade. Expulsa de casa pelo seu pai pastor e sua mãe devot...